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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Novo espaço dedicado à gestão do esporte

Inaugurado mais um espaço virtual dedicado à Gestão do Esporte. Esse espaço, originalmente, teve início em 7 de novembro de 2011 com o blog de mesmo nome. A partir de hoje, aqui será o espaço para reflexões sobre teoria e prática da gestão do esporte. Textos, vídeos, artigos e muito mais sobre a área buscando contribuir com a criação do conhecimento nesse setor. Confira em: https://www.facebook.com/Esporteegestao

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Caso Engenhão: Eduardo Paes diz que devolução do Engenhão é 'besteira' e garante que Prefeitura não paga por reforma


Ainda sem previsão para ser reaberto, o futuro do Engenhão é incerto. Nesta quinta-feira, o prefeito Eduardo Paes avaliou como "besteira" a possibilidade de o Botafogo devolver o estádio e garantiu que o município não vai pagar pela reforma do local, interditado desde a última semana por causa de problemas estruturais na cobertura.

"Acho uma besteira devolver, não fui informado de nenhuma decisão formal do clube. Sugiro que a decisão do Botafogo não seja a de devolver um estádio das dimensões do Engenhão, que terá um papel a cumprir", afirmou Paes, em entrevista à BandNews FM Rio, lembrando que o estádio será usado nos Jogos Olímpicos de 2016.

Na última terça -feira, Carlos Augusto Montenegro, ex-presidente do Botafogo e muito influente na política do clube, confirmou o movimento para que o clube devolva o Engenhão à Prefeitura do Rio, dizendo que o estádio está "podre". Nesta quarta, o presidente alvinegro Maurício Assumpção se reuniu com Eduardo Paes, e na noite desta quinta uma reunião do Conselho Consultivo do clube vai se reunir em General Severiano para discutir o assunto.

A indefinição sobre quem vai pagar a conta para resolver o problema do Engenhão também continua. Eduardo Paes garante que a Prefeitura não é responsável, o Botafogo é outro que se exime de culpa, já que tinha responsabilidade apenas na manutenção. A contrutora Delta foi responsável pelo projeto e início dos trabalhos, mas abandonou as obras. Um consórcio formado por OAS e Odebrecht assumiu e finalizou o estádio.

"Nem por um decreto (a Prefeitura vai pagar pela reforma). A Prefeitura está trabalhando para dar uma solução com a maior brevidade possível. E me parece que essa solução é de responsabilidade de quem fez o estádio, e não do município", disse o prefeito do Rio de Janeiro, que completou.

“Parece que o problema é do modelo matemático. Não estou querendo eximir ninguém de culpa, do passado, das responsabilidades, das lambanças da obra. Mas parece que essa história da estrutura é uma coisa de um engenheiro que fez uma conta errada”.

Fonte: http://www.espn.com.br/noticia/320833_eduardo-paes-diz-que-devolucao-do-engenhao-e-besteira-e-garante-que-prefeitura-nao-paga-por-reforma

Caso Engenhão: Botafogo planeja devolver Engenhão à Prefeitura


Decisão será tomada na quinta-feira
Na ocasião, conselheiros e todos os poderes do clube vão se reunir

Por Tatiana Furtado

RIO - Há cinco dias, o presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, dizia que a devolução do Engenhão à prefeitura não estava em pauta. A princípio. Os dias se passaram, as dificuldades e as perdas financeiras se mostraram grandes, e o dirigente está perto de devolver à prefeitura as chaves do estádio, casa do alvinegro nos últimos seis anos. Na quinta-feira à tarde, todos os conselhos e poderes do clube vão se reunir na sede de General Severiano para tratar do assunto e respaldar a decisão do presidente, que tende pela rescisão do contrato de concessão.
Ainda esta semana, Maurício Assumpção irá se encontrar com Eduardo Paes. Uma dos inúmeras conversas o prefeito do Rio para tentar minimizar as perdas que o clube coleciona desde a interdição do estádio, há uma semana. A principal delas, a iminente assinatura do acordo dos naming rights (direitos de propriedades do nome do Engenhão), que valeria aos cofres do clube cerca de R$ 30 milhões. O Botafogo já foi informado por uma empresa com a qual negociava que não há mais interesse, nem futuramente.
O movimento de devolução do Engenhão é encabeçado pelo ex-presidente e conselheiro do clube Carlos Augusto Montenegro, que tem conversado com Assumpção. Ele afirma que até mesmo a pequena oposição alvinegra está a favor da entrega do estádio aos donos.
— Não estamos vendo outra solução. Não há. A serventia para o Botafogo acabou. O clube não tem condições de gerenciar. Mesmo que a prefeitura arque com a manutenção, não haveria tanto lucro — afirma Montenegro, que garante que não haverá problemas jurídicos na devolução. — É melhor devolver para que eles tenham tranquilidade de fazer os ajustes necessários. Vai ser mais fácil para as reformas para as Olimpíadas.
O Botafogo já formou uma junta de advogados para buscar os responsáveis pelos danos financeiros. Sem poder mandar jogos e alugar o estádio para grandes eventos, o clube terá de rever seus contratos relativos aos camarotes vendidos, locações e placas de publicidade.
O clube se exime de todos os problemas estruturais que o estádio apresenta desde o início da concessão, em 2007. De acordo com o alvinegro, a manutenção sempre foi feita, mas havia questões que só uma grande reforma resolveria. Em uma das reuniões na prefeitura, o presidente alvinegro apontou outros problemas, que raramente vinham a público. Assumpção afirma que o clube tentava resolver com paliativos e, depois, procurava quem deveria pagar pelos gastos. Desde falhas no sistema hidráulico ao sistema elétrico, que foram responsáveis pelos constantes apagões nos primeiros anos de uso e pela falta de água até hoje em alguns pontos do estádio em dias de jogo de maior público. Até o placar eletrônico, que não está funcionando há algum tempo, e os telões apresentam defeitos de fábrica.
Porém, a interdição do estádio ocorreu por um motivo maior. Na última terça-feira, o prefeito Eduardo Paes anunciou o fechamento do Engenhão, por tempo indeterminado, devido ao deslocamento, além do previsto no projeto original, dos arcos de sustentação das coberturas dos setores Leste e Oeste. A empresa alemã SBP emitiu um laudo que dizia que ventos acima de 63km/h poderiam fazer as estruturas de concreto ruírem.
A prefeitura recebeu o documento na terça-feira passada e anunciou a interdição imediata. No dia seguinte, no entanto, a maior parte das atividades no estádio —,como o uso por atletas da pista de atletismo e do campo principal, a área administrativa e o campo anexo para os treinos do Botafogo — foi liberada.
Em 2010, laudo da empresa portuguesa Tal Projecto já recomendava a interdição parcial do Engenhão, com a restrição de uso para ventos acima de 115km/h. Em 2007, a Alpha Engenharia e Estruturas, responsável pela construção da cobertura, afirmou que não havia os problemas. Agora, engenheiros da mesma empresa negaram conhecer qualquer problema estrutural, mas confirmaram que o teto deve ter acompanhamento contínuo.
Caso receba o Engenhão de volta, a prefeitura deverá fazer novo edital de licitação para a concessão do estádio. Como não está previsto no orçamento o custo para manter o espaço, o processo licitatório poderá ser feito em caráter de urgência. Especula-se que uma empresa que estaria interessada no Maracanã também poderia ficar com o Estádio João Havelange.
Enquanto não decide o futuro da sua casa, o Botafogo se prepara para o clássico com o Vasco, que será em Volta Redonda. Desde 2011, o alvinegro não joga no Raulino de Oliveira, quando empatou com o Fluminense por 1 a 1, na última rodada do Brasileiro. Porém, com a interdição do Engenhão, o chamado Estádio da Cidadania, como é conhecido, será o palco de Seedorf e Cia. na maioria dos jogos. Incluindo a final do Carioca, na qual o time de Oswaldo de Oliveira tem presença garantida, por ter vencido a Taça Guanabara. No Brasileiro, o clube ainda estuda onde fará seus jogos como mandante até que o Maracanã possa ser usado. Assumpção já admitiu não acreditar que o estádio seja liberado para os grandes cariocas antes da Copa de 2014.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/carioca-2013/botafogo-planeja-devolver-engenhao-prefeitura-8002259#ixzz2PX15RJSL 

Final entre Osasco e Rio terá 'olhos eletrônicos' para evitar polêmicas


Equipes vão ter direito a dois desafios por set. Árbitro da decisão aprova sistema eletrônico importado da Polônia pela CBV

Por Marcos Guerra

Marcações duvidosas da arbitragem não vão ter vez na final da Superliga feminina de Vôlei entre Osasco e Rio de Janeiro, neste domingo, às 10h, no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Um recurso eletrônico importado da Polônia vai ser usado na decisão para auxiliar os árbitros nos lances polêmicos. A tecnologia também deve ser usada na final da Superliga masculina, no dia 14.
A tecnologia criada por uma empresa polonesa, que conta com o aval da Federação Internacional de Voleibol (FIVB), funciona como “olhos eletrônicos” dos árbitros. Sistemas parecidos para tornar o esporte mais justo e evitar que erros humanos de arbitragem prejudiquem uma equipe ou atleta já são usados em outros esportes como tênis, futebol americano e na NBA. Uma estação de vídeo será montada no domingo próxima à mesa de controle da arbitragem e vai  receber imagens de 16 câmeras especiais, posicionadas estrategicamente para capturar lances dúbios em todas as linhas da quadra e também possíveis invasões por cima e por baixo da rede.
No domingo, Osasco e Rio de Janeiro vão ter direito a dois desafios por set. O pedido deve ser feito pelas capitãs do time - Jaqueline e Fofão - imediatamente após o lance considerado polêmico. O 2º árbitro irá analisar o replay da jogada. Nenhum representante de ambos os times poderá interromper ou afetar o trabalho do árbitro.
Além disso, o primeiro árbitro tem o direito de pedir pela verificação de vídeo em caso de dúvida, desde que seja um ponto decisivo do set / jogo. O controlador da estação de vídeo pode reprisar o lance em “super slow” apenas dez segundos depois do desafio.
- As câmeras conseguem captar 110 frames por segundo. Isso é cinco vezes mais do que um olho humano é capaz de enxergar. Ainda estamos em fase de desenvolvimento e acreditamos que possamos registrar 200 frames na próxima temporada - afirmou o polonês Grzegorz Najder, que trouxe a nova tecnologia ao Brasil e a comandará na final da Superliga.



