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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Engenheiros esperam que Mineirão seja exemplo em sustentabilidade


Cronograma de obras do estádio, que abrigará partidas da Copa do Mundo de 2014, prevê várias práticas eficientes para o desenvolvimento ambiental

Por Ana Paula Moreira

Além de estar em dia com as obras de modernização, o Mineirão também se tornará um exemplo na parte de sustentabilidade ambiental. Pelo menos é o que espera a equipe responsável pela reforma. Desde o projeto conceitual das obras, o estádio segue um cronograma de ações que têm o meio ambiente como preocupação principal. O gerente do projeto Copa sustentável, Vinícius Lott, enumerou as etapas do projeto.

- O objetivo do Mineirão é ser referência como construção sustentável. Para isso, têm que ser analisados todos os aspectos desde o projeto conceitual, como redução do consumo de água, de energia, metas de como trabalhar com resíduos e toda a operação do empreendimento. Depois, durante a obra, vários cuidados têm que ser analisados, como a destinação dos resíduos, o controle de poeira, o controle da origem dos materiais.

Todas essas ações são importantes para que o Mineirão alcance um certificado internacional de prédio verde. A certificação Leed (Liderança em Energia e Design Ambiental) analisa questões como a geração de energia limpa, captação e reutilização de água de chuva e origem dos materiais utilizados na obra.

- A certificação Leed é um selo de construção verde, reconhecido internacionalmente. Ele analisa todos esses aspectos de sustentabilidade do empreendimento, e o Mineirão tem buscado o nível prata, que é o segundo nível. Então, analisam a pontuação de certificação nos vários aspectos de sustentabilidade, e é conferida a certificação.

Para alcançar essa certificação, o Mineirão tem vários projetos sustentáveis e com preocupação ambiental. Um deles é a geração de energia limpa. Serão instalados paineis fotovoltaicos na cobertura do Mineirão, que podem gerar energia solar para atender a aproximadamente 1.200 residências de médio porte. Outro projeto é a captação da água da chuva para ser reaproveitada no estádio.

- A opção foi captar a água do telhado do Mineirão, enviar para um reservatório com a capacidade de mais ou menos seis milhões de litros de água. É um reservatório bem grande, capaz de atender todo o período de estiagem do Mineirão. Um exemplo e uma referência interessante para mostrar que técnicas sustentáveis são economicamente viáveis é que o custo de implantação dessa captação é pago pela economia de água em três anos. Então, tem um retorno muito rápido desse investimento - explica Lott.

Outra preocupação na obra do Mineirão é com os destinos dos resíduos. Segundo Lott, a regra é reutilizar o máximo de resíduos possível. Essa questão serve para evitar que os resíduos sejam levados para outros locais.
- A regra no Mineirão é reutilizar, reciclar ou incorporar na obra o máximo possível de resíduos. Ou seja, evitar o envio para aterro e locais não desejáveis. Exemplos: uma quantidade de aproximadamente 850.000 m³ de terra foi reaproveitada em outras obras, em loteamento da região metropolitana. O concreto foi britado e utilizado em pavimentação de ruas também na cidade e cidades do entorno. Todas as cadeiras do estádio foram doadas para ginásios e estádios do interior do estado. E a parte metálica, de sucata, foi reaproveitada através de reciclagem. O gramado também foi reaproveitado em um projeto social do estado, e R$ 130 mil foram economizados com os 13 mil m² de grama. Temos um cálculo de mais de 90% de aproveitamento dos resíduos na obra - relata o gerente.

Fonte:http://globoesporte.globo.com/mg/futebol/campeonato-mineiro/noticia/2012/01/mineirao-vira-exemplo-de-obra-correta-em-sustentabilidade-ambiental.html

Deu na coluna do Ancelmo

Capital dos esportes

A prefeitura do Rio fechou parceria com a consultoria McKinsey num projeto com empresas de evento e de mídia para fazer da cidade a “capital mundial dos esportes”.


Fonte: http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/

Alguém tem que avisar às autoridades, que a cidade só se transformará na capital dos esporte através de uma política séria de desenvolvimento do mesmo. Caso a alcunha de capital mundial dos esportes seja direcionada aos megaeventos, aí tudo bem...

Concurso na Unb – Gestão, Marketing e Organização de Eventos no Esporte

Edital de Abertura de Concurso N. 585/2011 Universidade de Brasília – UnB
Faculdade de Educação Física – FEF
Área: Gestão, Marketing e Organização de Eventos no Esporte
Classes: PROFESSOR ADJUNTO e ASSISTENTE
Inscrições: 02/01 a 08/02/2012
Ver:
http://srh.unb.br/concursos/concursos-2011/category/8033-585

Fonte: http://abragesp.wordpress.com/

Congressos

Fiquem ligados. Vários congressos estarão aocntecendo nesse início de ano para quem curte a gestão do esporte.

No dia 14 de março, acontece o I Simpósio Virtual de Gestão do Desporto, uma promoção da AIGD (Aliança Intercontinental de Gestão do Desporto). Para maiores informações, clique aqui.

Entre 2 e 5 de abril, acontece em Belo Horizonte, o XIV Congresso Ciências do Desporto e Educação Física dos Países de Língua Portuguesa. Para maiores informações, clique aqui.

Entre 17 e 19 de maio, acontece em Florianópolis, o II Congresso Internacional de Formação Profissional no Campo da Educação Física e do VI Seminário de Estudos e Pesquisas em Formação Profissional no Campo da Educação Física. Para maiores informações, clique aqui.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

SAIBA TUDO SOBRE A SELEÇÃO DE LÍDERES DE COMPETIÇÕES ESPORTIVAS


Rio 2016™ busca 52 profissionais para comandar as operações dos esportes e disciplinas olímpicos e paralímpicos

