Dirigentes e técnicos acreditam que um trabalho mais eficaz de base nas escolas públicas de Manaus ajudaria no crescimento da modalidade
Por Frank Cunha
Após a realização do Campeonato Amazonense de Handebol infantil, com a participação de oito equipes de cada naipe e com apenas 14 dias de disputas, profissionais envolvidos com a modalidade declaram ao GLOBOESPORTE.COM que lamentam a pouca participação de equipes e, principalmente, a falta de incentivos.
Sem dinheiro e profissionais para massificar o esporte, o presidente da LIHAM, Jefferson Oliveira, disse que a preocupação é encontrar talentos por causa do início tardio dos atletas na modalidade e pela falta de interesse das escolas na iniciação esportiva.
- A garotada que vem jogar praticamente está iniciando no handebol, do zero. Estão iniciando com 16 anos, o que é incorreto. Os técnicos pegam atletas que veem em um jogo é trazem para jogar. A secretaria de educação, tanto da prefeitura quanto do estado, não se preocupa com a iniciação esportiva na escola. Nosso trabalho é de rendimento. Não somos renumerados para nada e não temos como entrar em escolas ou centro de excelência pra fazer a modalidade - declarou o presidente.
Responsável pela arbitragem e coordenador técnico da Liga de Handebol do Amazonas (LIHAM), Rubens Zaguri acredita no crescimento do esporte pelo nível apresentado no campeonato amazonense da categoria em 2012.
- Foi uma competição boa, apesar do número reduzido de equipes. Falta um trabalho mais efetivo dentro das escolas. As federações precisam de um apoio maior para melhorar nosso nível. Esperamos que nos próximos campeonatos tenhamos mais equipes escolares participando para melhorar nosso campeonato - explicou Zaguri.
Campeão pela primeira vez com a equipe masculina infantil do Dance Hall/Colégio Militar de Manaus (CMM), o técnico Nilson Santos acredita que a única alternativa para o handebol evoluir no Amazonas é a inserção do esporte dentro das escolas.
- É lá (escola) de onde vem o esporte. Hoje em dia sou professor, mas vim de dentro de uma escola. Se você tiver o apoio do estado ou da prefeitura para trabalhar dentro da escola e poder participar dos campeonatos, mudaria tanto na parte educacional, de segurança e na pedagogia das crianças nos bairros -explicou o treinador.
Destaque na final masculina do infantil pela equipe do Dance Hall/Colégio Militar de Manaus, que venceu Adalberto Valle por 17 a 16, na manhã de sábado (17), no ginásio do colégio militar, Lucas Emanuel, de 14 anos, pratica handebol há três anos. Para ser campeão, o time dele teve que se superar, pois não realizou nenhum treino antes da final.
- Para início, precisamos mais de incentivo. Nós temos campeonatos aqui, mas nada comparado a São Paulo. O que falta é um incentivo para chamar mais pessoas para ter uma equipe em união e conjunto e mais treinamento. Nós não treinamos nenhuma vez na semana. Juntamos a equipe e jogamos o que sabemos e vencemos - declarou o atleta.
O Campeonato Amazonense de Handebol infantil contou com a participação de oito equipes (Dance Hall/CMM,Villa Lobos, Adalberto Valle e Vicente Telles), nos naipes feminino e masculino. A competição terminou na manhã deste sábado (17), com Dance Hall/CMM, campeão no masculino, e o Nova Vida campeão, no feminino.
Fonte: http://globoesporte.globo.com/am/noticia/2012/11/profissionais-reclamam-da-falta-de-incentivo-para-o-handebol-no-am.html
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