Além de já estarem em utilização há dois anos na Liga Polonesa, esses recursos eletrônicos foram utilizados também no Mundial de Clubes do ano passado, no Catar, e na última Liga dos Campeões da Europa. Diferentemente do sistema utilizado no tênis, a tecnologia polonesa ainda tem “pontos cegos”, que ocorrem apenas em caso de uma atleta se posicionar em frente à câmera selecionada justamente no momento em que a bola toca o piso da quadra - os árbitros de linha foram instruídos para se posicionarem sem atrapalhar as câmeras.
- É um sistema totalmente diferente do usado no tênis (baseado em sensores). São soluções diferentes para chegar à decisão precisa. Conseguimos esclarecer 90% dos casos. Se não for possível, a palavra final é a do árbitro - explica Grzegorz.
Este ponto é que gera um pouco de preocupação. No evento-teste realizado pela  Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), na noite desta quarta-feira, os recursos eletrônicos geraram algumas dúvidas na arbitragem. Foi a primeira vez que os árbitros Anderson Luiz Caçador e Sílvio Cardozo da Silveira, que vão apitar a final da Superliga Feminina, tiveram contato com o equipamento. Se o árbitro não sentir 100% de confiança na imagem disponível, ele pode decidir voltar o ponto. Como cada set pode acontecer quatro desafios - dois de cada equipe - a partida pode acabar ficando mais longa. Em média, no evento-teste, cada desafio paralisou a partida por um minuto.
Na final da Superliga, cada equipe terá direito a dois desafios por set, e um erro do desafiante não elimina a segunda contestação, como ocorreu no Mundial. Os times poderão pedir o desafio para verificar se a bola caiu dentro ou fora, se houve invasão na quadra adversária ou de ataque, se houve toque do bloqueio na rede ou se ocorreu toque da bola ou do atleta na antena.
Para o superintendente técnico da CBV, Renato D´Ávila, o sistema tem como principal vantagem proporcionar um jogo mais justo.
- Certos ataques no voleibol são muito rápidos. É praticamente impossível para o árbitro ter uma posição com 100% de certeza. Com essa tecnologia, o resultado final da partida é mais justo - disse Renato.
No evento-teste organizado pela CBV, houve uma dificuldade de comunicação entre atletas, juízes e os técnicos poloneses, que falam inglês.
- Sendo bem usada, essa tecnologia vai nos ajudar muito. Os jogadores estão muito fortes e, por isso, a bola está mais rápida agora. Então, essa novidade vai jogar junto com os árbitros. Espero que os atletas compreendem que, assim como eles, nós também erramos. A aceitação foi muito boa no Mundial, porque sempre é melhor corrigir uma falha - disse o primeiro árbitro da final, Anderson Caçador.
Com 22 anos de experiência, o árbitro internacional espera ter a tecnologia como aliada daqui para frente no seu trabalho.
- Somos humanos e podemos errar, mas estamos preparados para fazer o nosso papel, que é falhar o menos possível. E esse novo sistema faz com que o erro seja cada vez mais evitado - completou.

Fonte: http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2013/04/final-da-superliga-feminina-tera-olhos-eletronicos-para-evitar-polemicas.html

BT explica fim de projeto olímpico e se defende em caso de irregularidades


Entidade diz que iniciativa, posta em prática junto com o Ministério do Esporte, não tinha flexibilidade e que não houve danos aos cofres públicos

A Confederação Brasileira de Tênis (CBT) explicou nesta quinta-feira os motivos para o fim do Projeto Olímpico Rio Tênis 2016, criado em agosto de 2011 após idealização de Gustavo Kuerten e supervisão de Larri Passos, e posto em prática em convênio entre a CBT e o Ministério do Esporte. De acordo com a entidade, a iniciativa, que durou apenas 12 meses, mas deveria ser renovada anualmente visando os Jogos Olímpicos do Rio 2016, foi descontinuada por causa de uma inadequação do projeto à "flexibilidade" que o tênis exige, e não por causa de irregularidades na prestação de contas.
Em comunicado oficial, a CBT ressaltou que tem dois novos projetos em mente, o Medalha Olímpica e o Rede Nacional, que foram pensados para a "realidade operacional do tênis". Segundo o texto, a rotina dos tenistas durante treinos e torneios impede que os gastos definitivos sejam apresentados antecipadamente, reforçando que os custos com passagens e estadia de um atleta dependem diretamente do desempenho dele em cada torneio.
A CBT também esclareceu que não foi observado nenhum dano aos cofres públicos na prestação de contas. De acordo com o comunicado, a Corregedoria-Geral da União emitiu um parecer técnico com essa conclusão após fiscalização de uma semana na sede da CBT, em São Paulo.
Idealizador do projeto, Guga expressou na quarta-feira sua decepção pela iniciativa não ter dado certo, dizendo que o acontecimento lhe provocava uma "extrema desilusão".
Confira o comunicado oficial na íntegra:
O Projeto Olímpico Rio 2016 foi assinado com duração de um ano e efetivamente teve a duração de um ano. O que ocorreu foi a verificação na prestação de contas da falta de flexibilidade para mudanças no decorrer da execução do mesmo, pois como foi conferido na prática, os atletas precisaram modificar as suas programações de treinamentos, as competições que participariam, as datas em que viajariam, o tempo que permaneceriam em determinados lugares, os locais onde ficariam hospedados, situações essas que foram comprovadas pela CBT na prestação de contas que já foi realizada. Projetos com o mesmo mecanismo do Projeto Olímpico Rio 2016 não poderão ser feitos, por falta de flexibilidade na adequação da realidade da modalidade tênis. A CBT possui dois novos projetos, o Medalha Olímpica e o Rede Nacional, já pensados para a realidade operacional do tênis, que dependem exclusivamente de aprovação do Ministério do Esporte;
Importante salientar que a CGU, após fiscalização por uma semana na sede da CBT e avaliação de documentos e prestações de contas, emitiu um parecer técnico, intitulado de Relatório de Demandas Especiais, especificamente sobre o Projeto Olímpico Rio 2016. A conclusão do parecer do CGU em relação ao inquérito de investigação conclui que há "FALHAS sem danos ao erário". A conclusão é clara: não há em nenhum momento dano ao erário, ou seja, aos cofres públicos.
Todas as falhas dizem respeito à falta de conhecimento da fiscalização vigente sobre a realidade da modalidade. No caso da emissão de passagens, por exemplo, considerada uma falha na prestação de contas, explicamos: um tenista de alto rendimento, quando perde em alguma das rodadas de um torneio, já decide se vai participar de outro torneio em seguida ou se retorna ao Brasil para treinamento. Ele jamais fica parado esperando um torneio terminar, se ele já se desclassificou naquele torneio. Por isso as passagens não podem ser 100% planejadas com antecedência e sofrem alterações frequentes. Elas dependem diretamente do resultado dos atletas em cada torneio.
Em razão de um ex-dirigente da entidade ingressar com uma maldosa denúncia em diferentes órgãos federais (Ministério Público Federal, Ministério do Esporte e Tribunal de Contas da União) e como, por cautela, estes entes públicos possuem o dever de investigar todas as acusações que recebem, foram instaurados procedimentos administrativos. A CBT já prestou todos os esclarecimentos sobre as acusações que foram equivocadamente lançadas e aguarda a conclusão dos procedimentos supra citados;
Por fim, a CBT não fornece qualquer espécie de apoio financeiro ao Guga. Aliás, cabe ressaltar que o Guga por inúmeras vezes atendeu os pedidos da CBT e participou de maneira voluntária (sem cobrança de qualquer contrapartida financeira) de eventos e treinamentos com atletas brasileiros, de todas as idades, inclusive com as equipes que participaram da Copa Davis, não sendo justo que notícias inverídicas ao seu respeito sejam veiculadas na imprensa.

Fonte: http://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/2013/04/cbt-explica-fim-do-projeto-olimpico-e-se-defende-de-acusacoes.html

Guga lamenta fim do Projeto Olímpico Rio Tênis 2016: 'Extrema desilusão'


Ídolo lamenta fim de iniciativa que impulsionava formação de tenistas para as Olimpíadas: 'Decepcionante que acabe em menos de um ano'

Ídolo brasileiro, Gustavo Kuerten revelou estar bastante desiludido com uma iniciativa fracassada no tênis nacional. Criado em agosto de 2011, sob sua idealização e supervisão do seu ex-técnico, Larri Passos, o Projeto Olímpico Rio Tênis 2016, que estabelecia a academia de Larri como centro de treinamento para tenistas, bancava passagens de atletas e seria renovado anualmente, foi descontinuado um ano após sua implementação, em 2012. Se recuperando de uma cirurgia no quadril, o ex-tenista decidiu se manifestar sobre o caso, e lamentou o fim do projeto.
- O término do Projeto Olímpico Rio Tênis 2016 causou-me uma extrema desilusão. Foi a primeira vez na história do tênis brasileiro que se formou uma equipe nacional de treinadores e jogadores, juvenis e profissionais, com uma safra excelente de tenistas, num momento oportuno, obtendo resultados imediatos e relevantes. Além disso, a oportunidade de envolver o Larri nesse processo era uma chance de futuramente transformar a realidade do tênis brasileiro num novo patamar de conquistas. É decepcionante que um projeto desse porte, elaborado para um período de 5 a 10 anos, acabe em menos de um ano. Essa iniciativa representava um momento único, uma oportunidade incrível para o nosso tênis, uma ideia que parecia até um sonho, e que na realidade não passou muito disso. O fim do projeto é um verdadeiro banho de água fria e uma frustração enorme para mim e para quem torce pelo tênis e esporte brasileiro - lamentou o ex-tenista, em comunicado à imprensa.
O Projeto Olímpico Rio Tênis 2016 foi posto em prática a partir de um convênio entre o Ministério do Esporte e a Confederação Brasileira de Tênis (CBT). A CBT receberia um valor de R$ 2 milhões, e o projeto seria renovado anualmente visando os Jogos Olímpicos do Rio 2016, mas foi cancelado diante de irregularidades observadas pelo Ministério.

