Segundo simulação, estádio com público de 47 mil pessoas pode ser esvaziado em menos de sete minutos
Por Gian Amato
RIO - Dois dias após a tragédia em uma boate em Santa Maria (RS), que deixou 231 mortos, o Botafogo organizou uma coletiva de imprensa para explicar como funciona o plano de segurança e evacuação do Engenhão, com as presenças de Sérgio Landau, diretor-executivo do clube, Soraia Musse, professora da PUC-RS e responsável pelo laboratorio de simulação de multidões, Alex Busquet, médico-chefe do Engenhão, e o capitão Fabiano, do Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (GEPE).
Segundo um software de simulação desenvolvido por Soraia, levando em conta o tempo de evacuação e o número de pessoas por metro quadrado, o Engenhão demoraria seis minutos e meio para ser evacuado com uma estimativa de publico de 47 mil pessoas. O padrão Fifa é de oito minutos.
- As saídas estão ok. Levamos em conta possíveis comportamentos do púnblico, como velocidade de saída, pânico e aglomeração. As simulações foram boas. Fechamos uma das saídas, em um dos caracóis do estádio, e o tempo passou a ser de sete minutos - disse Soraia, que não quis fazer comentários sobre a tragédia de Santa Maria.
Sérgio Landau lembrou que o Engenhão possui todos os laudos previstos na legislação - do Corpo dos Bombeiros, da Polícia Militar e da Vigilância Sanitária - e em toda véspera de jogo é realizada uma reunião, prevista no Estatuto do Torcedor, na Federação de Futebol do Rio de Janeiro para estimar público e efetivo que precisa trabalhar no estádio.
- O estádio do Botafogo foi aprovado pelo Comitê Olímpico Internacional, tanto em termos técnicos quanto no sistema de segurança e evacuação. Hoje comportamos 45 mil pessoas, e ele será ampliado para 60 mil nas Olimpíadas em 2016. Trabalhamos atualmente com um público máximo de 42 mil pessoas em grandes eventos, porque é mais seguro.
Médico-chefe do Engenhão, Alex Busquet explicou que o estádio tem três postos de saúde, com cada um contando com cinco médicos, três enfermeiros e cinco técnicos de enfermagem, e quatro ambulâncias com UTI móvel, cada uma com um médico, um enfermeiro e um condutor treinando em primeiros socorros.
- Disponibilizamos esses equipamentos com base na legislação. Temos capacidade de fazer atendimento pré-hospitalar, estabilizar o paciente, dar alta ou removê-lo para o hospital.
Para o capitão Fabiano, do GEPE, o principal problema hoje em dia não está nos estádios, e sim nos arredores, devido à proibição da venda de bebida alcoólica durante os jogos.
- O torcedor sai do trabalho, não se alimenta e chega ao redor do estádio e toma em média dez latinhas de cerveja. Ele já entra embriagado cinco minutos antes. Imagina 30 mil pessoas querendo entrar ao mesmo tempo? Ainda tem o fato que pode sair um gol e a torcida reagir e gerar confusão. O GEPE discute a proibição de bebida no estádio, porque lidamos com homens embriagados de qualquer jeito e às vezes é muito difícil conter essa população.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/esportes/botafogo-explica-plano-de-seguranca-evacuacao-do-engenhao-7432393#ixzz2JO9q8Jaq
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