Presidente do Comitê Olímpico Brasileiro completará 21 anos no comando da entidade e evita falar sobre o futuro como dirigente após os Jogos do Rio
Por Danielle Rocha
Depois de ter sido eleito para seu quinto mandato à frente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman disse não querer pensar em nada além de "entregar Jogos Olímpicos excelentes e colocar o Brasil entre os 10 melhores no total de medalhas". No ano em que o Rio será sede das Olimpíadas, o dirigente completará 21 anos no comando da entidade. Tempo questionado por alguns, apoiado por outros e considerado por ele como necessário para concluir a ação que considera mais importante no esporte brasileiro: a realização dos Jogos. Se depois deles concorrerá a mais uma eleição, Nuzman evita falar. Também desconversa sobre possíveis sucessores.
- Na vida a gente tem que ter metas e desafios. A motivação, meu maior comprometimento é com os próximos Jogos, para trabalhar em benefício dos atletas. Estou focado neste trabalho. Depois de 2016, nós conversamos sobre o que vai acontecer. O futuro é que vai dizer o que vai acontecer - disse.
Acumulando as presidências do COB e do Comitê Rio-2016, Nuzman tem pressa. Ressalta que o tempo para organizar as Olimpíadas é longo, mas curto ao mesmo tempo. Diz que mais importante do que discutir a alternância de poder (o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, gostaria que houvesse um limite de reeleições para cargos à frente do COB e das Confederações), é "avaliar a qualidade da gestão do dirigente esportivo, o que inclui conquistas e realizações". Ary Graça, presidente da CBV e da FIVB, tem o mesmo discurso.
- Acredito que o que está dando certo não tem que mudar. Se tenho dois técnicos maravilhosos vou ter que mudar porque eles estão há muitos anos no cargo? Mudar pra quê? Numa empresa é assim. Não se mede o executivo pela quantidade de tempo, mas pela eficiência e o que vai trazer de dividendos - afirmou Ary Graça.
Em 2016, Nuzman tem como meta ver o Brasil entre os 10 primeiros colocados no total de medalhas e não no modelo adotado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), que conta as posições no quadro geral pelo número de ouros conquistados pelo país.
- O atleta que ganha uma medalha é um herói. Sou atleta olímpico, fui sétimo colocado e só ganhei medalha de participação. A decisão é em fração de milésimo de segundo, há dia em que você é surpreendido e não tem a medalha que poderia ganhar. As três medalhas são muito importantes e basta ver a reação dos atletas. Não teve mudança, teve constatação do que é importante. Sempre defendi o total de medalhas desde meus tempos de atleta. Vivi os dois lados. Sentimos isso em duas finais olímpicas do vôlei, uma ganhando a de prata e outra ganhando a de ouro. Sei o sentimento.
Para alcançar o objetivo, diz que a parceria com as Confederações e com o Ministério do Esporte será fundamental para executar programas estratégicos e projetos criteriosos e detalhados. Será preciso ampliar o número de atletas capazes de conquistar medalhas não apenas em esportes em que o país já tem tradição, mas também em novas modalidades.
- Não trataria como uma questão de garantia de que o Brasil irá dar esse salto, mas de trabalho. E ele está sendo feito. Ele é muito grande e de muita dedicação. Elaboramos junto com as Confederações projetos apoiados em Ciência do Esporte com objetivos e métricas de avaliação de resultados muito bem definidos, que refletem o patamar que o COB detém hoje de conhecimento e de excelência de gestão do esporte de alto rendimento.
Sobre as acusações de Eric Maleson, presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG), Nuzman disse que não houve invasão da sede. De acordo com ele, o interventor nomeado pela Justiça não conseguia entrar para realizar seu trabalho.
- A Confederação tem sérios problemas administrativos e financeiros que impossibilitam o repasse dos recursos da Lei Agnelo-Piva. E o COB passou a arcar diretamente com as despesas básicas do funcionamento da entidade para assegurar o mínimo atendimento das necessidades dos atletas. O COB alugou uma sala para ser a sede da Confederação de Gelo e, expressamente autorizado pelo proprietário e locador, sublocou a sala para a CBDG. Portanto, a Confederação tem a posse do imóvel podendo usá-lo livremente. E o interventor poderia entrar a qualquer momento. E COB, por ser responsável pela sala, poderia acompanhar o interventor. O desfecho está nas mãos da Justiça, na 37ª Vara Cível do Rio de Janeiro - disse Nuzman, destacando que desde 2009 a CBDG não recebe os recursos da Lei Agnelo-Piva.
Fonte: http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2012/10/reeleito-no-cob-nuzman-deixa-em-aberto-situacao-apos-2016.html
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