O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016™ inicia nesta segunda-feira, dia 30, a Seleção de Líderes de Competições Esportivas, visando identificar profissionais altamente qualificados que serão responsáveis por toda a operação dos 28 esportes olímpicos e 22 paralímpicos no maior evento do planeta em 2016.
De olho no legado de gestão esportiva para o país, a prioridade será dos profissionais brasileiros. Os selecionados vivenciarão uma experiência única nos próximos quatro anos em termos de aprendizado. Após os Jogos, terão a missão de ser multiplicadores.
“É uma oportunidade única para profissionais de gestão de todo o Brasil, que experimentarão o desafio de liderar uma competição olímpica ou paralímpica em todos os seus aspectos técnicos. Cada detalhe do trabalho deste Líder é fundamental. As responsabilidades são muitas, mas as recompensas para o profissional e para este mercado no país são da mesma proporção”, analisa Agberto Guimarães, diretor de Esportes do Rio 2016™.
Os 52 selecionados estarão sob o comando de Ricardo Prado, gerente de competição esportiva. Medalhista olímpico, ex-recordista mundial e um dos maiores nomes da natação brasileira, Prado detalha a Seleção de Líderes de Competições Esportivas e seus impactos na entrevista a seguir:
Quais são as responsabilidades de um Líder de Competição Esportiva?
Ele vai nos ajudar a montar todo o programa de competição dessa disciplina ou desse esporte. Será responsável por manter o relacionamento com a Federação Internacional para a definição do calendário de competição, por exemplo. Ajudará nas decisões sobre infraestrutura das instalações de competição, para que sigam todos os requerimentos técnicos. Auxiliará na aquisição de equipamentos esportivos homologados pelas Federações Internacionais. Determinará as funções dos voluntários. Será também uma ponte entre os delegados técnicos da respectiva Federação Internacional e o resto do Comitê Organizador Rio 2016™, uma referência, um centro de conhecimento. Trocará informações com departamentos responsáveis, por exemplo, por transporte e alimentação.
São 52 vagas para 50 esportes. Por quê?
O Programa esportivo do Rio 2016™ tem 28 esportes olímpicos com 41 disciplinas, e 22 esportes paralímpicos com 23 disciplinas. Em vez de contratar 64 profissionais, um para cada disciplina, buscamos otimizar o número de pessoas envolvidas. Foi definido que esportes olímpicos com um correspondente paraolímpico, e que serão disputados na mesma instalação, terão só um profissional designado. Levamos em consideração ainda que alguns esportes, como Desportos Aquáticos, tem múltiplas disciplinas com planejamento diferenciados – natação, nado sincronizado, polo aquático e saltos ornamentais. Nesse caso, precisamos de um profissional designado para a gestão do esporte, e outros quatro para coordenar cada uma das disciplinas. Após uma análise detalhada, chegamos ao número de 52 profissionais.
Qual o perfil do profissional que Rio 2016™ procura?
Buscamos pessoas com grande capacidade de liderança e com experiência em eventos esportivos. Uma boa formação também é fundamental, assim como o inglês avançado. A comunicação com as Federações Internacionais é toda feita em inglês. Acreditamos que as áreas de Administração, Educação Física e Gestão Esportiva sejam as principais, mas nada impede que profissionais de outras áreas se candidatem e estejam aptos. Certamente, ajuda se o candidato já tiver sido um atleta, mas também sabemos do potencial, por exemplo, dos gestores de clubes, árbitros, gestores de federações e confederações ou pessoas ligadas ao ramo de eventos. Acredito que teremos um mix de perfis.
É necessário ser especialista ou ter experiência com o esporte específico?
A pessoa vai se cadastrar para um esporte específico. Queremos especialistas, com grande conhecimento técnico focado no esporte. De qualquer forma, podemos entender que o candidato tem um perfil interessante e aproveitá-lo em outra vaga no futuro.
Em que nível de hierarquia e remuneração os Líderes iniciarão?
Os profissionais selecionados assinarão um contrato de prestação de serviços com o Rio 2016™, com pagamento através de per diem, seguindo a mesma abordagem adotada por Londres e outros Comitês Organizadores.
Esse contrato prevê a participação em várias atividades coordenadas pelo Rio 2016™, como, por exemplo, reuniões, observações de competições nacionais e internacionais, auxílio com informações técnicas, interação com Federações Internacionais e outras áreas do Rio 2016™, dentre outros. É importante ressaltar que, durante a vigência desse contrato, os profissionais poderão continuar em seus atuais empregos e não precisam morar no Rio de Janeiro.
A partir de janeiro de 2013, esses profissionais serão considerados pelo Rio 2016™ para eventuais contratações. Caso sejam convidados a integrar o quadro de colaboradores, será necessária a realocação para o Rio de Janeiro e término de outros vínculos empregatícios.
De que forma esta experiência contribui para a carreira do profissional?
A capacitação é uma parte muito interessante. Você vai compartilhar informações e conviver com os gestores mundiais do esporte na fase anterior aos Jogos. Além disso, é a possibilidade de estar no coração dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016™. Você será o responsável por tudo que diz respeito a determinado esporte ou disciplina. Para qualquer pessoa apaixonada por esporte, que trabalha com esporte, é a realização de um sonho.
Qual o legado que esta oportunidade deixará para a gestão esportiva brasileira?
Serão 52 profissionais altamente qualificados, com Jogos Olímpicos e Paralímpicos no currículo, capazes de levar os conhecimentos adquiridos para outras regiões do país, alimentar toda uma rede de profissionais com estes conhecimentos e, assim, ampliar o impacto positivo do Rio 2016™ também em relação à gestão esportiva. Acredito que vamos nos surpreender com os perfis de candidatos e com o potencial dessas pessoas. Antes de procurar fora, é nossa obrigação procurar aqui no Brasil. É nosso objetivo construir um legado em termos de recursos humanos que gerará impacto real para o esporte brasileiro.

Parceiro da CCR NovaDutra vai construir centro esportivo em Jacareí


Por: Maurício Cintrão

A Diretoria do Jacareí Rugby anunciou esta semana que conseguiu da Prefeitura da cidade a permissão de uso de uma área de 18 mil m² para a construção de sua sede social e esportiva. O Jacareí Rugby é parceiro da CCR NovaDutra em projeto de inclusão social pelo esporte. A proposta da agremiação é construir um centro de treinamento, que será referência para o rugby no município, elevando as condições para a formação regional de atletas.
Atualmente as atividades do Jacareí Rugby no município abrangem treinamentos para categorias M12 (menores de 12 anos), M14, M16, M18, M20, Feminino e Principal, que representam a cidade em diferentes competições da FPR (Federação Paulista de Rugby) e CBRu (Confederação Brasileira de Rugby). Em 2011, a Associação Esportiva Jacareí Rugby atendeu a mais de 5 mil participantes em seus projetos sociais.
“Nossas condições são limitadas, pois não temos campo oficial, nem um local como referência para o rugby no município”, relata Julio Cesar Faria, treinador do Jacareí Rugby. “Com este novo cenário estamos bastante confiantes na possibilidade de construirmos um centro de treinamento, nossa casa em Jacareí”.
O Jacareí Rugby já formou vários atletas convocados para diferentes seleções paulistas e brasileiras. Com uma estrutura adequada terá condições de formar melhor seus atletas, fortalecendo as equipes competitivas e aumentando a expectativa de ter cada vez mais atletas convocados para seleções e possivelmente atletas olímpicos.
“Trabalharemos e nos dedicaremos para construir este centro de treinamento e fazer deste local um berço de grandes atletas e cidadãos”, comenta Edis Abrantes, coordenador técnico do Jacareí.
A conquista do local para o Jacareí Rugby foi um processo comandado pelo Vereador Marino Faria, auxiliado pelo Secretário de Esportes Hernani Barreto e pelo Prefeito Hamilton Mota.
Márcia Andreoti, presidente da Associação Esportiva Jacareí Rugby, afirma que a credibilidade e investimento depositado pelo município no Jacareí Rugby sempre terão bons resultados provindos dos trabalhos sociais realizados pela Associação.
Ainda em janeiro o Jacareí Rugby também conquistou a parceira da Aliança Francesa, que destinará inicialmente bolsas integrais de estudos de idioma para participantes das atividades da Associação.
O Jacareí Rugby tem parceria e apoio em seus projetos da CCR NovaDutra, Prefeitura de Jacareí, Aliança Francesa e Lavalpa Logística e Armazenagem.

Confederação de Hóquei sobre Grama anuncia planejamento estratégico para 2012

Por ASCOM/ME


Em entrevista coletiva realizada no Complexo Esportivo de Deodoro, no Rio de Janeiro, durante a concentração de atletas das seleções, o gerente-geral da Confederação Brasileira de Hóquei sobre Grama (CBHG), Eduardo dos Santos, expôs o planejamento para a temporada 2012 e as estratégias para os Jogos Olímpicos Rio 2016.

Eduardo ressaltou a relevância dos investimentos do Ministério do Esporte e do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), fundamentais para a modalidade, principalmente, pela falta de patrocínios privados no hóquei. “A verba da Lei Agnelo/Piva e os investimentos por meio da parceria com o Ministério do Esporte são preciosos. É assim que gerimos todo o esporte, não somente a seleção”, explicou. 

A CBHG, por meio de um convênio com o Ministério do Esporte, realizará o intercâmbio de doze jogadores, homens e mulheres, para aprimoramento técnico na Argentina. Os atletas serão incluídos gradativamente no campeonato argentino e as equipes escolherão os atletas após um período de treinamento.

A chegada do consultor de alto rendimento ao Brasil - o holandês Bert Bunnik - foi um dos pontos mais abordados pelo gerente. “Bert está aqui para nos ajudar a corrigir o que tem sido feito de errado e a valorizar o que estamos acertando”, resumiu. A presença do experiente consultor acarretará avanço do esporte em todo o Brasil. 

Bert tem experiência no esporte, ele já realizou trabalhos técnicos nas seleções da Holanda, Espanha e Paquistão. “É tempo de organização e temos tempo para isso. Planejamentos e treinamentos irão aumentar o rendimento dos jogadores brasileiros”, disse o consultor. 

O gerente-geral da CBHG também revelou que há planos para a construção de mais cinco campos oficiais no Brasil. Atualmente, o País conta apenas com um, no Rio de Janeiro, legado dos Jogos Pan-Americanos de 2007. “Estamos buscando o desenvolvimento de campos em São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e outro no Rio de Janeiro. Esses são estados que já possuem a federação da modalidade”, explicou.



Fonte: http://www.esporte.gov.br/ascom/noticiaDetalhe.jsp?idnoticia=8083

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Naming rights: o fôlego de uma antiga estratégia


No Brasil, a estratégia teve mais êxito no campo do entretenimento com a nominação de casas de espetáculos, cujo pioneirismo cabe ao Credicard Hall

A concessão dos naming rights permite que uma empresa estampe sua marca como o nome oficial de uma propriedade, seja ela um espaço ou um evento. Assim como no campo do entretenimento, trata-se de uma estratégia amplamente utilizada no ambiente esportivo, que busca diversificar cada vez mais suas formas de obtenção de receita – principalmente no Brasil.

Nos Estados Unidos, a tradição vem de longa data e o modelo está consolidado. Até escolas de negócios são “patrocinadas” por esta via. O Knight Management Center, da Stanford University, na California, por exemplo, foi assim nomeado graças a um aporte de US$ 105 milhões.

Atribui-se o surgimento dos naming rights dos espaços esportivos à década de 1920, quando o estádio do Chicago Cubs, time de basebol, foi batizado de Wrigley Field, expondo a marca de chicletes de seu proprietário, William Wrigley. Porém, a nominação que representou uma quebra de paradigmas ocorreu em 1953, quando a Anheuser-Busch, então dona da Budweiser, comprou os direitos do Sportsman’s Park, a casa do St. Louis Cardinals, rebatizando seu nome para Budweiser Stadium, o que não foi aceito pelo presidente da liga de basebol à época. Rapidamente, foi tomada a decisão de nomear o espaço de Busch Stadium, o que, inclusive, motivou o lançamento de um produto, a Busch Bavarian Beer. O estádio fechou em 1966, mas as duas casas subsequentes dos Cardinals permaneceram com o mesmo nome.

Atualmente, os clubes das principais ligas esportivas dos Estados Unidos (basquete, basebol, hóquei e futebol americano) sediam seus jogos em arenas cujos direitos de nominação foram cedidos. O NY Mets, por exemplo, negociou com o Citigroup a nomenclatura do seu estádio por US$ 400 milhões ao longo de 20 anos, valor que representou aproximadamente 50% do custo total do espaço. Fedex, Gillette e American Airlines são outras companhias que seguem o mesmo caminho.

Já na Europa, cuja tradição de arenas volta-se ao futebol, tem como recentes exemplos os estádios Allianz Arena, na Alemanha, e o Emirates Stadium, na Inglaterra, cujo valor aproxima-se dos US$ 180 milhões em um contrato que incluiu o patrocínio ao Arsenal, clube mandatário do estádio. Recentemente, o clube Chivas Guadalajara, do México, lançou sua nova residência, que desde seu início chama-se Omni Life Stadium.

No Brasil
Por aqui, os naming rights tiveram mais êxito no campo do entretenimento com a nominação de casas de espetáculos, cujo pioneirismo cabe ao Credicard Hall, que nasceu em setembro de 1999 e permanece com o mesmo nome.

Salas e redes de cinema são, também, alvo desta estratégia. Se hoje marcas como TAM, Sabesp e Livraria Cultura investem neste tipo de exposição, a inspiração é o Espaço Banco Nacional de Cinema, criado no início da década de 1990 por Adhemar Oliveira em São Paulo e que exigiu do patrocinador um investimento inicial de US$ 1,5 milhão. Posteriormente, o conjunto de salas tornou-se Espaço Unibanco e expandiu-se sob a forma de outras unidades. Alguns grandes teatros também foram batizados, como é o caso do Abril, Bradesco e Alfa, que recebem espetáculos cênicos e musicais de grande porte.

No esporte, esta estratégia não é muito antiga, embora passe por um aquecimento na demanda. A primeira equipe de futebol a efetivar esta prática no país foi o Atlético Paranaense, que assinou um contrato com a empresa de tecnologia Kyocera em 2005. O objetivo da companhia consistia em facilitar a entrada no mercado latino-americano, região com tímida participação no faturamento da organização, mas com índices promissores de crescimento. O contrato, todavia, foi encerrado três anos depois.

