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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Desafio para 2016 é evento sem retenções, diz presidente da Empresa Olímpica Municipal


Maria Sílvia Bastos Marques quer população informada sobre mudanças no trânsito ao longo dos Jogos, para evitar engarrafamentos

RIO - Apesar de contar com uma das melhores redes de transporte público do mundo, Londres não escapou de enfrentar problemas no trânsito durante as Olimpíadas. As medidas dos britânicos para superar os problemas foram acompanhadas por técnicos da prefeitura. Afinal, como reconhece a presidente da Empresa Olímpica Municipal, Maria Sílvia Bastos Marques, a questão da mobilidade é um dos principais desafios do Rio para 2016. Segundo ela, nesse quesito Londres mostrou capacidade de se adaptar a imprevistos.
Um dos exemplos foi como as autoridades lidaram com os congestionamentos provocados com a perda de uma faixa de trânsito, para permitir a livre circulação da chamada família olímpica. Ao longo do evento, o plano das faixas foi revisto:
— As autoridades perceberam que era possível liberar algumas faixas para os carros de passeio em determinados horários, em que ficavam ociosas. Isso aliviou os problemas no trânsito — disse Maria Sílvia.
O sistema de faixas exclusivas já foi adotado em outros eventos no Rio e será repetido em 2016. A primeira vez foi nos Jogos Pan-Americanos de 2007, quando houve restrições em vias como a Avenida Salvador Allende, na Barra, e as linhas Amarela e Vermelha. Na Conferência Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), em junho, foi testado um outro esquema para ordenar o tráfego que pode ser adaptado para os Jogos de 2016.
Na Rio+20, não houve faixas exclusivas. A prefeitura optou por um esquema especial de reversíveis na Avenida Niemeyer, para facilitar o deslocamento das delegações hospedadas nos hotéis da Zona Sul para o Riocentro, em Jacarepaguá, onde foram realizados os principais debates do evento. O entorno do Riocentro foi fechado à circulação de carros particulares. O esquema deve se repetir nas Olimpíadas, provavelmente com a interdição de outras vias de acesso, para isolar o entorno do futuro Parque Olímpico, da Vila Olímpica e do Riocentro.

Tom alarmista ajudou
A presidente da Empresa Olímpica Municipal elogiou as autoridades londrinas por terem promovido uma ampla campanha para divulgar as mudanças no tráfego. Para ela, o mesmo pode ser feito no Rio:
— Eles alertaram que o trânsito poderia ficar um caos. Esse tom alarmista foi um incentivo para muita gente tirar férias. Como muita gente deixou Londres, isso foi um alívio para o trânsito.
No caso do Rio, algumas medidas já anunciadas pelas autoridades podem minimizar o problema. As férias escolares em 2016 serão em agosto, e não em julho. Com a medida, a expectativa da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio) é reduzir em 30% a quantidade de carros nas ruas durante o evento.
— Além isso, não podemos esquecer que em 2016 teremos uma vasta rede de BRTs e o estado vai inaugurar o metrô entre a Barra e a Zona Sul. Tudo isso são opções para quem usa o carro. Estimamos que com isso 60% da demanda por transportes será feita por sistemas de alta capacidade — acrescentou Maria Sílvia.

Terceira faixa no Joá
Ainda na ligação Barra-Zona Sul, outra novidade será a construção de uma terceira faixa de tráfego na pista superior do Elevado do Joá. Durante as Olimpíadas, a nova faixa funcionará num sistema de reversível conforme o volume de tráfego. Na pista inferior, uma das faixas ficará reservada à família olímpica e a segunda, para os ônibus. Originalmente, a prefeitura havia proposto ao Comitê Olímpico Internacional (COI) um projeto com mais impacto na região: a implantação de um BRT Zona Sul-Barra, com a duplicação da Autoestrada Lagoa-Barra. Mudou de ideia após o estado anunciar o metrô.
— Mas é claro que, mesmo com tudo planejado, pode haver um imprevisto devido à complexidade do evento. Falhas acontecem. Em Londres, o metrô lotou em alguns momentos, sem contar incidentes curiosos como a gafe cometida com a troca das bandeiras das Coreias (Sul e Norte) — disse Maria Sílvia.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/desafio-para-2016-evento-sem-retencoes-diz-presidente-da-empresa-olimpica-municipal-6525992#ixzz2ASFBujTV 

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