Fonte: http://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/2013/04/guga-lamenta-fim-do-projeto-olimpico-rio-tenis-2016-extrema-desilusao.html

Ciclo? Que ciclo?


Por Alexandre Cossenza

Não sei dizer por que o tema voltou a debate nos últimos dias, mas o fim do Projeto Olímpico da Confederação Brasileira de Tênis – encerrado no segundo semestre de 2012! – vem sendo tratado como novidade. E chama a atenção o comunicado enviado pela CBT nesta quinta-feira, explicando as dificuldades da entidade com a fiscalização e alegando que as supostas “falhas nas prestações de contas” eram consequência da falta de conhecimento do Ministério do Esporte em relação às peculiaridades do tênis. Leia abaixo o comunicado da CBT. Em seguida, faço um par de comentários.

Sobre o Projeto Olímpico Rio 2016, a Confederação Brasileira de Tênis esclarece que:

O Projeto Olímpico Rio 2016 foi assinado com duração de um ano e efetivamente teve a duração de um ano. O que ocorreu foi a verificação na prestação de contas da falta de flexibilidade para mudanças no decorrer da execução do mesmo, pois como foi conferido na prática, os atletas precisaram modificar as suas programações de treinamentos, as competições que participariam, as datas em que viajariam, o tempo que permaneceriam em determinados lugares, os locais onde ficariam hospedados, situações essas que foram comprovadas pela CBT na prestação de contas que já foi realizada. Projetos com o mesmo mecanismo do Projeto Olímpico Rio 2016 não poderão ser feitos, por falta de flexibilidade na adequação da realidade da modalidade tênis. A CBT possui dois novos projetos, o Medalha Olímpica e o Rede Nacional, já pensados para a realidade operacional do tênis, que dependem exclusivamente de aprovação do Ministério do Esporte;

Importante salientar que a CGU, após fiscalização por uma semana na sede da CBT e avaliação de documentos e prestações de contas, emitiu um parecer técnico, intitulado de Relatório de Demandas Especiais, especificamente sobre o Projeto Olímpico Rio 2016. A conclusão do parecer do CGU em relação ao inquérito de investigação conclui que há “FALHAS sem danos ao erário”. A conclusão é clara: não há em nenhum momento dano ao erário, ou seja, aos cofres públicos.

Todas as falhas dizem respeito à falta de conhecimento da fiscalização vigente sobre a realidade da modalidade. No caso da emissão de passagens, por exemplo, considerada uma falha na prestação de contas, explicamos: um tenista de alto rendimento, quando perde em alguma das rodadas de um torneio, já decide se vai participar de outro torneio em seguida ou se retorna ao Brasil para treinamento. Ele jamais fica parado esperando um torneio terminar, se ele já se desclassificou naquele torneio. Por isso as passagens não podem ser 100% planejadas com antecedência e sofrem alterações frequentes. Elas dependem diretamente do resultado dos atletas em cada torneio.

Em razão de um ex-dirigente da entidade ingressar com uma maldosa denúncia em diferentes órgãos federais (Ministério Público Federal, Ministério do Esporte e Tribunal de Contas da União) e como, por cautela, estes entes públicos possuem o dever de investigar todas as acusações que recebem, foram instaurados procedimentos administrativos. A CBT já prestou todos os esclarecimentos sobre as acusações que foram equivocadamente lançadas e aguarda a conclusão dos procedimentos supra citados;

Por fim, a CBT não fornece qualquer espécie de apoio financeiro ao Guga. Aliás, cabe ressaltar que o Guga por inúmeras vezes atendeu os pedidos da CBT e participou de maneira voluntária (sem cobrança de qualquer contrapartida financeira) de eventos e treinamentos com atletas brasileiros, de todas as idades, inclusive com as equipes que participaram da Copa Davis, não sendo justo que notícias inverídicas ao seu respeito sejam veiculadas na imprensa;

Replicamos as importantes considerações de dois importantes profissionais do nosso esporte sobre esta lamentável realidade.

“O término do projeto Rio Tênis 2016 causou-me uma extrema desilusão. Foi a primeira vez na história do Tênis Brasileiro que se formou uma equipe nacional de treinadores e jogadores, juvenis e profissionais, com uma safra excelente de tenistas, num momento oportuno, obtendo resultados imediatos e relevantes. Além disso, a oportunidade de envolver o Larri nesse processo era uma chance de futuramente transformar a realidade do Tênis Brasileiro num novo patamar de conquistas. É decepcionante que um projeto desse porte, elaborado para um período de 5 a10 anos, acabe em menos de um ano. Essa iniciativa representava um momento único, uma oportunidade incrível para o nosso tênis, uma ideia que parecia até um sonho, e que na realidade não passou muito disso. O fim do projeto é um verdadeiro banho de água fria e uma frustração enorme para mim e para quem torce pelo tênis e esporte brasileiro”, lamentou Gustavo Kuerten, integrante do projeto Olímpico Rio 2016.

“Acreditei e apostei num projeto que visava dar tranquilidade e qualidade de treinamentos aos jogadores. Quem esteve comigo e me viu nos torneios sabe o quanto eu me dediquei de corpo e alma para melhorar as condições dos jogadores que trabalharam comigo e em minha academia. Cumpri a minha missão para qual fui chamado. O projeto olímpico encerrou um ciclo”, falou Larri Passos, também integrante do projeto.

Confederação Brasileira de Tênis

Coisas que eu acho que acho:

- Curiosa a frase final do texto, de Larri Passos: “O projeto olímpico encerrou um ciclo”. Que ciclo? Olimpicamente falando, o ciclo mal começou. A não ser, é claro, que o treinador esteja falando de seus serviços à Confederação Brasileira de Tênis.

- Quando a CBT diz que “falta conhecimento da fiscalização vigente sobre a realidade do tênis”, vale ler (e ouvir) o que Jorge Lacerda diz aqui, neste post, sobre a Lei de Incentivo. O dirigente justifica que a fiscalização trata como falha qualquer mudança de planos feita de última hora. Ou seja, se um tenista perdeu e teve de mudar a passagem aérea, aquele gasto adicional faz com que as contas não sejam apresentadas da forma esperada pelo órgão fiscalizador. Assim, é necessário um ajuste na prestação da CBT.

- A CBT reforça que não fornece apoio financeiro ao Guga. Mas vale lembrar, apenas a titulo de curiosidade, que o tricampeão de Roland Garros tem contratos publicitários com os Correios, “patrocinador oficial” da Confederação, e com a Peugeot, “o carro oficial da CBT”. Obviamente, são empresas que investem no esporte e, por isso, querem estar associadas ao maior ícone do país.

- Por qualquer motivo que seja, justificado ou não, é muito triste que a CBT não tenha conseguido pôr em ação um grande e eficaz projeto de crescimento para o tênis no país. A entidade segue aprovando projetos aqui e ali, que não têm início nem término devidamente explicados e divulgados ao público.

Fonte: http://globoesporte.globo.com/platb/saqueevoleio/2013/04/04/ciclo-que-ciclo/

terça-feira, 2 de abril de 2013

Caso Engenhão: O “ESTRANHO CASO” DA LICITAÇÃO DA CONCESSÃO DO MARACANÃ E INTERDIÇÃO DO ENGENHÃO!


Por Cesar Maia

1. A cada hora que passa fica mais clara a conexão entre a interdição do Engenhão e a licitação do Maracanã. Ambas ocorrem no mesmo período. Dias atrás o Flamengo e o Fluminense assinaram contrato de utilização do Engenhão por 2 anos. Dias antes foi divulgado o estudo de viabilidade do Maracanã com gestão privada,que sublinhava a necessidade de que dois grandes times, (Flamengo e Fluminense), fizessem parte do projeto com uso exclusivo –por eles- do Maracanã. O Flamengo tem um campo de treinamento na Gávea. O problema seria o Fluminense. Mas rapidamente –uns 10 dias atrás- a prefeitura do Rio doou 5 milhões de reais para seu novo centro de treinamento.

2. Surpreendentemente –antes mesmo de conhecer o relatório, como disse na TV- o prefeito do Rio, determinou a interdição do Engenhão. Os vazamentos oficiosos produziram um noticiário distorcido na imprensa: risco de desabamento, erros de projeto, participação da Delta, e por aí foi.O caso da Delta tornou-se ridículo pois a Odebretch, que construiu a cobertura do Engenhão, (com a OAS), se associou anos depois a Delta, para ganhar e fazer as obras bilionárias de reforma e cobertura do Maracanã.

3. Já na quarta-feira,(27), no final da tarde, menos de 24 horas do anuncio, se passou a saber que se trata de debate técnico entre os calculistas sobre pontos de resistência ao vento em altas velocidades. E se soube mais : essa questão foi levantada em 2010, e a conclusão é que mesmo no caso de reforço no ponto indicado, isso não exigiria interditar.

4. O Jornal Nacional, (27), entrevistou o engenheiro calculista Flavio D’Alambert –top nacional em cálculo de estruturas metálicas- e ele disse que tem a mesma certeza que o “Engenhão é um local seguro para jogos esportivos”. E que levaria sua família sem susto ou risco. Ele é também responsável pelas estruturas metálicas dos estádios de Brasilia e Cuiabá em construção.

5. Curiosamente –digamos- o novo estudo foi pedido pela Odebretch que constrói o novo Maracanã, a empresa alemã Schlaich Bergerman und Partner (SBP), que, aliás, também é responsável pela cobertura do Maracanã. Essa fez um laudo que informa ser ideal um reforço no tal ponto que estaria um detalhe além do calculado, de forma a se ter garantias plenas para resistir a ventos com velocidade superior a 115 kms por hora.