A perspectiva de construção de novos espaços em decorrência da Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 criou uma atmosfera de otimismo no setor. O prometido estádio do Corinthians, por exemplo, gera na diretoria do clube a expectativa de captar R$ 300 milhões de reais em troca da nominação do espaço por 15 anos. Especula-se também que os novos campos de Palmeiras e Grêmio lancem mão também deste tipo de financiamento.

Aqui, o “batismo popular” de estádios por parte de torcedores e imprensa ainda é uma barreira cultural a ser superada. Além disso, as empresas de comunicação não são flexíveis a este tipo de exposição de marcas não anunciantes. No caso do Atlético Paranaense, a Kyocera Arena jamais deixou de ser chamada de “Arena da Baixada”. A mesma preocupação ronda o estádio corintiano, que extraoficialmente já é chamado de “Fielzão”.

Trata-se de uma estratégia de investimentos que, por sua característica de longo prazo, requer ativações muito bem feitas e uma presença efetiva, que justifique uma associação de tal porte. Se o espaço não tiver utilização constante, a diluição dos custos torna-se mais difícil e a arena passa a ser onerosa. Por isso, nos Estados Unidos os naming rights vinculam-se a locais multiuso, nos quais diferentes equipes e modalidades sediam suas competições, além de oferecem a possibilidade de serem utilizados para eventos de outras naturezas, como grandes feiras ou espetáculos. Resta saber se no Brasil o modelo perdurará da mesma maneira.

*Esta reportagem foi publicada originalmente no portal Com:Atitude, da Edelman Significa, e agora no Mundo do Marketing de acordo com parceria que os dois portais mantêm.

Fonte: http://mundodomarketing.com.br/reportagens/marca/22730/naming-rights-o-folego-de-uma-antiga-estrategia.html

Rio 2016: comitê divulga locais que podem servir de alojamentos para atletas


Foram selecionadas 172 instalações de 73 cidades em 18 estados do país

RIO - O Comitê Organizador da Rio 2016 divulgou nesta terça-feira a relação oficial dos locais que podem servir para alojar atletas em treinamento para as Olimpíadas. Ao todo, foram selecionadas 172 instalações esportivas de 73 cidades em 18 estados das cinco regiões do país. No estado do Rio, foram selecionadas 32 instalações de 12 municípios. São eles: Angra dos Reis (1), Búzios (2), Cabo Frio (2), Duque de Caxias (1), Macaé (1), Mangaratiba (1), Maricá (1), Niterói (4), Nova Iguaçu (1), Resende (1) e Volta Redonda (6).
Na capital, a lista conta com 11 instalações, incluindo a sede do Fluminense, o Iate Club do Rio e o Centro de Educação Física do Exército e a Vila Olímpica do Mato Alto. O Flamengo, que acertou com parte da delegação americana a cessão do seu espaço, não faz parte da lista, pois não se inscreveu no cadastro do comitê organizador. O mesmo ocorreu com o Centro de Educação Física do Exército, que cederá sua estrutura para o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), conforme já havia sido divulgado.
O diretor de esportes do Comitê Organizador Rio 2016, Agberto Guimarães, acrescentou que essa lista ainda pode sofrer inclusões e exclusões ao longo dos anos, dependendo do cumprimento ou não das exigências para servir de sede de treinamento. Da lista, há 150 instalações que precisarão passar por reformas. Dessas, 14 estão prontas e oito que ainda serão construídas. A relação completa pode ser conferida no site www.rio2016.com/treinamentoprejogos/documentos.
- Essa não é uma lista final. Ao longo do tempo, poderemos ter inclusões e exclusões de cidades e instalações. Nos Jogos Olímpicos de Londres nós vamos distribuir um guia para os Comitês Olímpicos. A partir daí faremos atualizações periódicas pela internet no caso de mudanças na relação - explicou Agberto Guimarães.
As negociações com as delegações para a cessão das instalações serão feitas diretamente entre os responsáveis pelos equipamentos e as delegações. A contrapartida pode ser financeira ou em serviços. Um clube pode negociar, por exemplo, um intercâmbio para seus atletas fazerem estágio na mesma modalidade esportiva naquele país.
O processo de pré-seleção teve início no ano passado. Ao todo, foram inscritas 200 instalações de 84 cidades em 20 estados que foram inspecionadas por equipes de especialistas do Comitê Organizador Rio 2016. Nesse processo, vários itens foram avaliados, tais como: viabilidade do projeto, infraestrutura esportiva e a distância de hospitais de emergência e aeroportos.
No caso dos Jogos Olímpicos de Londres (2012), a lista divulgada contava com bem mais inscrições: 640 instalações, das quais cerca de cem foram selecionadas pelas delegações. Outra diferença é que os londrinos permitiram inscrições não apenas para a Inglaterra (país-sede do evento), como para todo o Reino Unido. Na lista brasileira, a relação conta até com um resort: O Porto Bello, em Mangaratiba.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/rio-2016-comite-divulga-locais-que-podem-servir-de-alojamentos-para-atletas-3751460#ixzz1kOzfALKq 

CBRu se aproxima de acertos por Sul-Americano

Por Duda Lopes


No fim de 2011, a Costa Rica desistiu de receber o torneio Sul-Americano de rúgbi, e a Confederação Brasileira da modalidade (CBRu) assumiu o compromisso da organização no Brasil. Agora, a entidade quer definir os últimos detalhes dos jogos para pode fechar com mais patrocinadores.

A questão principal é o local do torneio. A CBRu está próxima de acertar com a administração de um estádio no Rio de Janeiro, que ainda não pode ser divulgado a pedido da entidade. Se não houver acordo, outro local será procurado, não necessariamente na capital fluminense. As conversas, no entanto, estão adiantadas.

Outra situação que está próxima de uma definição, mas que ainda não tem contrato assinado, é a transmissão do torneio. A CBRu negocia com a Sportv, que em 2011 cobriu o Campeonato Brasileiro da categoria com a exibição ao vivo das semifinais e da decisão. 

Somente quando essas duas questões estiverem definidas, o que deve acontecer nos próximos dias, é que a CBRu deverá ir atrás de patrocinadores para o evento. Até o momento, três empresas já garantiram participação: Heineken, Bradesco e Topper. Todas já são parceiras da Confederação Brasileira de Rugby. 


