Presidente comanda Comitê Olímpico Brasileiro desde junho de 1995
Por Ary Cunha
RIO - Carlos Arthur Nuzman foi eleito nesta sexta-feira para seu quinto mandato consecutivo como presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Ele não teve concorrente, já que sua chapa, com André Gustavo Richer de vice-presidente, foi a única registrada para o pleito. É a quarta reeleição de Nuzman, cujo novo mandato começará em janeiro do ano que vem e irá até janeiro de 2017. Quando chegar ao final do quinto mandato o dirigente, que antes comandou a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) por 22 anos, terá completado 21 anos e meio à frente do COB, que comanda desde 29 de junho de 1995.
Pela primeira vez não foi proposta eleição por aclamação, sem necessidade de voto. Isso porque era de conhecimento geral que o presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo, Erick Maleson, não apoiava a reeleição de Nuzman. Tinham direito a voto 33 pessoas: 30 representantes de confederações mais os três membros natos do COB: o próprio Nuzman, seu vice, Richer, e o ex-presidente da Fifa João Havelange, que fez aparição pública pela primeira vez desde sua última internação no hospital e caminhava com dificuldade, ajudado por uma bengala e por um rapaz.
Do universo de 33 votos Nuzman obteve 30 a favor e um contra. Não compareceram ao pleito o presidente da CBF, José Maria Marin, e o interventor da Confederação Brasileira de Vela e Motor, Carlos Luis Martins.
Após a eleição, Maleson fez duas críticas ao COB. Ele disse que houve um movimento para lançar uma outra chapa, mas ele teria sido suficado pela entidade. Segundo Maleson, nove presidentes confederações chegaram a ter duas reuniões no Clube dos Marimbás, na Zona Sul do Rio de Janeiro, para articular uma chapa que não foi para frente. Ele disse que os dirigentes não teriam apoiado a dissidência por medo de retaliação.
- A coisa é muito séria. Eu peço ajuda ao Ministério do Esporte e à presidente Dilma. Se a gente continuar nesse caminho, vão continuar acontecendo coisas como arrombamento de sede e desvio de documento em Londres. E isso é só a ponta do iceberg. Eu venho sofrendo ataques há dois anos. Este é um dia triste para o esporte olímpico brasileiro - afirmou.
O grupo citado por Maleson tinha a frente um ex-desafeto de Nuzman: o presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, Alaor Azevedo. Ele admitiu que houve uma reunião, mas, segundo ele, não era para lançar uma chapa, e sim discsutir ideias porque havia uma insatisfação grande entre algumas confederações. Alaor disse ainda que parte destas ideias teriam sido atendidas pelo Nuzman em reuniões com ele.
- Realmente eu mudei de posição. Mas a minha crítica não era pessoal e sim de ideias. Havia a ideia de ter uma chapa de oposição desde Guadalajara (no Pan do México do ano passado), mas desde que o Ary Graça fosse o presidente. Depois que o Ary confirmou com o Nuzman que ele não ia deixar de ser candidato à reeleição, a gente recuou.
Presidente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), Ary Graça foi eleito no mês passado presidente da Federação Internacional de Vôlei (FIVb).
Ao se defender das acusações disse que não houve invasão da sede da Confederação de Desportos no Gelo.
- O que houve é que um interventor foi nomeado pela Justiça do Rio e ele precisava entrar para realizar o seu trabalho e não conseguia. A confederação tem problemas administrativos e financeiros que inviabilizam o repasse de verbas da Lei Piva.
O COB diz que a confederação não recebe recursos da Lei Piva desde 2009, mas Maleson diz que não recebe o dinheiro há cinco anos. Segundo Nuzman, o COB passou a bancar as despesas da entidade diante da impossibilidade de repassar os recursos.
Na votação foram eleitos, além do presidente e do vice, os membros efetivos da assembleia geral e membros do conselho fiscal.
A relação das confederações e seus representantes, com direito a voto:
Confederação Brasileira de Atletismo – Roberto Gesta de Melo
Confederação Brasileira de Badminton – Francisco Ferraz de Carvalho
Confederação Brasileia de Basketball – Carlos Boaventura Correa Nunes
Confederação Brasileira de Boxe – Mauro José da Silva
Confederação Brasileira de Canoagem – João Tomasini Schwertner
Confederação Brasileira de Ciclismo – José Luiz Vasconcelos
Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos – Coaracy Nunes Filho
Confederação Brasileira de Desportos na Neve – Erick Maleson
Confederação Brasileira de Esgrima – Gerli dos Santos
Confederação Brasileira de Futebol – José Maria Marin
Confederação Brasileira der Ginástica – Maria Luciene Cacho Resende
Confederação Brasileira de Golfe – Rachid Hadura Orra
Confederação Brasileira de Handebol – Manoel Luiz Oliveira
Confederação Brasileira de Hipismo – Luiz Roberto Giugni
Confederação Brasileira de Hóquei Sobre a Grama e Indoor – Sydnei Rocha
Confederação Brasileira de Judô – Paulo Wanderley Teixeira
Confederação Brasileira de Levantamento de Peso – Ricardo de Mesquita Calmon
Confederação Brasileira de Lutas Associadas – Pedro Gama Filho
Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno – Helio Meirelles Cardoso
Confederação Brasileira de Remo – Wilson Reeberg
Confederação Brasileira de Rugby – Sami Arap Sobrinho
Confederação Brasileira de Taekwondo – Carlos Luiz Pinto Fernandes
Confederação Brasileira de Tênis – Jorge Lacerda da Rosa
Confederação Brasileira de Tênis de Mesa – Alaor Gaspar Pinto Azevedo
Confederação Brasileira de Tiro com Arco – Vicente Fernando Blumenschein
Confederação Brasileira de Tiro Esportivo – Paulo Antonio Guedes de Lima e Silva
Confederação Brasileira de Triatlo – Carlos Alberto Machado Fróes
Confederação Brasileira de Vela e Motor – Carlos Luiz Martins
Confederação Brasileira de Voleibol – Ary Graça Filho
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/esportes/nuzman-reeleito-para-quinto-mandato-frente-do-cob-6297214#ixzz28Sr19q8f
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