6. Como já havia sido dito e escrito em 2010,( 9/11,Dia), mesmo que houvesse a necessidade de reforço esse poderia ser feito isolando um trecho, colocando suportes, e fazendo os ajustes com calma. No máximo bloquearia 10 mil lugares. O que aliás nada mudaria pelo público de futebol hoje no Brasil. Essa possibilidade foi repetida agora: não precisa interditar.

7. Bem, serviço feito para “fortalecer” o edital de concessão e os futuros e pré-conhecidos concessionários. E um dano de imagem para os JJOO-2016, por ser o Engenhão um estádio de atletismo, modalidade-eixo,desde sempre, das Olimpíadas. O COI mandou um recado: não gostou do que leu.

8. (Lance-30)  Dupla de empreiteiras responsável pela construção da cobertura do Engenhão  a OAS e a Odebrecht estão de olho aberto na licitação que definirá o futuro grupo gestor do Maracanã.   Das 19 visitas técnicas de grupos interessados no estádio, sete fazem parte de uma das duas gigantes da construção. A lista é composta por Construtora OAS S.A, OAS Arenas S.A, OAS S.A, Construtora Norberto Odebrecht S.A, Odebrecht Properties Entretenimento S.A, Construtora Norberto Odebrecht Brasil S.A e Odebrecht Participações e Investimentos S.A. A OAS está por detalhes para fechar uma parceria com a francesa Lagardère, grupo de mídia com holding voltada à indústria esportiva, enquanto a Odebrecht e a IMX, do bilionário Eike Batista, costuram uma parceria para gerir o complexo esportivo.

9. Canal 51,Discovery em 31/03/2013. Documentário sobre a cobertura do Engenhão.  Os Engenheiros do Consorcio construtor Flavio Cesaris e Sancho Montaldon, disseram claramente que após o descimbramento os arcos se comportaram de acordo com o projeto e dentro do previsto. 

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Caso Engenhão: Engenhão tem outros problemas estruturais além da cobertura


Sistema elétrico deficiente, parte hidráulica enferrujada, equipamentos eletrônicos com defeitos e argamassa ruim estão na lista de reclamações
Por Fabio Leme

O defeito na cobertura do Engenhão, que fez o prefeito Eduardo Paes interditar o estádio por tempo indeterminado, é apenas um dos diversos problemas estruturais que foram detectados tempos após a construção do estádio. Sistema elétrico deficiente, hidráulico enferrujado, equipamentos eletrônicos com defeitos e argamassa de péssima qualidade também atormentam os responsáveis pela manutenção do Engenhão desde que o clube ganhou a licitação para administrar a nova casa em 2007.
Uma das situações mais visíveis de falta de uma boa construção foi a série de apagões que o estádio sofreu em 2011, só naquele ano foram quatro. O motivo? Falha na construção e, consequentemente, na execução do sistema elétrico.

Os refletores do estádio são servidos pela energia que vem da fonte da Light, quando sofre um curto ou uma queda de luz, a energia se apaga acionando, automaticamente, o no-break (eletro-eletrônico, cuja principal função é fornecer energia ininterrupta aos equipamentos, mesmo na ausência total de energia proveniente da rede elétrica).
Quando acionado, o no-break é capacitado para segurar a energia dos refletores por até cinco minutos. Ao final desse período, caso a energia elétrica natural não retorne, o no-break envia toda a sua carga, de uma vez só, para os geradores. Como a capacidade de carga do gerador é subdimensionada, ele não aguenta e desarma de novo. O ideal seria ter mais no-breaks para que a divisão de energia fosse feita aos poucos.
O sistema hidráulico também atormenta o dia a dia dos administradores do estádio. Os torcedores que costumam frequentar o Engenhão, quando vão aos banheiros, identificam que a água sai na cor marrom, e isto se dá porque os canos internos estão enferrujados, já que não se trata de tubos de PVC, mas sim de ferro. Para resolver o dano, uma obra completa no sistema teria que ser feita.


Uma curiosidade que ocorre quando o estádio tem público superior a 20 mil pessoas. Nesse caso, o sistema de água não consegue irrigar todos os banheiros e há falta d'água, mesmo com os reservatórios completos. A distribuição é interrompida.
Em sua última coletiva, o presidente Maurício Assumpção chegou a exemplificar um caso ocorrido na semifinal da Taça Guanabara, entre Botafogo e Flamengo, devido a esse problema de instalação.
- Eu tive diversos problemas nos camarotes nessa partida. Muitos deles não tinham água, que não chegava – contou o mandatário alvinegro.
Funcionando com diversos riscos em seu monitor, os dois telões do estádio, assim como os placares eletrônicos, foram se desgastando com o passar dos anos. Isso aconteceu devido à baixa qualidade dos produtos, de acordo com o diretor executivo do clube, Sérgio Landau.
- Todos são de baixíssima qualidade. Quando procuramos a empresa que os vendeu, ninguém resolveu o problema e falaram que não tinham como consertar. Nem quem vendeu trabalhava mais lá – reclamou o dirigente alvinegro, que tem ligação direta com a manutenção e ações no estádio.

A troca dos aparelhos chegou a ser cogitada e negociada, mas a alta taxa para importar dois telões e dois placares eletrônicos impediram a compra. Cada telão custaria aos cofres do clube US$ 250 mil (cerca de R$ 500 mil a peça) e cada placar eletrônico, R$ 250 mil. Com os impostos, o montante chegaria a mais de R$ 2,5 milhões.
Constantemente pode-se observar nas estruturas do Engenhão paredes sem ladrilhos. Com a má qualidade da argamassa aplicada, o clube tem que diariamente fazer um trabalho de manutenção para recolocar os azulejos.
- Se cair um, dois azulejos, o Botafogo coloca de volta, não tem problema. Isso é manutenção. Mas se cai uma coluna inteira, daí é problema de construção. Só que se cair na cabeça de alguém, o problema vai ser do clube. Por isso, nós nos adiantamos e consertamos para depois cobrar de alguém – detalhou o presidente Maurício Assumpção em entrevista na semana passada.

Fonte: http://globoesporte.globo.com/rj/futebol/campeonato-carioca/noticia/2013/04/conheca-os-bastidores-estruturais-do-engenhao.html

Caso Engenhão: “O laudo do Engenhão é legal ?”


Após a interdição do estádio João Havelange, o Engenhão, e a declaração pelo prefeito do Rio de que a sua cobertura corre o risco de desabar, baseado na avaliação feita por uma empresa alemã contratada pelo consórcio do estádio, o arquiteto e urbanista Canagé Vilhena questiona a legalidade do laudo.

 “Laudo pericial sobre segurança estrutural é serviço de Engenharia. 

O laudo aceito pela prefeitura do Rio é de uma empresa alemã.

É necessário contratar estrangeiros para ver que a estrutura está podre?

Esta empresa tem registro no CREA-RJ para exercer a Engenharia no Brasil?

Ela fez Anotação de Responsabilidade Técnica – ART para o laudo pericial ?

A Lei 5.194/66 proíbe a contratação de serviços de Engenharia produzidos por pessoas não registradas no Brasil:

`Art. 6- Exerce ilegalmente a profissão de engenheiro ou engenheiro-agrônomo:

a) a pessoa física ou jurídica que realizar atos ou prestar serviços público ou privado reservados aos profissionais de que trata esta lei e que não possua registro nos Conselhos Regionais;

(…)

Art. 13. Os estudos, plantas, projetos, laudos e qualquer outro trabalho de engenharia e de agronomia, quer público, quer particular, somente poderão ser submetidos ao julgamento das autoridades competentes e só terão valor jurídico quando seus autores forem profissionais habilitados de acordo com esta lei.
(…)

Art. 15. São nulos de pleno direito os contratos referentes a qualquer ramo da Engenharia ou da Agronomia, inclusive a elaboração de projeto, direção ou execução de obras, quando firmados por entidade pública ou particular com pessoa física ou jurídica não legalmente habilitada a praticar a atividade nos termos desta lei´.

Canagé Vilhena”

Fonte: http://www.soniarabello.com.br/o-laudo-do-engenhao-e-legal/

sexta-feira, 29 de março de 2013

Caso Engenhão: Interdição do Engenhão: lei protege cofres da prefeitura


Custo pelo reparo da cobertura não deve recair sobre o poder público

Por Amélia Sabino e Leo Burlá

A cobertura do Engenhão custou à Prefeitura do Rio R$ 80,5 milhões em 2007. Seis anos e uma interdição depois, não se sabe ainda quanto e quem vai pagar pelo erro durante a montagem. Porém, pela lei federal que rege as licitações, a conta não pode mais uma vez cair no colo do contribuinte.

Na terça-feira, o prefeito Eduardo Paes explicou que há um contrato emergencial firmado durante a gestão Cesar Maia que isenta as construtoras OAS e Odebrecht de pagar por erros do projeto da cobertura. Porém, a Lei n 8666/93  anula qualquer cláusula contratual entre poder público e empresa privada que retire dela a responsabilidade por má execução ou erro de projeto, mesmo que este não tenha sido elaborado por quem fez a obra.

– Nenhum contrato de emergência pode eximir de responsabilidade aquele que executou a obra. O que não pode recair é no poder público e no contribuinte, que já está privado do estádio e ainda tem que pagar a conta? – disse Bruno Navega, presidente da Comissão de Direitos Administrativos da OAB-RJ.

O projeto da cobertura foi feito pela empresa do engenheiro Flávio D'Alambert, dono da Projeto Alpha. Já a execução foi do Consórcio Engenhão (OAS/Odebrecht). Na quarta, o engenheiro do Consórcio, Marcos Vidigal, explicou que o risco de queda da cobertura foi causado pelo deslocamento 50% maior na retirada das escoras da estrutura dos arcos.

Na época, a construtora Delta alegou que não teria capacidade de concluir a montagem  no prazo. Em janeiro de 2007, OAS e Odebrecht exigiram cláusula de não responsabilização por eventuais erros no projeto para assumir a empreitada, o que foi aceito pela prefeitura, então comandada por Cesar Maia.

