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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Futebol brasileiro ainda leva goleada fora das quatro linhas


Por Gabriel Ferreira

Essa é a conclusão dos participantes do “Debates Brasil Econômico — um olhar sobre grandes temas nacionais”, que reuniu um seleto time de executivos para discutir os negócios do esporte mais amado do país.

Ponha meia dúzia de torcedores em uma mesa de bar e tente fazer com que eles concordem em alguma questão relacionada ao futebol.

A missão é praticamente impossível, a menos que o tema da conversa envolva as questões políticas, administrativas e econômicas dos clubes.

Quando isso acontece, é praticamente certo que todos concordarão que, nesse ponto, o futebol brasileiro mal começou o tempo regulamentar, certamente vai precisar de prorrogação e, talvez, nem os pênaltis consigam resolver.

E futebol foi o tema do Debates Brasil Econômico - Um olhar sobre os grandes temas nacionais, evento realizado por este jornal com o objetivo de colocar temas de relevância para o país sob o holofote da discussão de especialistas.

Afinal, as dificuldades enfrentadas pelo futebol nacional, fora das quatro linhas, prejudicam as equipes nacionais, resultam também em perdas econômicas para os clubes e para o país.

"Estamos na frente de uma gigantesca reserva de petróleo, mas temos apenas um saca-rolhas para perfurá-la", disse Rogério Dezembro, diretor de novos negócios da construtora WTorre e ex-diretor do departamento de marketing do Palmeiras, e um dos convidados para o debate.

Caminhos possíveis

Seria impossível sair de um tipo de debate como este com uma conclusão. Mas a discussão serviu para apontar alguns caminhos possíveis. Há consenso, porém, de que não é difícil descobrir qual o caminho deverá ser trilhado para atingir a maturidade que o esporte já alcançou em outras praças, sobretudo na Europa.

O maior desafio, na verdade, é dar o primeiro passo. "Os clubes precisam ser geridos com mais gestão e menos paixão", diz Cesar Gualdani, sócio da consultoria Stochos.
Luiz Fernando Vieira, vice-presidente da agência de publicidade Africa, do Grupo ABC disse que os clubes precisam amplificar o escopo de atuação. "Eles precisam buscar parceiros em vez de patrocinadores.

Às vezes é melhor fechar com uma empresa do que estampar a camisa com um monte de marcas. O parceiro vai se sentir mais valorizado", afirmou Vieira que também participou do debate e cuja agência representa um grande e tradicional anunciante de futebol, a marca Brahma, da Ambev.

Não há dúvidas de que o futebol brasileiro avançou bastante nas últimas décadas. Só o Campeonato Brasileiro de 2012, que está apenas em sua primeira rodada, deve movimentar R$ 2 bilhões em patrocínios, direitos de transmissão e bilheteria, entre outras fontes de receita.

"Mas o mercado brasileiro ainda não aprendeu a explorar a era dos pontos corridos. Comemoramos médias de público relativamente baixas para este tipo de competição", afirmou Amir Somoggi, da consultoria BDO e que também participou do debate.

Globalização

Para Somoggi, os clubes brasileiros têm de "entender seu papel no mundo e se posicionar globalmente". Armênio Neto, gerente de marketing do Santos Futebol Clube sabe bem do que Somoggi está falando.

Segundo ele não foi só dentro de campo que o Peixe perdeu para o Barcelona. "Há dois quilômetros do estádio já se via artigos do time catalão à venda. E a gente com dificuldade para levar meia dúzia de camisa do Santos para vender em Tóquio", lembrou o executivo durante o evento.

Mas não faltam oportunidades. Pelo menos é a opinião de Evandro Guimarães, diretor de operações da 9INE.

"As oportunidades são muito grandes mas os clubes precisam se profissionalizar. Até por uma questão de sobrevivência", afirmou o braço direito de Ronaldo Fenômeno na agência de marketing esportivo.

Fonte: http://www.brasileconomico.ig.com.br/noticias/futebol-brasileiro-ainda-leva-goleada-fora-das-quatro-linhas_117278.html

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