Por Aretha Martins
Ary Graça venceu, na noite de sexta-feira, a eleição para a presidência da FIVB. Passei algumas manhãs desta semana apurando como ficaria a CBV com a vitória de Ary, conversando com colegas para ver as impressões deles sobre a gestão do mandatário e lendo um pouco sobre toda a eleição. A minha conclusão é mais positiva do que negativa sobre o que o dirigente fez no vôlei brasileiro e dá ânimo para o mandato agora na FIVB.
Foi com Ary Graça no comando a era mais vitoriosa do vôlei brasileiro, com ouros olímpicos, títulos mundiais e tudo mais. Ele soube aproveitar a herança de Nuzman, que já havia profissionalizado o esporte e o inserido o país no cenário mundial, e melhorou ainda mais a situação por aqui. Para jogadores, é unanimidade citar a criação do Centro de Treinamento de Saquarema como uma das grandes contribuições da gestão de Ary Graça.
Além disso, ele é um incentivador do vôlei de praia, tanto que, como dirigente da FIVB, criou a Continental Cup, torneio que serviu como classificatório para as Olimpíadas de Londres. A tendência é que a modalidade receba ainda mais atenção com o brasileiro no comando.
Ary Graça também é defensor do uso de tecnologia no vôlei e, agora, pode ajudar a colocar o uso dos recursos em prática. Bela ideia! As jogadas estão cada vez mais rápidas e os árbitros têm errado bastante. A tecnologia só vai ajudar o esporte e já deveria estar sendo mais utilizada.
Já a Superliga ganhou muito incentivo no mandato de Ary Graça na CBV, conseguiu trazer todos os ídolos de volta há algumas temporadas, mas já vê a saída deles mais uma vez. Enquanto astros como Murilo, Sheilla, Jaqueline seguem por aqui, Giba foi para a Argentina, Leandro Vissotto para a Rússia… Além disso, alguns time viram a saída de seus patrocinadores e fecharam, ou quase, as portas, como Pinheiros em São Paulo, Cimed, em Florianópolis (ok, o time não fechou as portas, mas não lembra aquele tetracampeão da Superliga), Blausiegel em São Caetano e o Vôlei Futuro feminino, por exemplo.
Com a volta de astros e salários altos, o esporte acabou ficando muito caro e, sem alguns resultados esperados pelos investidores, viu os patrocinadores saírem. Será que a CBV pode ajudar com isso? Ary Graça pode fazer alguma coisa lá na FIVB?
As categorias de base por aqui também caíram nas últimas temporadas. Depois de quatro títulos seguidos, a seleção feminina juvenil perdeu a final do Campeonato Mundial. Já o time masculino fez feio no Mundial em casa e ficou apenas com quinta colocação. Será que falta investimento nas categorias menores? Pelo menos alguns times voltaram a investir nisso, como o Sesi.
Ary Graça ainda não decidiu o seu futuro. Segundo a assessoria da CBV, ele deixaria a entidade nacional com a vitória na FIVB. Entretanto, o próprio dirigente chegou a comentar na imprensa que poderia seguir com os dois cargos. Se ele sair, a tendência é que o cargo no Brasil fique com o vice Walter Pitombo, o Toroca.
Por enquanto, acho que é uma vitória para o vôlei brasileiro ter Ary Graça na FIVB. Que ele cumpra o que disse no primeiro discurso e leve modernização à entidade e também trabalhe como uma democracia. Que trate como um grande negócio, e não política.
Fonte: http://colunistas.ig.com.br/mundodovolei/2012/09/22/brasileiro-no-comando-do-volei-mundial/
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