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sábado, 22 de setembro de 2012

MINISTRA DA CASA CIVIL COMENTA PREPARAÇÃO DO PAÍS PARA MEGAEVENTOS ESPORTIVOS


Durante entrevista ao Bom Dia, ministro, Gleisi Hoffmann descreveu alguns aspectos da organização da Copa do Mundo da FIFA 2014

Entrevistada da manhã de sexta-feira, 21.09, do programa Bom Dia, ministro, a titular da Casa Civil, Gleisi Hoffman, comentou a preparação do Brasil para megaeventos esportivos, em aspectos como gestão, acessibilidade e parcerias com o setor privado

Estudo de gestão para os megaeventos
Nós já temos um estudo, um acompanhamento e uma gestão desses eventos. O Ministério do Esporte é o coordenador desse processo. Em relação à Copa temos o Comitê Gestor da Copa, do qual, além do ME, participam outros ministérios. Temos reuniões periódicas com os técnicos e ministros também se reúnem para tratar dos assuntos relativos à organização dos eventos. Só para se ter uma ideia, o trabalho dos estádios é acompanhado semanalmente por uma equipe que verifica todos os problemas, desde a parte de financiamento até a infraestrutura. Tanto que hoje nós temos as obras dos estádios funcionando dentro do prazo que queremos. Fazemos isso também em outras áreas, como turismo, obras de mobilidade. Não só o Comitê Gestor da Copa, mas o Ministério do Planejamento, através do PAC, tem se reunido, periodicamente, com estados e municípios, no sentido de podermos ajudar a resolver os problemas. Aprovamos, recentemente, o RDC para as obras do PAC. Já tinha para a Copa, o que está ajudando os estados a fazer licitações mais céleres.
Agora vamos começar com grupos focados na Copa das Confederações. Teremos seis cidades para o torneio. Esse grupo, que reúne ministérios e representantes dos estados e municípios, tratará de temas como turismo, portos, rodoviária, a parte da mobilidade urbana, da segurança, dos estádios. Avaliaremos todas essas questões e teremos intervenções para a boa realização dos jogos. Muitas já começaram. Então eu acredito que essa disposição do governo e essa articulação fará com que realizemos dois belíssimos eventos no Brasil. Eu quero reforçar que já tivemos uma experiência muito positiva, que foi com a Rio+20. Um evento grande, com quase 130 chefes de estado. Fizemos operação de segurança, de logística, de operação, de telecomunicações e não tivemos problema. Isso já nos deu know how para olharmos os megaeventos que vêm e fazermos uma grande organização para os brasileiros e para o mundo.

Acessibilidade
Essa é uma preocupação grande do Governo Federal. Na realidade, temos que mudar uma cultura, que não é só de governo, é uma cultura de sociedade, para que todos os ambientes tenham acessibilidade. A presidenta Dilma Rousseff lançou no ano passado um programa que julgo ter grande impacto social: “Viver sem limites”. É voltado para pessoas com deficiência, em várias áreas, educação, saúde, transporte e também na questão da acessibilidade. Do ponto de vista federal, estamos com um plano de adaptação dos aeroportos e queremos que os terminais, até à Copa do Mundo e as Olimpíadas, estejam adaptados o máximo possível para receber as pessoas com deficiência. Em relação aos estádios, aprovamos recentemente a Lei Geral da Copa e depois um decreto regulamentando o número de lugares, as formas de entrar e sair. Agora também teremos para os equipamentos das Olimpíadas. Já recebemos do Comitê Paralímpico a solicitação do número mínimo de adaptações que precisamos fazer em todos os equipamentos. Além disso, as obras de mobilidade que estamos financiando com os estados e municípios para a Copa e Olimpíadas já estão com a orientação de serem licitadas e realizadas com acessibilidade. Óbvio que nas outras instalações, nas calçadas já existentes e nos prédios, vamos precisar da conscientização da administração local para fazer a adaptação. Temos incentivado aquilo que podemos. O Ministério das Cidades tem um departamento específico nessa área, voltado para acessibilidade. Temos alguns recursos para fazer financiamento de adaptação, mas esse foco para os jogos e para as obras que estão sendo feitas estamos incentivando e exigindo a acessibilidade.

Estádios da Copa
Em relação aos estádios, o governo federal tem uma postura clara, de não colocar dinheiro público nos estádios. Tanto que nós optamos por uma linha de financiamento, que é uma linha de financiamento do BNDES que a maioria dos estádios pegou, pediu o financiamento. Essa linha está aberta também para o Estádio do Atlético Paranaense (a pergunta era de uma rádio de Curitiba) poder fazer as suas reformas. A posição do governo foi de não colocar nenhum recurso público por entender que os estádios são particulares e são ações que vão beneficiar o próprio estádio.

Interação com o setor privado
Avalio de forma positiva a interatividade entre setor público e privado nas câmaras de gestão. É uma troca de experiências que é sempre muito positiva. É óbvio que temos focos diferentes. O setor privado tem o foco do lucro, do resultado financeiro. Nós temos o foco do resultado para a população, de serviços públicos. Mas essa interação nos ajuda muito a melhorar serviços públicos, dinamizar. Estamos acompanhando os processos de gestão na área de saúde, na área dos transportes, da Justiça, dos aeroportos, dos Correios, enfim. Eu diria que todos esses órgãos começaram a ter melhoras significativas em seus processos de gestão.
Por exemplo: aeroportos. É claro que temos um problema estrutural que é até o tamanho dos nossos aeroportos e o número de pessoas que hoje utilizam o serviço aeroviário. Por isso estamos fazendo o aumento físico, fazendo as obras e concessões. Mas também melhoramos processos internos. Coisas simples, mas que afetam a vida das pessoas. Não deixarmos ter grandes filas, colocarmos funcionários da Infraero, que nós chamamos de Amarelinhos, para atender as pessoas, tirar dúvidas, colocar internet gratuita em todos os aeroportos, baixar o custo da alimentação, com licitação dirigida para lanchonetes com custo menor, colocar máquinas de alimentos. Coisas pequenas, simples, mas que fazem a diferença na vida das pessoas que utilizam os aeroportos. Isso a gente aprende muito com os empresários, que dizem: os detalhes fazem com que a qualidade dos serviços seja ruim ou não. Então não adianta pensar só no grande, mas nos detalhes dos serviços à disposição. Nos aeroportos nós temos câmeras, 146 câmeras, e os gestores podem ver onde tem problema, onde se formam filas, onde tem retenção de bagagem, e já intervir nisso.

Parcerias em Confins e no Galeão
Confins, em Minas Gerais, é um dos aeroportos no Sistema de Acompanhamento de Gestão da Infraero. Já foi feita a avaliação e a Infraero tem acompanhado. Desde a questão das bagagens, da disposição das filas, do atendimento, do check-in, do autoatendimento. E Confins é um dos aeroportos que estamos estudando, junto com o Galeão, no Rio de Janeiro, para fazer uma intervenção que tenha a parceria de grandes operadoras internacionais na área de gestão. Ou seja, precisamos melhorar a gestão desses aeroportos, que são grandes Hubs nacionais, e Confis é um deles. Temos obras previstas pelo PAC para a Copa. Essas obras estão sendo realizadas. Obviamente que tem obras maiores, e aí temos de saber qual vai ser a destinação de Confins: se vamos fazer realmente uma ação de gestão conjunta ou se vamos conceder. Essa é uma discussão que está em aberto no governo.

Fonte: http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/ministra-da-casa-civil-comenta-preparacao-para-copa-de-2014

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