Apesar das evasivas de parte a parte, a conta tem dono, sim.

Com a palavra

Inaldo Soares
Consultor e auditor especialista em licitação e contrato

Quando a vencedora da licitação é afastada por descumprimento contratual ou renuncia ao contrato, a situação está regulada no artigo 24 Inciso XI da Lei 8.666/93. As empresas de consórcio que venham a substituir a empresa vencedora afastada vão 
ser contratadas pela administração pública nos mesmos moldes e regras contidas no edital de licitação da vencedora. As condições do contrato emergencial são idênticas às regras do contrato anterior da empresa afastada. 

Isto quer dizer que todas as responsabilidades apontadas no contrato assinado anteriormente, além das responsabilidades da execução da obra (no que lhe caiba) e outras responsabilidades civis em decorrência da obra contratada, são da empresa 
contratada posteriormente.

Ao meu ver, as responsabilidades civis e penal independem do contido no artigo 618 do Código Civil (que expira após cinco anos de entrega da obra). Estas responsabilidades devem ser levantadas e cobradas, principalmente na ocorrência de má-fé, se for identificada.

O que dizem os envolvidos

Lei de Licitações

A Lei Federal nº 8666/93, que trata das licitações, protege a Prefeitura do Rio no caso ocorrido no Engenhão. A lei diz que “o contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais empregados”.

O contratado também “é responsável pelos danos causados diretamente à administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado”. 


Cesar Maia

A respeito do artigo existente no contrato de emergência celebrado entre Prefeitura do Rio e Consórcio Engenhão, Cesar Maia, prefeito da cidade à época, disse que o dispositivo é inócuo, segundo palavras dele.

Por e-mail, Maia disse que, por lei, o executor da obra é responsável pelo que ocorreu na cobertura do Estádio Olímpico João Havelange. “Como o projeto não está em questão, mas sim o trabalho do calculista que eles mesmos contrataram, é essa a 
questão a ser vista. Essa é uma cláusula comum para dizerem que executaram o projeto que lhes foi apresentado na licitação”, escreveu.



Eduardo Paes

Responsável pela interdição imediata do Engenhão, o prefeito procurou não achar culpados pela falha estrutural em um primeiro momento. Ontem, a assessoria de imprensa de Paes  ressaltou que a Prefeitura vai arcar com o valor necessário para o reparo até que haja entendimento interno de que o contrato possa ser contestado judicialmente.

Em entrevista coletiva, o prefeito cutucou o rival político (Cesar Maia), ao dizer que  o contrato de emergência foi firmado pelo antecessor no cargo.

– Vou dar uma solução definitiva, não vou puxar cabinho, colocar pauzinho e corda – alfinetou Paes.  


Botafogo

Pelo contrato de concessão pública celebrado entre Botafogo e a Prefeitura do Rio de Janeiro, o Glorioso é responsável por todas as despesas necessárias à manutenção, conservação e funcionamento do Estádio Olímpico João Havelange, bem como seus equipamentos. 

No caso do risco de desmoronamento da cobertura, o clube não tem como ser responsabilizado, já que não participou da elaboração e execução do projeto do estádio.

Em entrevista realizada ontem, o presidente Mauricio Assumpção garantiu que o clube não vai romper o contrato de 20 anos de vigência.

Consórcio Engenhão (Construtoras OAS e Odebrecht)

A assessoria de imprensa do consórcio disse que as empreiteiras não vão se manifestar sobre os custos da reforma da cobertura. Em entrevista coletiva realizada na última quarta-feira, Marcos Vidigal, representante do consórcio, admitiu 
que houve erros nos cálculos dos arcos de sustentação da cobertura dos setores Leste e Oeste, o que poderia ocasionar a queda em caso de ventos superiores a 63km/h.

– Não há como precisar o tempo que o estádio ficará fechado, temos de investigar as causas – disse Vidigal.

Leia mais no LANCENET! http://www.lancenet.com.br/botafogo/Interdicao-Engenhao-protege-cofres-prefeitura_0_890911107.html#ixzz2OvtxTNKt 

Caso Engenhão: ENGENHÃO! O PRINCIPAL ESTÁDIO DOS JJOO-2016: ATLETISMO!


Por Cesar Maia
        
(Extra, 27) 1. Após interdição do Engenhão, Cesar Maia ironiza Eduardo Paes e empresas responsáveis pela cobertura do estádio. Cesar Maia era o prefeito do Rio durante a construção do Engenhão, finalizada em 2007. O ex-prefeito e atual vereador Cesar Maia (DEM), que estava à frente do município durante a construção do Engenhão, finalizada em 2007, ironizou o atual prefeito Eduardo Paes e as empresas Odebrecht e OAS, responsáveis pela construção e manutenção do estádio. O principal palco do futebol carioca foi interditado nesta terça-feira por Paes, por causa de problemas na cobertura, detectados em laudo feito pelas duas construtoras.
    
2. Cesar Maia preferiu não opinar diretamente sobre o caso, mas não deixou de se manifestar com ironia a respeito do problema e da relação da prefeitura com as empresas. - Apenas é importante sublinhar que a Odebrecht, que é responsável pela cobertura do Engenhão, é também pela demolição da Perimetral, pela construção do Maracanã, pela construção do túnel na área portuária, além dos novos equipamentos no Parque Olímpico. E que a OAS – que fez a cobertura do Engenhão em parceria com a Odebrecht - é responsável pela linha do metrô Barra-Zona Sul em construção. Ambas poderão dar todos os esclarecimentos - afirmou.
    
3. Cesar Maia lembrou ainda o fato de Eduardo Paes ter concedido entrevista em 2010 negando que o Engenhão tivesse qualquer problema estrutural. O vereador era o prefeito na época em que a licitação para a obra de construção do estádio foi vencida pelo consórcio formado pela Odebrecht e a OAS. No período, o então chefe do município foi alvo de críticas pelo aumento no preço do Engenhão. Eduardo Paes, na entrevista concedida nesta terça-feira, afirmou que ainda não há um prazo estipulado para que o Engenhão seja reaberto ao público e nem um plano de recuperação da estrutura da cobertura do estádio.

Caso Engenhão: Prefeitura de Volta Redonda garante jogos no Raulino de Oliveira


Laudo que apontava risco era preliminar e depois foi feito outro mostrando que estádio pode receber torcedores
Bombeiros liberaram utilização do espaço para jogos de futebol
Há necessidade de reparos, mas nada que acarrete risco, diz engenheiro

Por Dicler Mello e Souza

VOLTA REDONDA - O Estádio da Cidadania está apto a receber jogos com sua capacidade total (20.255 espectadores) e liberado para os clássicos e as finais do Campeonato Carioca, garante a Prefeitura de Volta Redonda. Inicialmente, um laudo preliminar, preparado por um engenheiro da Secretaria municipal de Planejamento, em 14 de janeiro, tinha apontado necessidade de interdição de parte da arquibancada, por problemas de estrutura e riscos para os frequentadores. Mas um outro relatório técnico, encomendado a uma empresa especializada e preparado seis dias depois, apontou necessidade apenas de pequenos reparos e descartou ameaças à segurança dos torcedores. As autoridades municipais se baseiam ainda numa vistoria do Corpo de Bombeiros, feita em 26 de fevereiro, que libera o estádio, também conhecido como Raulino de Oliveira, para grandes eventos.
- Quando saiu o laudo da Secretaria de Planejamento, chamamos a IHB Engenharia, que projetou o estádio e acompanhou as reformas, para reafirmar as posições dos nossos funcionários. O laudo foi totalmente diferente. A terceira opinião veio dos bombeiros, que também liberaram o estádio. Podemos garantir que não há risco para o torcedor. Não seríamos imprudentes - afirmou o administrador do estádio, que pertence à Prefeitura, Carlos Roberto Parente.
A liberação do estádio foi atestada por laudo assinado pelo engenheiro Ildony H. Bellei, da IHB Engenharia e Consultoria, no dia 20 de janeiro. "Após a análise dos desenhos de projeto e vistoria no local, concluímos que as estruturas, passados aproximadamente nove anos, estão em bom estado de conservação, necessitando de repintura da parte superior das coberturas por questões estéticas e pequenos reparos, não oferecendo qualquer risco aos espectadores", informa o laudo.
Depois da interdição do Engenhão, por problemas estruturais, foi com base no laudo da IHB e na vistoria dos Bombeiros que a Prefeitura de Volta Redonda acertou com a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) a utilização do Raulino de Oliveira para os principais jogos do Estadual.
O primeiro laudo, de 14 de janeiro, tinha sido encomendado pelo prefeito Antônio Francisco Neto (PMDB) após visita de delegados da Fifa. A cidade estava no mapa de possíveis sedes para seleções que vão disputar a Copa do Mundo do Brasil, no ano que vem.
- Como o estádio está na lista para receber delegações na fase de preparação da Copa do Mundo e das Olimpíadas, isso se fez necessário. O próprio prefeito determinou estas ações e, se necessário, reparos - contou o administrador do estádio.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/carioca-2013/prefeitura-de-volta-redonda-garante-jogos-no-raulino-de-oliveira-7971096#ixzz2OvnBdt8C 

Caso Engenhão: Projetista da cobertura do Engenhão diz: 'A pressa é inimiga da perfeição'


Responsável pela cobertura que causou a interdição do estádio, Flavio D'Alambert diz que local é seguro para eventos: 'Eu levaria minha família'

Por Raphael Zarko

O engenheiro Flavio D'Alambert, da empresa Projeto Alpha, é o responsável pela cobertura polêmica que apresentou problemas e provocou a interdição do Engenhão. Chamado para uma reunião na tarde desta quarta-feira na prefeitura do Rio, ele saiu do encontro, com representantes da RioUrbe e do consórcio responsável pela construção do estádio, com a mesma certeza que entrou: o Engenhão é um local seguro para jogos esportivos.

