Páginas

domingo, 25 de novembro de 2012

Palestra mostra como Brasil deve aproveitar Copa e Olimpíada


Por MÔNICA GARCIA

O 1º Encontro Internacional de Marketing Esportivo aconteceu na cidade universitária da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e foi realizado pelo Centro de Estudos em Marketing Esportivo da COPPEAD juntamente ao British Council.
O evento reuniu estudiosos no assunto, representantes de empresas patrocinadoras de eventos, como Olimpíada e Copa do Mundo, além do professor de estratégia e marketing esportivo do Coventry Business School e fundador do CIBS (Centre for the International Business of Sport), Simon Chadwick. Eles explicaram como o Brasil deve aproveitar os grandes eventos que receberá em breve: a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.
Considerado um dos maiores nomes do marketing esportivo europeu, Chadwick abordou os principais obstáculos e ganhos que Londres obteve a partir da experiência da Olimpíada. Ele destacou a importância que os Jogos deixaram para a capital britânica, passando principalmente pelo legado que grandes eventos podem deixar e representar para o país que o sedia.
Chadwick mostrou que estes ganhos deixados para Londres foram muito além da infra-estrutura. O legado foi uma questão primordial para que os Jogos fossem um sucesso. Segundo o professor, o Brasil já passou a imagem para o mundo todo que sabe fazer grandes festas, como o Carnaval, e que é um povo feliz. Agora precisa passar a imagem de que é uma terra de oportunidades e investimentos.
"Essa imagem do Brasil que sabe fazer festa, Carnaval e que tem lindas praias, todo mundo já conhece. Agora é hora de o Brasil passar a imagem de que é uma terra de oportunidades. Uma terra onde as pessoas e as empresas estão crescendo, prosperando e se desenvolvendo. Onde a pobreza está sendo erradicada e que tem um grande futuro", disse Chadwick.
Outro ponto abordado pelo professor londrino foi como a marca pode ficar em voga com uma simples estratégia de marketing. Chadwick mostrou propagandas simples que podem fazer um grande sucesso, como o uso de uma marca na cueca de um jogador em campo. Essa imagem chegaria a milhões de pessoas no mundo.
Para o gerente da marca Powerade, da Coca-Cola, Fernando Sá, a palestra serviu para aprender como o legado de Londres pode ajudar o Brasil pós-2016, já que é preciso ir além do financeiro. De acordo com Sá, é fundamental pensar no ser humano.
"É muito importante pensarmos como agentes transformadores da vida das pessoas. Os grandes eventos irão passar, mas precisamos ter comprometimento para que estímulos sejam além dos dias de eventos", afirmou Sá.
"Essa palestra serviu para que possamos entender a dimensão desses grandes eventos que vamos sediar. Embora esteja aqui com a lente de marketing de uma empresa patrocinadora há muitos anos, também estou como brasileiro, para entender o que eu posso através do meu trabalho deixar de legado", emendou.
A escolha do nome de Chadwick para ministrar esse primeiro encontro, de acordo com o professor Victor Almeida, da COPPEAD, foi por causa da proximidade da teoria estratégica esportiva que vem sendo desenvolvida na Europa e a prática em negócios que o fundador do CIBS tem.
"Essa palestra vem sendo pensada há cinco anos. E quando pensamos em nomes para trazer, muitos de estudiosos foram levados à mesa. Pensamos em nomes de professores americanos, que são grandes entendedores do assunto, mas o esporte no Brasil é muito diferente dos Estados Unidos, então essa visão pouco nos ajudaria", disse.
"E a teoria que vem sendo desenvolvida na Europa é mais parecida com a nossa, por isso o nome do Simon para ministrar esse primeiro encontro. O Simon circula muito bem entre a teoria e a prática, e isso é um grande diferencial. Somos um centro acadêmico, mas voltado para a prática, para os negócios, pois juntamos o mundo acadêmico com o mundo dos negócios, e o Simon também", afirmou o professor.
De acordo com Almeida, esse será apenas o primeiro encontro de muitos que acontecerão até 2016. Para o professor é preciso que os patrocinadores e estudiosos tenham uma boa teoria para que a prática seja mais bem aproveitada para todos.
"Quando as pessoas que vão fazer grandes eventos tem acesso a boas teorias, isso se reverte em uma prática maravilhosa. Penso que a prática não se dissocia da teoria e vice-versa. Por isso queremos cada vez mais reunir esses dois mundos, acadêmicos e de negócios", concluiu Almeida.
Para o diretor da British Council no Rio de Janeiro, Guilherme Guimarães, o grande conhecimento adquirido com os Jogos de Londres 2012 do professor Chadwick pode ajudar o Brasil não cometer os mesmos erros britânicos.
"Por ele ter estado tão próximo dos Jogos de Londres, acumulou grande experiência e conhecimento que podem nos ajudar a não cometer esses erros que eles cometeram, e também potencializar os acertos que tiveram. Um ponto abordado por ele que considerei fundamental foi que não temos que nos preocupar em sediar a Olimpíada mais organizadas, mas sim entender qual é a nossa essência e trabalhar em cima da nossa própria essência", concluiu.

Fonte: http://esportes.terra.com.br/noticias/0,,OI6294878-EI1137,00-Palestra+mostra+como+Brasil+deve+aproveitar+Copa+e+Olimpiada.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário