Gestores da Arena Pernambuco tiveram de superar a desconfiança dos dirigentes da Fifa
Não foi simples o caminho percorrido pela Arena Pernambuco, desde o momento da pré-confirmação na Copa das Confederações, em outubro de 2011, quando estava apenas 20% pronta, até esta quinta-feira (8), quando teve sua participação selada no torneio pela Fifa, contabilizando 70% das obras concluídas.
Para saltar 50% em pouco mais de um ano, os gestores do estádio aceitaram o desafio proposto pela entidade e confiaram em um ousado plano de aceleração para conquistar, enfim, a confiança de Valcke e cia.
Em material que a Secretaria da Copa em Pernambuco enviou ao Portal 2014, algumas das principais ações tomadas pela Odebrecht, líder do consórcio construtor, puderam ser identificadas –e, algumas, confirmadas.
Entre as “medidas de aceleração”, Secopa e Odebrecht listam iniciativas como “ataque simultâneo nos dez setores da obra”, “montagem de toda a cobertura por fora do estádio”, “incremento da mão de obra, direta ou indireta, até 4.500 homens” e até mesmo “equiparação de remuneração e benefícios de mão de obra da Arena Pernambuco com a do complexo do Suape”.
A vitória parcial de Recife é interpretada pelos gestores locais como uma resposta à desconfiança da Fifa ao longo deste ano.
Em março, o presidente da CBF e do Comitê Organizador Local (COL), José Maria Marin, deixou uma reunião com a cúpula da Fifa em Zurique, na Suíça, revelando a jornalistas presentes que dirigentes da entidade duvidavam do cumprimento do prazo por parte dos pernambucanos.
Dois meses depois, um relatório do consultor da Fifa e especialista em obras de estádios, Charles Botta, dava conta de que os desafios da Arena Pernambuco para estar pronta antes do torneio de 2013 “dificilmente seriam superados”.
Na sequência, o secretário da Copa no estado, Ricardo Leitão, falou ao Portal 2014 e assumiu a bronca.
“É um desafio muito grande. Se acharmos que a obra não caminha em um ritmo necessário, a gente pode pular fora antes da Copa das Confederações”, declarou, à época.
Leitão e o governo pernambucano, no entanto, bancaram a aceleração das obras e, até o presente momento, o plano vem se mostrando bem-sucedido.
Hoje, o estádio de São Lourenço da Mata, cidade a 19km do centro da capital Recife, figura com o maior avanço dentro de um período de doze meses (entre outubro de 2011 e outubro de 2012) entre as arenas da Copa.
Em 2013, Pernambuco vai receber três jogos da Copa das Confederações, todos na primeira fase.
Motivação política
Um dos políticos mais influentes do Nordeste, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), também foi peça fundamental para garantir o estado na Copa das Confederações.
Em outubro, Campos entrou em cena e escreveu, ele mesmo, uma carta endereçada a José Maria Marin garantindo a inauguração da Arena Pernambuco no dia 14 de abril.
Nos bastidores, especula-se que a data preocupou a Fifa e irritou gestores de outras cidades-sede, ao abrir um precedente para que os demais estádios pudessem ser inaugurados após o mês-limite (fevereiro).
Campos não arredou o pé. Após o evento desta quinta-feira (8), a tática se mostrou acertada. Os dirigentes da Fifa não só confirmaram Recife no evento como acalmaram os gestores dos outros estádios, garantindo que as arenas agora podem ser entregues em abril sem (muitos) problemas.
Nesta quinta-feira, ele foi um dos governadores (como Agnelo Queiroz , do Distrito Federal) a marcar presença no Museu do Futebol, no estádio do Pacaembu, em São Paulo, onde aconteceu a solenidade, em mais um sinal de que a nomeação do Recife era mais do que certa.
Em alta, o nome de Campos costuma ser citado como um dos pré-candidatos a presidência da República em 2014. O governador pernambucano é presidente nacional do PSB, o Partido Socialista Brasileiro.
Fonte: http://www.portal2014.org.br/noticias/11020/PLANO+DE+ACELERACAO+E+FORCA+POLITICA+FORAM+OS+TRUNFOS+DO+RECIFE.html
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