O GLOBOESPORTE.COM encontrou o engenheiro, que também é responsável pelos estádios de Cuiabá e Fortaleza da Copa do Mundo de 2014, antes de ele embarcar de volta para São Paulo. Ele não despreza nem duvida do novo estudo realizado pela empresa alemã Schlaich Bergerman und Partner (SBP), que, aliás, também é responsável pela cobertura do Maracanã. Mas confia plenamente na obra entregue para o Pan- Americano de 2007. No entanto, faz uma ressalva a respeito do tempo de execução do projeto que desenvolveu, até então de tecnologia inédita no Brasil.

- A pressa é inimiga da perfeição. Apesar de terem sido tomados todos os cuidados necessários, o ideal era que houvesse um prazo maior para a construção do estádio. O consórcio, quando houve a troca (da Delta para a dupla OAS/Odebrecht), só tinha mais quatro ou cinco meses para entregar - comenta D'Alambert.



GLOBOESPORTE.COM: Por que houve essa diferença de cálculo entre o que vocês, da Alpha, fizeram e o que foi detectado agora?
Flavio D'Alambert: Nós montamos um modelo teórico. Na prática, fazemos um monitoramento para ver se chega próximo ao estudo do teórico. No caso do Engenhão, a prática ultrapassou de 20% a 30% ao teórico. Mais do que eu e o auditor (a empresa portuguesa Tal, contratada para auditar toda a obra) tínhamos previsto. Os alemães falaram em diferença de 50%, ou seja, 20% ou 30% a mais, porém preciso checar esses cálculos deles. É bom frisar que respeito muito a empresa alemã, porém confio muito no cálculo que fizemos e também nos canadenses (empresa RWDI), que são um dos maiores especialistas no assunto em todo o mundo também. Se houvesse qualquer dúvida da minha parte sobre segurança do equipamento, eu jamais teria liberado a obra.

Houve pressa para entregar a obra em tempo do início dos Jogos Pan-Americanos de 2007?
(Demora para responder) A pressa é inimiga da perfeição. Apesar de terem sido tomados todos os cuidados necessários, o ideal era que houvesse um prazo maior para a construção do estádio. O consórcio, quando houve a troca (da Delta para a dupla OAS/Odebrecht), só tinha mais quatro ou cinco meses para entregar.

Vocês observaram algum problema estrutural?
Não, isso não quer dizer que há problema estrutural. O que detecta isso (um problema de estrutura) são vibrações excessivas, deformações que não param. Ou seja, você mede hoje, bate um vento, se aquele ponto estudado está mais baixo, quer dizer que se movimentou. Mas os desníveis observados desde o início (de 20% a 30%) sempre foram estáveis. Isso sempre nos deixou bem tranquilos.

Na prática, qual é a diferença entre o modelo real e o que vocês esperavam?
Algo em torno de 15 a 20 centímetros. No meu cálculo, teria que deformar 70cm, no máximo. Na observação real, chegou a 88cm. Deu uns 18cm de diferença. Mas foi o que disse. A última medição foi feita em janeiro. E sempre permaneceu estável (a estrutura medida, no topo da cobertura). Se alguém mede hoje, depois faz outra medição amanhã, a estrutura pode ir um pouco para cima ou para baixo. O importante é que estabilize de novo. Isso sempre ocorreu.

O material utilizado no Engenhão foi o mais adequado?
Sim, foram os mais adequados possíveis. Foram materiais da Gerdau e da Cosip (Usiminas). Todos materiais brasileiros. Acompanhei a construção, toda semana eu vinha para o Rio. Quando terminou a obra, saí de cena e deixei um documento em que registrei isso tudo.
Foi feito algum reparo naquele momento?

Não, nada. No momento em que se deforma um pouco, não se consegue recuperar mais. Assume uma posição de equilíbrio, não volta mais.


Quando você soube desse novo estudo?
Eles avisaram que iam pedir um novo estudo. Isso faz mais de um ano, e o resultado definitivo foi na semana passada. Se houvesse qualquer dúvida da minha parte sobre segurança do equipamento, eu jamais teria liberado a obra. O que fizemos foi exatamente o que está sendo realizado no Castelão e no Mané Garrincha.

Havia necessidade de interdição?
Eu acredito nos meus cálculos e acredito no ensaio que foi feito no Canadá. Segundo esses cálculos, não precisaria ser feito nada, a não ser esse monitoramento que está sendo feito até hoje. Agora, nesse cálculo dos alemães, os níveis de segurança caem mesmo. Ele prevê outro carregamento, outro cenário. Não tenho como dizer qual está certo. Eu confio no cálculo que foi feito no Canadá. Os alemães confiam no deles. Diante do que ele recebeu, o prefeito deve tomar a posição adequada. Mas eu levaria a minha família tranquilamente para assistir a um jogo. No cálculo dos alemães, os níveis de segurança diminuem, mas não haveria colapso. Ou seja, a cobertura não corre risco de cair nem há risco para as pessoas. Não dá para dizer qual velocidade de vento provocaria isso, porque é tudo teórico. O ideal seria fazer medições no local.

O que deve ser feito, segundo a reunião de que você participou nesta quarta?
Eles não sabem ainda, mas devem fazer o que os alemães pedirem.

Fonte: http://globoesporte.globo.com/rj/futebol/campeonato-carioca/noticia/2013/03/projetista-do-engenhao-confia-na-estrutura-mas-admite-pressa-na-obra.html

quarta-feira, 27 de março de 2013

Caso Engenhão: Engenhão: obra milionária marcada por falhas


Queda de muro, apagões e relatório entregue pelo Botafogo à prefeitura em 2009, já apontando 30 itens defeituosos, compõem histórico de problemas do Engenhão

Por Ary Cunha

RIO - Maior legado dos Jogos Pan-Americanos de 2007 para a cidade, o Engenhão, oficialmente batizado Estádio Olímpico João Havelange, levou três anos para ser construído a um custo, à época, de R$ 380 milhões dos cofres públicos. Já escolhido como local das provas de atletismo das Olimpíadas de 2016, o estádio arrendado por 20 anos ao Botafogo e interditado ontem pelo prefeito Eduardo Paes, por falhas estruturais na cobertura, tem um histórico de problemas, apesar dos poucos anos de uso. Embora o anúncio de Paes tenha sido recebido com aparente perplexidade pelos grandes clubes cariocas, que ali jogavam clássicos e boa parte de seus jogos desde o fechamento do Maracanã para as obras da Copa-2014, a decisão traumática é o desfecho de um roteiro anunciado há tempos.
Em março de 2010, o colunista Ancelmo Gois publicou nota na qual antecipava uma reunião de Paes com diretores da Companhia Botafogo, que administra o estádio, e empreiteiras, para tratar de uma lista de 30 itens problemáticos no Engenhão. E reportagem publicada pelo GLOBO dias depois revelou que as falhas já eram de conhecimento da prefeitura há quase um ano, já que o ofício do clube fora encaminhado pelos administradores em abril de 2009. A cobertura já era um dos pontos citados no relatório, com necessidade de manutenção preventiva, além de três pontos em que a lona se rompera devido a queda de balões na estrutura, facilitando o acúmulo de água da chuva.

Além de ser encaminhado à prefeitura, pela Superintendência de Patrimônio Imobiliário da Secretaria municipal de Fazenda - organizadora da licitação que cedeu a administração do Engenhão ao Botafogo -, o ofício 121/2009 também foi enviado pelo clube à RioUrbe, em maio de 2009, e chegou ao Tribunal de Contas do Município. O TCM incluiu a lista de problemas entre os documentos que serviram de base para o relatório final sobre o legado do Pan. Fiscais do próprio tribunal fizeram três visitas técnicas ao estádio e encontraram infiltrações, entre outros problemas.
No ofício encaminhado à prefeitura, eram citadas infiltrações até nas casas de máquinas dos elevadores, expondo equipamentos ao risco de curto circuito. O problema se repetia até nas juntas de dilatação que sustentam a estrutura. Ainda de acordo com o texto, o sistema no-break instalado no Engenhão não funcionava direito devido a falhas de projeto. Segundo o relatório, os equipamentos não teriam sido projetados com refrigeração independente, e isso prejudicava a operação dos geradores.
O primeiro problema no estádio ocorreu antes mesmo da realização dos Jogos Parapan-Americanos, ainda em 2007. Dois muros da área interna desabaram. Por sorte, ninguém se feriu. A explicação dada na ocasião foi a de que a estrutura era uma das poucas restantes do terreno pertencente à antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA). A construção de um muro novo foi providenciada alguns meses depois.

Às escuras já em 2008
Para o torcedor carioca, além dos problemas de acesso que relegaram o estádio a públicos habitualmente reduzidos e ao incômodo apelido de “Vazião”, o histórico do estádio também está marcado por apagões. O primeiro deles aconteceu ainda em 2008, na estreia do Botafogo no Brasileiro, contra o Sport. Em março de 2010, um forte temporal caiu sobre a cidade, e houve novo apagão, numa partida entre o time alvinegro e o Olaria, pelo Carioca.
Só em 2011 o Engenhão ficou às escuras mais três vezes. A primeira delas aconteceu no Fla-Flu semifinal da Taça Rio, a segunda no jogo entre Flu e Libertad, do Paraguai, pela Libertadores, e a terceira no confronto entre Botafogo e Grêmio, pelo Brasileiro. Nos três casos, a diretoria do Botafogo ofereceu justificativas distintas. Acusou a Light pela escuridão no Fla-Flu, apontou falha humana na Libertadores e curto-circuito no Brasileiro.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/carioca-2013/engenhao-obra-milionaria-marcada-por-falhas-7957255#ixzz2Om6dLKPG 

Caso Engenhão: Apresentação Consórcio Engenhão

Apresentação do Consórcio Engenhão sobre a cobertura do estádio: veja aqui

Acompanhe a série feras da engenharia, da Discovery, que mostrou a construção do Estádio João Havelange.







Caso Engenhão: Prefeitura apresenta laudo técnico do Engenhão


Estádio foi interditado após consórcio constatar problemas estruturais na cobertura

Por Elisa Motta

A Prefeitura do Rio apresentou nesta quarta-feira (27/03) os laudos técnicos que levaram à interdição do Estádio Olímpico João Havelange, no Engenho de Dentro. Em entrevista coletiva, os presidentes da Riourbe, Armando Queiroga, e do Consórcio Engenhão, Marcos Vidigal, explicaram as falhas estruturais na cobertura metálica do Engenhão e os riscos oferecidos aos frequentadores do estádio. O problema está nos arcos Leste e Oeste da cobertura metálica, que tiveram um deslocamento 50% maior que o previsto e apresentam riscos em condições de alta velocidade de vento.

Desde 2007, quando o estádio foi finalizado, o Consórcio Engenhão – formado pelas construtoras Odebrecht e OAS -, em conjunto com a empresa projetista Alpha e a certificadora de projeto Tal Projecto (TAL), vem acompanhando o comportamento da cobertura metálica. Foram apresentados laudos de acompanhamento dos anos de 2007, 2009, 2010 e 2013. Este ano, após receber laudos das empresas Alpha e TAL, o consórcio solicitou um parecer à empresa alemã SBP (Schlaich Bergerman und Partener), uma das maiores especialistas do mundo em projeto de coberturas de estádios, como uma terceira opinião. A SBP concluiu, de forma definitiva, que a estrutura deverá passar por intervenções preventivas, visando restabelecer os níveis de segurança. Na terça-feira ( 26/03), o consórcio enviou um relatório à Prefeitutra do Rio, aconselhando a interdição do Estádio.

- Concluímos a montagem da estrutura do estádio em 2007 e sabíamos que tinha uma previsão de deslocamento da cobertura. Mas esse deslocamento foi superior ao previsto e, desde então, tem sido motivo de investigação. Chegamos inclusive a procurar a SBP, que é uma empresa reconhecida mundialmente, e só agora chegamos a essa conclusão, de que há riscos. E, com base nessa informação, recomendamos a interdição do estádio. O prefeito, de forma correta, tomou providência de fechar o Engenhão para que possamos procurar a melhor solução – disse Vidigal.

A Riourbe trabalha em conjunto com o Consórcio Engenhão para estudar a melhor medida a ser tomada, no menor prazo possível, para que o estádio seja reaberto em breve. O presidente da empresa, Armando Queiroga, destacou que a segurança da população é prioridade:

- Nosso trabalho agora é trabalhar arduamente para decidir quais soluções de engenharia serão adotadas para resolver o problema na cobertura do estádio. Vamos trabalhar em conjunto para a melhor solução, mas nosso foco hoje é a segurança. Vamos no esforçar ao máximo.


Na noite desta terça-feira (26/03), o prefeito Eduardo Paes interditou o estádio,  após receber o laudo detectando os problemas estruturais em sua cobertura, que podem oferecer risco à segurança dos frequentadores. O prefeito se reuniu com os presidentes dos quatro grandes clubes do Rio (Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo) para informá-los sobre a decisão.

- Nossa prioridade é a segurança da população. O Engenhão vai ficar fechado pelo tempo necessário, só reabre quando houver uma solução definitiva. Pedi aos presidentes dos clubes e da federação compreensão e que se unam à prefeitura neste momento, pela segurança dos admiradores do futebol. Quero deixar claro que o problema encontrado não tem qualquer relação com a manutenção - completamente adequada - realizada pelo Botafogo no estádio – disse Paes.

CONSORCIO ENGENHÃO

O Consórcio Engenhão foi contratado em 2005 para realizar as obras complementares do Estádio Olímpico João Havelange, como acabamentos e instalações. Em 2007, por meio de Contrato de Emergência, a Prefeitura do Rio  contratou o Consórcio Engenhão também para concluir a montagem da cobertura, que na época já tinha projeto executivo e 25 % das obras realizadas pelos construtores anteriores.

As atividades de montagem da estrutura foram realizadas com o acompanhamento da prefeitura, entre janeiro e julho de 2007. Desde a conclusão da cobertura metálica, em julho de 2007, o Consóricio Engenhão vem acompanhando o comportamento da estrutura do estádio. O motivo desse acompanhamento foi a verificação pelo consórcio que, após o descimbramento da cobertura (operação de retirada do escoramento), o deslocamento da cobertura metálica foi diferente do que o previsto pelos projetistas e consultores.

Mesmo com esse deslocamento diferente do previsto, a estrutura do estádio ficou estável e assim permanece até hoje. Porém, era preciso verificar o motivo do deslocamento e se o mesmo poderia comprometer a estrutura. Para isso, o consórcio contratou um escritório verificador (TAL – Tal Projecto, empresa certificadora de Portugal, com larga experiência internacional no setor).
Os estudos da TAL não chegaram a conclusões convergentes com as dos projetistas. Para ter um terceiro parecer, em 2010 o consórcio contratou um novo especialista, a empresa alemã SBP (Schlaich Bergermann und Partener), referência mundial em engenharia estrutural e em coberturas de estádios.

A SBP elaborou um novo modelo de estudos e submeteu uma maquete do estádio a um túnel de vento para avaliar a situação de maneira mais próxima de condições reais. As conclusões do estudo da SBP, levadas pelo Consórcio Engenhão ao conhecimento da Prefeitura do Rio, recomendam que a estrutura do estádio passe por intervenções preventivas, visando restabelecer os níveis de segurança originalmente projetados.

Fonte: http://www.rio.rj.gov.br/web/guest/exibeconteudo?article-id=3713678

Caso Engenhão: Problemas no Engenhão "arranham" imagem do Brasil, dizem analistas


Os problemas estruturais que levaram à interdição do Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão, na última terça-feira, “arranham” a imagem internacional do Brasil e levantam dúvidas sobre a preparação do país para receber a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos de 2016, na opinião de analistas e observadores ouvidos pela BBC Brasil.

Em uma coletiva de imprensa na noite de terça-feira, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciou o fechamento da arena por tempo indeterminado devido a problemas estruturais na cobertura, algo que poderia colocar o público em risco.

Inaugurado em 2007 para os Jogos Panamericanos, o estádio, que fica no bairro do Engenho de Dentro, na zona norte do Rio, vinha sendo palco de partidas do campeonato carioca de futebol e receberá as competições de atletismo da Olimpíada de 2016.

"Há um abalo de imagem que é indiscutível", diz Amir Somoggi, consultor independente de marketing esportivo.

"É muito triste que a tão pouco tempo da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos nós tenhamos que explicar como uma obra nova apresenta problemas estruturais tão graves", afirma Somoggi.

Lição de casa

A construção do Engenhão teve início em 2003, a cargo da construtora Delta. A empreiteira, no entanto, acabou abandonando a obra, que foi assumida então por um consórcio entre as construtoras OAS e Odebrecht. Com a mudança, qualquer problema relacionado ao projeto do estádio passou a ser de responsabilidade da prefeitura.

De acordo com Somoggi, os custos para a construção do estádio são compatíveis com o de arenas do tipo em outras partes do mundo, e a existência de problemas pode levantar desconfiança sobre a capacidade de planejamento dos responsáveis por receber os grandes eventos esportivos.

"Você tem um estádio que custou quase R$ 400 milhões, um valor dentro do que se gasta pelo mundo. (Mas é) um estádio que tem problemas estruturais graves, significa que nós não estamos fazendo a nossa lição de casa", diz.

Para Pedro Daniel, executivo de gestão esportiva da consultoria BDO, ainda é preciso saber as causas dos problemas apresentados, mas, segundo ele, é possível que as falhas no Engenhão gerem um desconforto entre patrocinadores e acabem tendo impacto em negociações de contratos e naming rights. "Que empresa vai querer atrelar sua marca a um lugar com risco?", diz.

Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, engenheiros do consórcio responsável pelo estádio afirmaram que o prazo para identificar a razão do problema e encontrar uma solução deve ser superior a 30 dias, não havendo previsão para reabertura da arena.

Impacto internacional

A interdição do Engenhão acontece em um momento em que as atenções internacionais estão cada vez mais voltadas para o Brasil, com a aproximação da Copa das Confederações, que acontece em junho, e da Copa do Mundo de 2014.

"Se o Brasil não estivesse sediando os eventos, eu acho que esse tipo de história iria passar despercebida" diz Tim Vickery, correspondente esportivo da BBC no Rio de Janeiro.

"A coisa tomou uma dimensão internacional justamente porque o Brasil está sediando os megaeventos. O fato de que o Engenhão vai sediar o atletismo dos Jogos dá uma dimensão enorme à notícia", diz o jornalista.

Segundo ele, até a terça-feira, havia uma preocupação principalmente com relação à mobilidade urbana durante os Jogos Olímpicos, mas o caso do Engenhão também gera dúvidas sobre a qualidade das instalações que receberão as competições.

Imagem e confiança
O consultor Amir Somoggi concorda e afirma que casos como esse "arranham" a imagem do país ao evidenciar o que classifica como "falta de planejamento, visão e controle de custo".

"O mundo olha para o Brasil - porque o Brasil é o centro das atenções esportivas - e não gosta muito do que vê", diz.

Procurado pela BBC Brasil para comentar o caso, o Comitê Olímpico Internacional disse por meio de nota que está em "contato regular" com a organização dos Jogos do Rio de 2016 e afirmou ter "confiança absoluta" na preparação do país.

"Ainda faltam mais de três anos e meio para os Jogos, e temos confiança absoluta de que eles acontecerão", diz a nota.

Já o Comitê Organizador dos Jogos no Brasil afirmou, também por meio de nota, ter "plena confiança de que a prefeitura do Rio de Janeiro tomará as medidas necessárias para que o Estádio Olímpico esteja pronto para os Jogos".

Fonte: http://esporte.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2013/03/27/problemas-no-engenhao-arranham-imagem-do-brasil-dizem-analistas.htm

Caso Engenhão: Vento de 63 km/h pode causar desabamento de Engenhão, revela prefeitura


Por Vinicius Konchinski

Um vento de 63 km/h pode causar o desabamento da cobertura do Engenhão. Essa é uma das principais conclusões do relatório feito pela consultoria alemã SBP (Schlaich Bergermann und Partner), contratada pelo consórcio construtor do estádio para verificar a segurança do local.

