Por Mauro Zafalon
Mal começou 2013 e o mercado esportivo já apresentava novidades. E novidades caras. No primeiro dia do ano, o São Paulo anunciou a Penalty como sua nova fornecedora de material esportivo até dezembro de 2015. Mas o que chamou atenção foi mesmo o valor que será desembolsado pela empresa brasileira: R$ 35 milhões aos cofres tricolores, segundo as duas instituições.
As cifras ultrapassariam os negócios entre Corinthians e Nike e Flamengo e Adidas, ratificando a associação entre São Paulo e Penalty como a mais valiosa entre um clube de futebol e uma fornecedora de material esportivo no Brasil. "Temos muito fôlego para brigar nesse patamar", afirmou Rafael Gouveia, gerente-geral de operação da Penalty, em entrevista à Máquina do Esporte. Vale lembrar que a corporação nacional e a equipe do Morumbi já foram parceiras na década de 1990, quando o time paulista se tornou bicampeão mundial.
Desde essa época, muita coisa mudou para a dupla. Principalmente para a Penalty. A companhia, pertencente ao Grupo Cambuci, passou por uma verdadeira reformulação em abril de 2011: reposicionou sua marca, reformulou sua linha de produtos e direcionou todos os seus investimentos para o futebol, remontando às suas origens, na década de 1970.
Após a “revolução”, a Penalty apostou em conscientizar seu público sobre a “nova” marca e exibiu uma série de comerciais na televisão fechada. Agora, em 2013, a meta é outra. “É hora de dar o segundo passo, que será a ativação de nossas propriedades”, revelou Gouveia.
Leia a entrevista na íntegra:
Rafael Gouveia
Antes de chegar à Penalty, o executivo ocupou posições de liderança nas áreas comerciais e de operações nas companhias Unilever, JBS Friboi e Schincariol.
Gouveia é formado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
Máquina do Esporte: O que a Penalty espera dessa parceria com o São Paulo?
Rafael Gouveia: Nesses três anos de parceria com o São Paulo, queremos contribuir muito para que essa relação seja boa para o clube. A Penalty deseja ser mais que simplesmente a fornecedora de material esportivo do São Paulo. O objetivo da empresa é desenvolver e participar de vários projetos ao lado do time.
ME: Um desses projetos deve ser a criação de uma camisa vermelha, em alusão à nova cor das cadeiras do Morumbi. O que você pode dizer a respeito disso?
RG: Esse será um dos nossos primeiros projetos e ocorrerá em parceria com o departamento de marketing do São Paulo. Estamos criando uma camisa vermelha em homenagem à cor das cadeiras do Morumbi, e ela vestirá os atletas durante uma partida ainda indefinida, provavelmente no mês de março. A ideia é transformar o Morumbi em uma arena vermelha nesse dia.
ME: A Penalty costuma produzir as camisas 3 de seus clubes em parceria com a grife Cavalera. Embora a camisa vermelha seja apenas um modelo comemorativo, há chances de a peça ser desenhada pela Cavalera? A Penalty tem interesse em ativar a grife em sua relação com o São Paulo?
RG: Nesse primeiro momento, é provável que ainda não vamos ativar a Cavalera na parceria com o São Paulo, mas nada está descartado. No entanto, queremos, sim, no futuro, trabalhar com a Cavalera em alguns produtos para o clube. Talvez agora ainda seja um pouco cedo para isso.
ME: A Penalty também terá uma loja com o São Paulo no Morumbi. Quando ela estará disponível para os torcedores?
RG: Essa loja no estádio do Morumbi será outro grande projeto entre a Penalty e o São Paulo. Até agora, ela ainda não foi entregue oficialmente à Penalty. O antigo fornecedor de material esportivo [a inglesa Reebok, parceira de 2006 a 2012] está desocupando o espaço. Em breve, devemos receber a loja e, posteriormente, ela já estará funcionando.
ME: Dentre os cinco clubes de maior torcida no Brasil, a Nike é parceira de um (Corinthians), a Adidas será parceira de dois (Palmeiras e Flamengo), e a Penalty, também chegou a dois times, já que, além do São Paulo, também fornece material ao Vasco. Até onde vai o fôlego da Penalty para brigar com Nike e Adidas nesse patamar?
RG: Essa é uma excelente pergunta. É o seguinte: a Penalty tem o objetivo de ser a maior marca brasileira de futebol. Não foi ao acaso que nos tornamos a fornecedora de material esportivo de São Paulo e Vasco. Sabemos da importância de nos associarmos a grandes clubes brasileiros. Vamos continuar trabalhando para ter sempre times desse nível. E temos muito fôlego para isso.
ME: O contrato da Penalty com o São Paulo tem sido tratado como o mais alto do Brasil entre fornecedor de material esportivo e clube, valendo R$ 35 milhões anuais. Como é detalhado esse valor?
RG: O valor oficial do contrato é, sim, de R$ 35 milhões por ano. Essa quantia já foi inclusive divulgada pela própria Penalty e pelo São Paulo. Esses R$ 35 milhões são divididos entre algumas propriedades, como pagamento em dinheiro ao clube e produção de material esportivo, da mesma forma que em todos os contratos.
ME: Em 2010, a Penalty teve um faturamento líquido de R$ 248 milhões. Como foram esses dois últimos anos?
RG: Em 2011, tivemos um grande crescimento de dois dígitos percentuais em relação ao ano anterior. Isso se deu, muito em grande parte, por conta da parceria com o Vasco, que fez uma ótima temporada, conquistando o título da Copa do Brasil e o vice-campeonato do Brasileirão. Quanto a 2012, ainda não temos os números, mas novamente conseguimos um bom lucro. Os valores devem ser divulgados em breve em nosso balanço anual.
ME: Quais são as metas da Penalty para 2013?
RG: Pretendemos continuar com o alto investimento no futebol, consolidar nossa marca no mercado e dar sequência à sua internacionalização. Nesse ano, também esperamos realizar muitas ativações de nossas propriedades e de nossas parcerias, especialmente essa com o São Paulo.
ME: A Penalty exibe regularmente comerciais na televisão fechada. Como isso se dará neste ano?
RG: Desde que a Penalty passou por uma reformulação em 2011, investimos muito em publicidade para divulgar e apresentar às pessoas a “nova” Penalty, para que todos tivessem consciência da marca. Esse foi o primeiro passo. Agora, é hora de dar o segundo, que será a ativação de nossas propriedades. Portanto, diminuiremos a quantidade de publicidade para focar a ativação das propriedades.
Fonte: http://www.maquinadoesporte.com.br/i/entrevistas/view/0/318/Rafael-Gouveia/index.php
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