Fox Sports põe time em campo e revela prioridade de investimentos no Brasil


Por Rafael Santos | TV Esporte Blog

A  Fox Sports começa suas operações no Brasil no próximo dia 5 de fevereiro, mas vem fazendo barulho no universo esportivo há algum tempo, já que terá exclusividade nos direitos de transmissão na TV fechada da Copa Libertadores da América 2012. A emissora também irá transmitir a Sul-Americana, o Campeonato Inglês, as corridas da Nascar, torneios de tênis e esportes radicais. Ao todo, serão 2500 horas de conteúdo original produzido no Brasil.
Gigante do setor, a companhia integra a News Corp, do bilionário australiano (naturalizado norte-americano) Keith Rupert Murdoch e promete agitar o mercado de TV a cabo no país.  Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, no hotel Unique, em São Paulo, a empresa apresentou seu time de repórteres, comentaristas e narradores. Gente conhecida no mercado como João Guilherme e Marco de Vargas, que se notabilizou pelo bordão "É rede", em transmissões esportivas da RBS, Sportv e PFC.
Fox Sports ainda não tem acordo com operadoras de TV a cabo
O time da Fox Sports é formado por Anita Paschkes, Eduardo Elias, Erich Pelitz, José Ilan, Renata Cordeiro e Tammy Di Calafiori como apresentadores. Além de Vargas, a equipe de narradores reúne Éder Reis, Hamilton Rodrigues e João Guilherme.
A equipe de reportagem é composta por André Cavalcanti, Fernando Caetano, Flávio Winick, Juliana Rios e Victorino Chermont.  Carlos Simon e Paulo Julio Clement serão os responsáveis pelos comentários dos jogos.
Uma série de eventos vai marcar a estreia no canal em São Paulo e no Rio de Janeiro, além de campanhas publicitárias em mídias externas.  Segundo o presidente da Fox Internacional Channels para a América Latina, Carlos Martinez, o Brasil representa a praça com maior potencial consumidor fora dos Estados Unidos.
Para o vice-presidente sênior e diretor geral do canal para o Brasil, Gustavo Leme, a expectativa é dobrar o número de assinantes três anos após a estreia do canal. Leme também confirmou que existem negociações com o apresentador Rafinha Bastos, que pode emplacar um projeto na FX, outro canal da companhia.
Especulações
Além de  contratar nomes famosos no meio esportivo, a chegada da emissora no Brasil é marcada por rumores.  O principal envolve a compra do canal a cabo Band Sports, que não foi confirmada até o momento. Martinez disse que a empresa tem muitos projetos para comprar conteúdo e firmar parcerias (inclusive com a Bandeirantes), mas por enquanto a compra não está fechada. Ele também confirmou que inicialmente a empresa irá mesmo ocupar o lugar do canal Speed na grade da TV fechada. Os dirigentes da empresa também afirmaram que um acordo está prestes a ser firmado com as principais operadoras de TV a cabo no país. Contudo, hoje não existe nada firmado.
Martinez também fez questão de ressaltar a boa relação que a companhia tem com as operadoras, inclusive com a Net, que tem parte das ações vinculadas às Organizações Globo.
"Estamos interessados em todos os grandes eventos esportivos", disse Eduardo Zebini, vice-presidente do Fox Sports no Brasil, pouco antes de revelar que a emissora irá transmitir o Brasil Open de Tênis. Segundo os executivos da companhia, um acordo deve ser anunciado até o dia 30 deste mês.
UFC fica com a Globo
Apesar dos rumores em torno da transmissão do UFC pela Fox Sports, Zebini garante que inicialmente os eventos da franquia não serão veículados pela emissora. "O UFC é um grande evento, mas pertence a uma outra emissora no país (Globo). Essa é uma negociação fechada, assim que existir a possibilidade de negociar, vamos com certeza conversar com a franquia."

Fonte: http://br.esportes.yahoo.com/blogs/tv-esporte/fox-sports-p%C3%B5e-time-em-campo-e-revela-141217684.html

Duelo de ídolos: depois de Ronaldo, Fittipaldi foca no marketing esportivo


Bicampeão de F-1 se associa ao publicitário Washington Olivetto para atuar com atletas brasileiros dos gramados, das pistas, das quadras e dos octógonos

Por Alexander Grünwald

Acostumados a vencer como esportistas, eles também não brincam em serviço no mundo dos negócios. Pouco mais de um ano depois do ex-jogador Ronaldo anunciar sua entrada no cenário do marketing esportivo, é a vez do ex-piloto Emerson Fittipaldi colocar sua extensa experiência no mundo dos negócios à disposição de seu novo empreendimento, voltado também para o esporte. O bicampeão mundial de Fórmula 1 é um dos sócios da Momentum Sports, numa união que inclui também Washington Olivetto, um dos mais bem-sucedidos publicitários do país.
Concorrente da 9ine, de Ronaldo, a agência atuará em diversas modalidades, com um elenco de atletas bastante diversificado, que inclui o futebol. Luis Fabiano, atacante do São Paulo, e Julio Cesar, goleiro do Corinthians, são os primeiros da lista. Nas quadras de vôlei, a empresa atuará com Murilo e Jaqueline, além do treinador Giovane Gávio, campeão mundial e olímpico como jogador. Nas pistas, a empresa representará os pilotos Thiago Camilo, da Stock Car, Pietro Fittipaldi, da Nascar, e Eric Granado, que neste ano ingressará no Mundial de Motovelocidade. Outros atletas que serão agenciados pela Momentum são Marcos Rogério, o Pezão, lutador de MMa, o skatista Marcelo Bastos e o jogado de rugby Fernando Portugal.
- Sou muito amigo do Ronaldo. Vamos é colaborar um com o outro. Cada empresa vai ampliar o mercado de alguma forma, já que ambos temos clientes grandes. Este crescimento é muito bom para o mercado do marketing esportivo, já que a empresa vem com uma experiência muito forte do exterior – afirma o vencedor de duas edições das 500 Milhas de Indianápolis.
Além do trabalho de consultoria, ativação de marcas e gerenciamento de carreiras, a nova parceria do campeão visa também a promoção de eventos esportivos. Caso da etapa brasileira do novo Mundial de Endurance, prevista para o dia 15 de setembro no autódromo de Interlagos, em São Paulo. Para Emerson, o bom momento da economia nacional pode criar uma série de oportunidades para bons negócios.
- O Brasil agora é um alvo de investimentos em todos os setores, e isso inclui o esporte. Teremos a Copa, os Jogos Olímpicos, entre outras coisas, então é preciso ter gente forte por trás dos principais atletas e eventos para aproveitar da melhor forma as oportunidades que vão aparecer – ressalta o ex-piloto.

Fonte: http://globoesporte.globo.com/sp/noticia/2012/01/duelo-de-idolos-depois-de-ronaldo-fittipaldi-foca-no-marketing-esportivo.html

Investimento chinês em brasileiros pode ser maior do mundo, diz estudo


A China poderá se transformar num dos maiores mercados do futebol nos próximos anos, segundo estudo da Brunoro Sport Business.

Para projetar o tamanho do mercado da bola da China no futuro, o trabalho da empresa relacionou o PIB chinês com o investimento de países como o Brasil e a Inglaterra na compra de atletas.

Pelo estudo, se a China investir a mesma proporção de seu PIB em transações de jogadores que o Brasil investe atualmente, vai se tornar o quinto maior mercado de futebol em volume de negócios.