Informações desse relatório foram divulgadas nesta quarta-feira pelo presidente da Riourbe (Empresa Municipal de Urbanização), Armando Queiroga, e Marcos Vidigal, representante do Consórcio Engenhão, em entrevista coletiva concedida da Prefeitura do Rio. Foi o relatório da SBP que motivou a decisão do prefeito Eduardo Paes de interditar por tempo indeterminado o estádio.

“O relatório da SBP diz que há um risco na condição de vento acima de 63 km/h”, disse Vidigal. “Como é um evento mais frequente, você não pode conviver com esse risco. O estádio não pode ser utilizado.”

De acordo com a prefeitura do Rio e o Consórcio Engenhão, o estádio tem problemas na cobertura desde sua inauguração, em 2007. Isso porque os arcos que sustentam o teto da arena acabaram se deslocando mais do que o esperado no processo de retirada das escoras que o seguravam durante as obras.

Já em 2009, foi concluído que o Engenhão deveria ser interditado em dias de ventos com mais de 115 km/h. Em 2011, entretanto, a SBP iniciou uma nova investigação sobre o assunto. Ela verificou que existem risco nos casos de ventos de 63 km/h, bem mais frequentes do que os ventos de 115 km/h. “Um vento de mais de 63 km/h poderia levar à ruína”, afirmou Vidigal.

O Engenhão começou a ser construído em 2003 já visando aos Jogos Pan-Americanos de 2007. Na época, a construtora responsável era a Delta, empresa que chegou a ser investigada em uma CPI.

Tempo depois, a Delta abandonou a obra. A Odebrecht e a OAS se juntaram, criaram o Consórcio Engenhão e assumiram a construção do estádio.

Em 2007, o Engenhão foi concluído. Recebeu as provas de atletismo e alguns jogos de futebol do Pan.

O estádio custou R$ 380 milhões. Cerca de três anos depois da sua inauguração, entretanto, foram divulgados as primeiras informações sobre problemas na sua construção.

Em 2010, o Botafogo, que assumiu a administração do estádio, enviou à Prefeitura do Rio um relatório apontando rachaduras e outras falhas na estrutura do espaço. A prefeitura convocou o Consórcio Engenhão e exigiu o conserto dos defeitos sem ônus aos cofres públicos.

No ano passado, indícios de novos problemas estruturais foram identificados. Em agosto, a Riourbe criou um grupo de trabalho para apurar “vícios construtivos” no estádio.

Meses depois, o estádio foi interditado. A prefeitura pediu até 60 dias para estudar os problemas no local para definir as obras necessárias para consertá-lo. Não há uma previsão para liberação.

Fonte: http://esporte.uol.com.br/futebol/campeonatos/estadual-do-rio/ultimas-noticias/2013/03/27/vento-de-63-kmh-pode-causar-desabamento-de-engenhao-revela-prefeitura.htm

Caso Engenhão: Paes descarta chance de demolir Engenhão e procura responsáveis por erro


A interdição do Engenhão mexeu com o futebol carioca, mas também trouxe problemas para a Prefeitura do Rio de Janeiro. Eduardo Paes, que fez o anúncio do fechamento do estádio por problemas na cobertura, descartou haver chance de demolição da arena nesta quarta-feira. Em entrevista à TV Globo, o prefeito também anunciou uma auditoria para definir de quem é a responsabilidade pelo erro que determinou a interdição do Engenhão.

De acordo com Paes, a prefeitura não trabalha com a possibilidade de colocar o estádio abaixo. O prefeito ressaltou que espera uma resposta rápida para poder liberar o Engenhão para receber as partidas dos clubes do Rio.

“Não há esse risco [de demolição]. Há esse problema na cobertura. Para mim, risco é risco e 5% já é um risco enorme. Passou da margem aceitável e, portanto, essa decisão de fechar é por isso. Mas é um problema que tem solução e não vai precisar desmoronar ou desmontar o estádio de forma nenhuma”, reforçou Paes.

O prefeito exige rapidez, mas não coloca um prazo para o retorno das partidas no estádio administrado pelo Botafogo. “A gente vai ter o Engenhão para as Olimpíadas [de 2016] e queremos ter o Engenhão de volta o mais rápido possível para servir ao futebol carioca”, completou.

Com o laudo oficial a respeito das condições do Engenhão em mãos nesta quarta-feira, o prefeito assegura que as responsabilidades serão determinadas para iniciar o planejamento de reestruturação da arena. Uma auditoria será realizada pela prefeitura para procurar os responsáveis pelos problemas na cobertura. O Botafogo também deseja apurar o caso para se defender de prejuízos com o Engenhão fechado por longo período.

“Vai ter que fazer [auditoria]. Eu não era prefeito ainda, mas o sujeito que construiu o estádio me diz que tem estudo que aponta risco e temos que checar. Se for um problema de projeto, a responsabilidade é da prefeitura, se for um problema de execução, a responsabilidade é de quem fez. Portanto, vamos apurar. O detalhe é que ainda não há uma solução apontada”, lembrou Paes.

O Engenhão foi construído pela Odebrecht e a OAS. Nesta terça, as empresas disseram que estão participando das discussões sobre a situação do estádio e aguardam um pronunciamento técnico da prefeitura para tomar qualquer atitude.

Fonte: http://esporte.uol.com.br/futebol/campeonatos/estadual-do-rio/ultimas-noticias/2013/03/27/paes-descarta-chance-de-demolir-engenhao-e-procura-responsaveis-por-erro.htm

Caso Engenhão: Prefeitura pede 2 meses para estudar problemas e começar obras no Engenhão


Por Vinicius Konchinski 

A Prefeitura do Rio de Janeiro pediu de 30 a 60 dias para definir um plano de conserto para o Engenhão, interditado na terça-feira por causa de problemas em sua cobertura. Em entrevista coletiva concedida nesta quarta, o presidente da Riourbe (Empresa Municipal de Urbanização), Armando Queiroga, afirmou que a administração municipal e o consórcio construtor do estádio ainda não sabem o que terão de fazer para liberar o espaço para uso. Por isso, evitou dar qualquer prazo para a reabertura do estádio.

“Vamos demorar 30, 45 ou 60 dias para saber qual será a solução para o estádio. Só depois, vamos definir o que precisará ser feito e começar o trabalho”, disse Queiroga. “Vamos nos debruçar arduamente para estudar o problema e reabrir o estádio o mais rápido possível.”

Nesta quarta, Queiroga e Marcos Vidigal, representante do Consórcio Engenhão, afirmaram que o estádio municipal tem um problema em sua cobertura identificado ainda na sua fase final de construção. Os arcos do lado leste e oeste que sustentam o teto do estádio estão em uma posição errada. Isso pode causar o desabamento da cobertura do Engenhão.

Durante a construção do Engenhão, esses arcos permaneceram escorados. A previsão era de que, quando as escoras fossem retiradas, eles se movessem e assentassem a cobertura. Acontece que o deslocamento ocorrido foi cerca de 50% maior que o planejado. Isso acabou criando um risco de queda na cobertura. “Pode haver uma ruina”, complementou Vidigal.

Esse problema vem sendo estudado pelo consórcio construtor do Engenhão, formado pela Odebrecht e a OAS, desde 2007. Vários relatórios já foram feitos sobre a estrutura do estádio e, em 2009, chegou a ser recomendado que o Engenhão fosse fechado em dias de ventos de mais 115 km/h.

Em 2011, o consórcio resolveu contratar uma consultoria alemã para estudar o problema nos arcos mais a fundo. A SBP (Schlaich Bergerman und Partner) analisou o Engenhão, recalculou o risco e recomendou a interdição imediata no estádio. Esse relatório chegou a prefeitura na terça-feira. Com base nele, o prefeito Eduardo Paes tomou a decisão de fechar o Engenhão por tempo indeterminado.

O Engenhão começou a ser construído em 2003 já visando aos Jogos Pan-Americanos de 2007. Na época, a construtora responsável era a Delta, empresa que chegou a ser investigada em uma CPI.

Tempo depois, a Delta abandonou a obra. A Odebrecht e a OAS se juntaram, criaram o Consórcio Engenhão e assumiram a construção do estádio.

Em 2007, o Engenhão foi concluído. Recebeu as provas de atletismo e alguns jogos de futebol do Pan.

O estádio custou R$ 380 milhões. Cerca de três anos depois da sua inauguração, entretanto, foram divulgados as primeiras informações sobre problemas na sua construção.

Em 2010, o Botafogo, que assumiu a administração do estádio, enviou à Prefeitura do Rio um relatório apontando rachaduras e outras falhas na estrutura do espaço. A prefeitura convocou o Consórcio Engenhão e exigiu o conserto dos defeitos sem ônus aos cofres públicos.

No ano passado, indícios de novos problemas estruturais foram identificados. Em agosto, a Riourbe criou um grupo de trabalho para apurar “vícios construtivos” no estádio.

Meses depois, o estádio foi interditado. De acordo com Queiroga, da Riourbe, por causa de todo esse histórico da obra, é impossível determinar hoje quem é o responsável pela falha na cobertura do estádio: projetistas, contrutores ou até mesmo a própria prefeitura.

Marcos Vidigal, do consórcio construtor, disse que a Odebrecht e a OAS assumiram a obra do estádio com 100% do projeto definido e 25% da cobertura instalada. Por isso, só cumpriram o que já estava planejado anteriormente.

A prefeitura confirma essa versão. De acordo com Queiroga, só depois da identificação do problema, será possível encontrar os responsáveis pela falha e cobrar deles uma ressarcimento. "Estamos preocupados com a segurança. Quem pagará a obra, isso vem no segundo momento", afirmou o presidente da Riourbe.

Fonte: http://esporte.uol.com.br/futebol/campeonatos/estadual-do-rio/ultimas-noticias/2013/03/27/prefeitura-pede-2-meses-para-encontrar-problemas-e-comecar-obras-no-engenhao.htm