Governo e grupos privados vão investir alto para cumprir cronograma de intervenções
RIO - O ano de 2013 será decisivo para as obras destinadas às Olimpíadas. Para a arrancada final, que garantirá o cumprimento de um cronograma apertado, a apenas três anos dos Jogos, a prefeitura do Rio deverá investir cerca de R$ 1,5 bilhão, entre recursos próprios e repasses federais, no projeto dos BRTs, sendo R$ 870,5 milhões apenas na conclusão do Transcarioca (Barra da Tijuca-Aeroporto Internacional). A megareforma do Maracanã, em fase final, ainda terá investimento de R$ 20 milhões da Empresa estadual de Obras Públicas (Emop) na área intramuro — muros, grades e paisagismo — e mais R$ 109 milhões do município para a urbanização do entorno, que deve estar pronta em junho. Por último, o Ministério do Esporte estima aplicar R$ 500 milhões em equipamentos esportivos na cidade no ano que vem.
O gerente de projetos da Secretaria municipal de Obras, Eduardo Fagundes, diz que 2013 será o ano de maior concentração de recursos em BRTs.
— Nosso compromisso é concluir o Transcarioca ainda para a Copa do Mundo, mas acreditamos que vamos antecipar o cronograma e entregá-lo no fim do ano que vem. Por causa disso, 2013 será o ano de maior investimento em BRTs. Vamos prosseguir com as obras do BRT Transolímpico (Barra-Deodoro), que tem orçamento de R$ 240 milhões, e há a expectativa que a União libere R$ 378,3 milhões para começarmos o Transbrasil (Deodoro-Aeroporto Santos Dumont) — enumera Fagundes.
Vila dos Atletas: 31 torres
O município analisa se prosseguirá com as obras do BRT Transoeste até o Jardim Oceânico em 2013 ou deixa a tarefa para depois. O compromisso é concluir as obras até o fim de 2015 para o início da operação junto com a linha Zona Sul-Barra do Metrô. Somente em 2013, o estado injetará mais R$ 1,8 bilhão na Linha 4 do metrô (Ipanema-Barra da Tijuca). Os operários vão trabalhar em seis estações (Nossa Senhora da Paz, Jardim de Alah, Antero de Quental, Gávea, São Conrado e Jardim Oceânico). O “tatuzão” —equipamento que vai perfurar os túneis do metrô na Zona Sul — será montado de março a agosto de 2013, quando deverá entrar em operação, partindo da Estação General Osório em direção à Gávea sem passar por baixo de edifícios e evitando explosões e aberturas de valas na superfície.
A Autoridade Pública Olímpica (APO), por sua vez, não tem ainda informações oficiais sobre os gastos com o evento no ano que vem. O presidente da APO, Márcio Fortes, explica que só poderá falar em números no fim do primeiro semestre de 2013. Esse é o prazo para a conclusão de todas as licitações de arenas definitivas e provisórias, entre outros equipamentos, que serão implantados nos Parques Olímpicos da Barra da Tijuca e de Deodoro. No dossiê da candidatura em 2009, a previsão da APO era que o pacote de obras olímpicas consumisse um total de US$ 13,8 bilhões (R$ 27,6 bilhões), sendo US$ 11,6 bilhões (R$ 23,2 bilhões) em infraestrutura da cidade e US$ 2,8 bilhões (R$ 5,6 bilhões) do Comitê Organizador. A forma de contabilizar os investimentos é difícil porque alguns projetos não são exclusivamente voltados para as Olimpíadas.
— A gente terá que separar as coisas. O Maracanã será usado nos Jogos Olímpicos, mas as obras em andamento até o momento são para a Copa do Mundo. O Transcarioca servirá para as Olimpíadas, mas também ficará pronto para atender à Copa. Sem contar que há projetos de interesse da cidade que não são olímpicos, como a urbanização de comunidades atendidas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) — observa Márcio Fortes.
Um dos mais importantes investimentos é a Vila dos Atletas, que será erguida com recursos privados. O consórcio Ilha Pura, formado pela construtora Carvalho Hosken e pela Odebrecht Realizações Imobiliárias) prevê que, em 2013, serão destinados ao projeto R$ 600 millhões.
— Em 2012, avançamos bastante na etapa das fundações. E ao longo de 2013 concluiremos a etapa estrutural das 31 torres do empreendimento — diz Carlos Armando Paschoal, presidente do consórcio Ilha Pura.
Instalações olímpicas, um grande desafio
Planejar instalações esportivas para os Jogos Olímpicos é um desafio. É preciso organizar espaços para garantir a circulação de atletas, equipes técnicas, público e jornalistas, de forma que o trabalho de uns não atrapalhe o de outros. O espetáculo é o objetivo final. No Comitê Organizador Rio 2016, a tarefa de organizar a casa é do diretor de Instalações, Luiz Henrique Ferreira, que exerceu função semelhante no Pan de 2007. Para Luiz Henrique, é mais ou menos como a função de um arquiteto:
— Todas as instalações olímpicas exigem que os projetos de arquitetura contem com áreas de competição, de transmissão dos eventos e salas administrativas. É um modelo — afirma Luiz Henrique, que chefia uma equipe de 33 pessoas que pulará para 52 no início de 2013.
Os Jogos do Rio trazem preocupações adicionais. Além de novidades como o rubgy, o golfe, depois de um século, volta a ser modalidade olímpica. Antes de planejar o campo de golfe da Avenida das Américas, na Barra, ele visitou campos em Glasgow, uma das melhores instalações do Reino Unido. E segue minuciosamente indicações técnicas da Confederação Internacional de Golfe.
— Os projetos passam por revisões até a versão final. Em média, são oito versões para cada instalação — diz.
Segundo Luiz Henrique, o planejamento mais difícil é o do futebol e das provas de cross country do hipismo, devido às extensas áreas envolvidas nas disputas.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/2013-ano-decisivo-para-as-obras-olimpicas-6831719#ixzz2Dgs44gXn
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