Se o apetite chinês pelo futebol se igualar proporcionalmente ao inglês, líder em negociações, o investimento em contratações do país asiático será o dobro do da Inglaterra até o final desta década.

Até o meio do ano passado, a China estava fora do grupo dos 20 maiores compradores. Mas deverá ser incluída já neste ano.

Em dezembro, o Shanghai Shenhua pagou R$ 57 milhões pelo francês Nikolas Anelka, ex-Chelsea.
O brasileiro Kaká, do Real Madrid, está na mira do clube chinês neste ano.

Drogba, também do Chelsea, é outro que pode deixar o futebol europeu para jogar no oriente. Time do argentino Conca, o Guangzhou Evergrande anunciou no mês passado interesse em contratar o atacante marfinense.

Fonte: http://www.tribunadabahia.com.br/news.php?idAtual=104038

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Negócios da China


Após o caso envolvendo Ronaldinho, Flamengo e Traffic, será mesmo que as parcerias clube-investidor valem a pena?

Por Matheus Harb

Já faz algum tempo que as parcerias tomaram conta do futebol brasileiro. Com investimentos, ajudaram a construir boas ou grandes equipes, desempenhando um papel central no novo cenário do esporte no país. No entanto, a boa intenção da ideia é, por vezes, um tiro que sai pela culatra, como visto no caso Ronaldinho e Flamengo. A chance de acontecer um desfecho negativo, como esse, compensa a aposta no casamento?
Boa parte dos casos de parcerias investidor-clube, no Brasil, começaram com ótimas perspectivas. ISL e MSI montaram supertimes que prometiam conquistar o mundo ou, ao menos, é a impressão que se tinha no início. Aos poucos, o 'amor' acabou, o dinheiro saiu, ficaram as dívidas. Grêmio e Corinthians se envolveram com gente que, para se ter uma ideia, são alvos até hoje de investigações em nível federal. Isso pra não falar nos rebaixamentos que vieram dessas uniões mal geridas.
O quadro evoluiu, e novos atores entraram em cena. Empresas de marketing esportivo possuem um grande número de atletas em todas as divisões do país, um modelo de negócio mais 'diplomático' que o anterior. E, mesmo assim, os desentendimentos continuam. Responsável pela contratação, e pelo pagamento de R10, a Traffic é também uma das motivadoras da crise que reina no Flamengo, ao descumprir um acordo que, em janeiro do ano passado, parecia à prova de falhas. O Grupo Sonda entrou em rota de colisão com o Santos, desde o episódio da venda de parte dos direitos de Ganso.
É claro, também existem exemplos positivos na história. A mesma DIS ajudou a montar a base do Inter campeão da Libertadores de 2010, e sua contribuição ainda se faz presente. O Flu, com o apoio da Unimed, inicia a nova temporada com um dos elencos mais fortes dos últimos anos, e larga como favorito nas competições que disputa. Mas vamos com calma. Se, por acaso, esses dois 'mecenas' saíssem repentinamente de jogo, os dois clubes estariam em apuros.
Pensar a questão sob uma perspectiva anti-investidores, porém, não ajuda a discutí-la. As parcerias estão fortalecendo o futebol que é praticado no país, tanto nos reforços quanto na manutenção de jovens valores vão surgindo. A questão, parece, é como manter o casamento com esses investidores. Na ambição de vencer, os clubes se esquecem de avaliar os riscos de cada união que fazem, e a pesada conta só chega depois. Por aí, quem sabe, a relação começa a ficar mais sadia.
De qualquer forma, é preciso imaginar alternativas para o modelo vigente. Mais cedo ou mais tarde, os clubes vão querer de volta sua autonomia, e isso depende de seu poderio financeiro. Até lá, vai ser difícil, mas necessário, resistir às tentações dos investimentos milagrosos. No final das contas, nem todo negócio é da China.

Exclusivo: Rúgbi foca em categoria formativa para cativar pessoas e consolidar “virada da pirâmide” nos próximos dois anos no RS

por Eduardo Moura/Final Sports



Não faz muito. Há pouco mais de 10 anos a caminhada do rúgbi gaúcho iniciava. A criação do Charrua Rugby Clube inaugurou o processo de disseminação do esporte britânico – como o futebol – disputado com as mãos e passes somente laterais ou para trás. Hoje com aproximadamente 25 polos espalhados pelo Rio Grande do Sul, participação garantida na Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro, o rúgbi se preparava para a virada na gestão e consequente popularização do esporte.  

Acompanhe nesta quinta e sexta-feira no Final Sports em duas matérias especiais a entrevista exclusiva com o presidente da Federação Gaúcha, Nilson Taminato. Na primeira edição, o dirigente conta os planos para 2012 da gestão atual da FGRugby, eleita no final de 2011 para os dois anos seguintes. A intenção é de consolidar um público por meio de três níveis: formativo, intermediário e competitivo. Os olhos se voltam com carinho para o primeiro. Uma vez cativados, os participantes tendem a continuar no esporte. Pesquisa da empresa de consultoria e auditoria Delloite coloca o esporte como o que mais crescerá nos próximos anos, ao lado do MMA.

O início do esporte aconteceu nas universidades e escolas britânicas, junto com o futebol, ainda nos idos anos do século 19. Para desmistificar o rúgbi do preconceito de violência, a intenção é implantar nas escolas o tag rúgbi, que consiste em cada jogador levar um lenço no calção, pendurado. Assim, quando outro puxa o pedaço de tecido, a jogada para. Além disso, o chamado ‘terceiro tempo’ é incentivado: a confraternização após os jogos entre os times é uma necessidade do festival. 

A projeção de Taminato é de “virada da pirâmide” para 2013 ou no máximo 2014. O ato tão falado pelo dirigente vem de teorias de gestão do esporte, mas ao contrário. Confederações usam a pirâmide como metáfora, com a ponta representando o esporte em alto nível. O trabalho inicia nas categorias de base, e vai subindo até a ponta. Na FGR, acontece o contrário.

No entanto, a Federação preferiu trabalhar com os moldes de uma pirâmide invertida. Como tratou de criar um público consumidor, um público jogador, pessoas que entendessem do esporte, tratou de criar pessoas que pudessem ser capacitadas para após serem transformadas em dirigentes, árbitros, técnicos. Segundo Taminato, a virada para o modo normal, com trabalho focado na base, será nos próximos dois anos.

- Confira abaixo a primeira parte da entrevista exclusiva com Nilson Taminato.

Final Sports: Como começou a caminhada do rúgbi gaúcho?
Nilson Taminato: Organizadamente, começamos o rúgbi a partir de 2001, com a formação de um primeiro time. Parece que houve a prática anos antes, no Sinodal, na Esef. Mas organizadamente, começou com a criação do Charrua, em 2001, fundado em 2 de junho. Desde ali eu e mais alguns interessados montamos esse grupo para jogar mesmo. Sou de São Paulo e já praticava lá. Joguei infantil e juvenil. Tinha outro também que jogou, tinha um argentino aqui também, e os argentinos são fortes, potência no rúgbi. Fomos montando o grupo, sempre pensando na parte organizacional. Apesar de em São Paulo o rúgbi ser centenário, passou muito tempo desorganizado. Ficamos sem viajar quando eu era juvenil na Seleção por desorganização. Agora que estamos tentando devolver algo para o esporte, não queremos que isso se repita, e que cresça de forma sustentável, tranquila. Sem passo maior que a perna, porque é um esporte que tem um preconceito de violência e desconhecimento.  

FS: A evolução para uma federação foi natural, então?
NT: Fomos aos poucos mantendo o grupo. Com isso surgiram outros também, e incentivamos isso, no Charrua mesmo surgiram outros. Fui presidente do Charrua, primeira e segunda gestão, e saí. Montamos um grupo de desenvolvimento, em 2005 ou 2006, não era uma federação, até porque não estava na hora, não estava consolidado o esporte. Foi para pensar como pessoas afastadas de um clube, do esporte como um todo no Estado. Fizemos o primeiro Campeonato Gaúcho, o segundo e o terceiro, em 2006, 2007 e 2008. E organizamos a federação gaúcha. Organizamos tudo para todos participarem. E surgiram posicionamentos contrários, divergências, mas não tem uma linha diferente do que hoje está vigorando. Não são duas vertentes, duas ideias, por isso que falo que estamos alinhados. O ex-presidente é de outro grupo, mas nós o convidamos para fazer parte e agregar. Hoje ele é meu vice e eu ajudei na gestão dele também.  

FS: Ainda não é a hora de existir oposição, é isso?
NT: Não tem porque hoje separar. O importante é agregar, mesmo com ideias um pouco diferentes. Temos que nos unir, nos juntar para crescer juntos. Mesmo sendo de times adversários, já que o rúgbi é muito aguerrido e acaba surgindo coisas dentro do campo, e passa para diretorias, enfim, mas estamos capitalizando para um bom sentido. Estamos acompanhando, eu pessoalmente não gostaria de assumir agora, mas percebi que era o momento, principalmente estratégico. Montamos uma chapa e vamos seguir o que estava sendo feito, por isso digo que está alinhado com o grupo anterior.

FS: Quais as ideias iniciais para essa próxima gestão?
NT: Vamos manter os mesmo campeonatos, mas vamos dividir três níveis do rúgbi e consolidar isso. Nos três níveis: competitivo, intermediário e formativo. Fala-se muito na pirâmide no esporte. Da forma como você quer crescer. É sempre em formato de pirâmide que se trabalha na categoria de base, e vai subindo até a parte competitiva, que para os patrocinadores é o produto. Essa normalmente é o que acontece. Infantil, juvenil, vai subindo, tanto feminino quanto masculino, até o profissional.

FS: E como funciona a parte formativa?
NT: Montamos esse campeonato na gestão passada, quando eu fui diretor de desenvolvimento, que é dos times que estão começando, debutando no rúgbi. Nesse campeonato, que é sempre de 15, pode-se jogar com 12 ou 10, dependendo do adversário, em conversas com os capitães. Por felicidade conseguimos jogar rúgbi union (15 jogadores) na maioria das vezes. Nesse campeonato relevamos algumas regras para diminuir a competitividade. Tiramos o ‘tackle’ (ato de agarrar o adversário e o colocá-lo ao chão para parar uma jogada) e o ‘scrum’ (disputa pela bola onde os jogadores se encaixam, empurrando-se, com a bola parada no chão). Fizemos regras de transição para que se consiga diversão e se machuque menos. Nesta idade, o corpo não está formado. Na competitiva, sim. Não são dois tempos de 40 minutos, é 10min por 10min, 20 por 20. Chamamos de festival.

FS: É um incentivo para que as pessoas fiquem no esporte?
NT: O time que tem uniforme ganha ponto, quem está presente ganha ponto, quem perde ganha ponto. Quem ganha, ganha uma bola, quem perde, ganha duas. É uma grande brincadeira. Foram vários times nessa formativa, e o resultado foi muito positivo. Em 2012, queremos aumentar, no formato de etapas. Acontece tudo em um sábado ou domingo. Então queremos três em cada semestre. Cada uma em uma em cidades diferentes, locais que achamos que tem potencial e que pode desenvolver o esporte. Cidades que achamos que estão nos apoiando. Vendemos um evento. E para o time da cidade é muito bom também.

FS: Quanto esses campeonatos são importantes para os clubes?
NT: Fizemos o último evento em Estrela. Lá eles já têm campo, estrutura, apoio da Secretaria do Esporte. E esse ano teremos mais participantes. O campeão foi o Centauro, e foi o primeiro ano deles. As equipes podem ter times em todas as divisões, na formativa, intermediária e competitiva. Os grupos são grandes e, se não há atividade, não mantém os jogadores. Novo Hamburgo jogou a competitiva e a formativa. O Charrua e o San Diego na competitiva e na intermediária. Lanceiros já jogou o Campeonato Gaúcho, mas agora partiu para a formativa, porque caiu um pouco. Está voltando. Maragatos é um grupo novo, uma gurizada de Sapiranga, e que participou. O interessante dessa cidade é que quem apoia não é a Secretaria de Esporte, é a da Educação.

FS: Vocês buscam essa identificação com instituições de ensino, com o início do rúgbi lá atrás?
NT: Acreditamos muito nisso, por isso foi uma vitória. Para tirar o preconceito de violência. Fizemos palestra com os professores lá, e já temos agendado um curso de formação dos professores de educação física. Eles querem implantar lá o tag rúgbi nas escolas municipais. Sobre esse formato, que cada jogador carrega uma fita no calção, que arrancada automaticamente para a jogada, queremos colocá-lo nas escolas.

FS: A partir daí a intenção é focar nas crianças?
NT: A ideia é essa, assim que virarmos a pirâmide, vamos trabalhar nisso. Teremos pessoas capacitadas, se não ex-jogadores, pessoas envolvidas, serão professores de educação física, e viramos a pirâmide e trabalharemos na base, principalmente com o infantil. Se não trabalhar no início, destrezas finas que se trabalha lá no guri, você não consegue em um com 18, 20 anos. Que é a regra de começar. Queremos colocar nas escolas, vamos começar com o tag para ter interessados, para dar a virada. Em 2013 ou 2014 queremos dar a virada da pirâmide.

FS: Porque não utilizar o processo de pirâmide invertida?
NT: Não se consegue fazer isso no rúgbi porque não há quem jogue e ensine. O que começamos desde o Charrua é contrário, porque tu começas com uma célula de pessoas que já conhecem, que se interessam, e esse grupo vai se formando. Hoje é invertido, para formar uma massa crítica. Estamos próximos da virada no rúgbi gaúcho. Você já tem uma massa crítica inicial interessada. Antes se falava com base, infantil, mas não tem quem seja o dirigente, o árbitro, o professor. Então, adotamos essa ideia e invertemos. 

FS: E onde estamos nesse sentido?
NT: Estamos um pouquinho antes da linha média. Não estamos tão maduros para iniciar o trabalho visando à qualidade, já que o esporte é alto nível. Estamos formando e juntando pessoas. Por isso que acho que estamos antes da linha. A competitiva é inevitável existir, se não existisse, teria um desestímulo ao esporte. O patrocínio também. Ano passado a final do Gaúcho passou na TV Com, esse ano vai de novo. Teve na Sportv o Super 10, e os campeonatos de Seven, que é a modalidade olímpica hoje.

FS: O que falta, então, para essa virada?
NT: Nesta pirâmide, com vários clubes, pessoas novatas, experientes, temos dirigentes, temos os quatro agentes: dirigente, treinador, jogador e árbitro. Aqui em cada clube, temos isso. Se não tem, estimulamos com reuniões. O rúgbi se trabalha e brinca com isso o tempo todo. Essa é a minha ideia, deixar sustentável com a tua vida. Temos pessoas agora, o momento é de capacitar. Os árbitros agregam muita qualidade. Um árbitro bom ensina o jogador. Veja a iniciativa do árbitro com o microfone aberto para a televisão no Super 10. Foi um sucesso, no programa de futebol comentaram sobre isso, o respeito com o árbitro.

FS: E como a FGR planeja os próximos anos?
NT: Qual é a nossa deficiência? Técnica. De passar, de arbitragem e de treinadores. Não temos isso. Se a gente vai profissionalizar o rúgbi, a gestão, e isso faremos, não vai ser com a parte técnica. Não teríamos condições financeiras. Para viabilizar isso em 2013 ou 2014, para contratar um técnico. O Charrua fez isso. Recebemos currículos bacanas para trabalharem aqui.

FS: O contexto econômico do Brasil na América do Sul ajuda nesse sentido?
NT: Essa parte economicamente vai ser interessante para nós também, eles gostam dessa possibilidade de vir para cá pela economia. Mas não vamos contratar hoje um técnico porque não poderíamos mantê-lo. Vamos fechar com uma empresa de gestão esportiva para a parte administrativa. Vamos nos organizar para não ter uma instituição desacreditada. Nesses campeonatos todos, na formativa, juvenil, infantil, adulto, seleções, daqui a pouco estipulamos regras e não conseguimos cobrar. Uma instituição desacreditada não tem condições de se manter.

FS: Qual será o papel dessa empresa contratada?
NT: Primeira medida é profissionalizar a gestão, a parte administrativa. Essa empresa vai nos auxiliar na captação de recursos, tanto privados quanto públicos. Eles trabalham ainda na parte de capacitação e gestão. Este ano vamos cobrar inscrição dos jogadores e dos clubes para se federar. E assim vamos conseguir remunerar a pessoa jurídica. Vinculamos com o número de jogadores, se são 100 inscritos, vai para a empresa 10% daquilo. Eles abraçaram isso, e a gente vai conseguir tranquilidade. Com isso, podemos nós diretores, o técnico, o financeiro, o administrativo, não vai ter que quebrar pedra, apagar incêndios. Vai pensar na pasta dele. Vamos ter realmente diretores, cabeças pensantes.

FS: Mas a parte técnica não fica para trás?
NT: E se der, já vamos contratar o técnico em 2013. Temos pessoas interessadas. Fora isso, não vamos deixar um vão livre na questão técnica, sem conteúdo. Já contatamos a CBRu, e eles vão nos trazer cursos de arbitragem, de capacitação, de treinadores, do tag rúgbi, e infantil. A parte técnica, vamos tentar suprir dessa forma. Vamos usar os favores deles, a parte financeira é a regra, é sustentabilidade. Vamos fazer com 10, se tiver 10. Se tiver 1.000, faremos melhor. Mas não temos pressa, não temos que dar salto maior que a perna.

FS: O processo é de criar novos clubes?
NT: De manter. O que acontece: alguns clubes de rúgbi incentivamos a ter tudo certinho, como pessoa jurídica, e tentamos replicar para os caras. Treinem, joguem, mas pensem na pessoa jurídica, CNPJ. Agora acabou de ser aprovada a lei Estadual do Esporte. Essa empresa também vai ajudar os clubes a dar apoio jurídico, administrativo. E financeiro também. Se você tem toda a documentação, vamos tentar captar dinheiro para os clubes.

FS: De que forma chega no RS o sucesso da CBRu?
NT: Respinga de que forma: a Topper e o Bradesco são os parceiros. A Topper respinga pela comunicação ampla que está mostrando, pela marca e rúgbi em geral. As pessoas conhecem muito mais o esporte do que ano passado. A divulgação maior tem que ser aqui. Mas a luz respinga na divulgação. Aí as pessoas daqui buscam núcleos para treinar rúgbi.

FS: E o outro parceiro?
NT: Chega também material, com cursos e também com a parte competitiva, no qual somos representados pelo Farrapos. Esse ano foi o primeiro ano que o Super 10 foi rentável. O esporte sempre foi muito amador, e pagávamos do nosso bolso. Imagina um Campeonato Brasileiro indo para o Nordeste, São Paulo, Rio de Janeiro. O Bradesco pagou tudo isso, todas passagens do Farrapos, isso já é demais. Tivemos um representante lá, respingou assim. Esse ano vamos ver como vai ser, mas em termos de apoio, prevejo que seja com treinos, semelhantes, mais incremento nos cursos que estamos precisando. Vai de acordo com os que estamos pensando.

FS: E a federação do RS, como ganha nesse sentido?
NT: Tem possibilidade de já ter projetos formatados para entrar atrás das verbas da Fundergs. Fora isso, temos apoios apenas para a federação. A situação dos clubes é diferente, já tem patrocínio. A Federação busca a verba pública da Fundergs, já temos condições com a pessoa jurídica, e vamos entrar. Fora isso, é apoio, duas marcas de material de rúgbi que fornecem para o Brasil e para São Paulo. Com essa empresa e o dinheiro cobrado para se federar, vamos começar a formar uma caixinha, de repente, para em seguida vamos aplicar na parte técnica.

FS: Há também treinamentos de times na Esef, da UFRGS. Que relação há com a universidade?
NT: A UFRGS é um apoio nosso forte, firmamos um convênio com eles que nós cedemos esse recurso humano para capacitar os próprios alunos, para formar uma matéria optativa na própria faculdade. Vão fazer eventos, e em contrapartida eles dão o apoio de local e nós de pessoal. Só tem cursos em São José, em São Paulo, é o maior time do Brasil disparado.