por Luiz Filipe Barboza
Efeito direto das revelações sobre o submundo das substâncias proibidas que a Usada (Agência Americana Antidoping) diz ter sido comandado por Lance Armstrong, o banco holandês Rabobank anunciou nesta sexta-feira que encerrou seu patrocínio de 17 anos ao ciclismo profissional. A alegação é de que "perdeu a fé nos líderes do esporte após o escândalo".
Para se ter uma ideia do que essa retirarada representa: segundo a agência Reuters, "o Rabobank é o maior financiador do ciclismo profissional holandês, com um patrocínio total no valor de 15 milhões de euros (20 milhões de dólares, ou mais de 35 milhões de reais) por ano, em um país onde há tantas bicicletas quanto pessoas".
"Nós não estamos mais convencidos de que o mundo internacional profissional de ciclismo pode fazer deste um esporte limpo e justo. Não estamos confiantes de que isso vai mudar para melhor em um futuro próximo - argumentou Bert Bruggink, membro do conselho do Rabobank, num comunicado.
- O relatório da Usada foi a gota d'água - acrescentou o executivo mais tarde, numa coletiva de imprensa transmitida ao vivo na Holanda. - O ciclismo internacional não está apenas doente, a doença vai até os níveis mais altos - acusou Bruggink.
A equipe de ciclismo Rabobank (na foto acima, o time feminino), que participou em toda as competições do Tour de France desde 1984, disse em um comunicado que lamentava, mas entendia a decisão do banco.
Antes do Rabobank, outras perdas
A Nike e a cervejaria Anheuser-Busch já tinham retirado seus patrocínios a Lance Armstrong nessa semana. A União Ciclística Internacional (UCI), que na segunda-feira dará veredito sobre o caso, reafirmou seu propósito de combater o doping, numa nota oficial distribuída nesta sexta: "Apesar de inevitáveis consequências, e às vezes dolorosas, a UCI reafirma seu compromisso com a luta contra o doping e transparência total sobre possíveis violações das regras antidoping".
Armstrong, de 41 anos e cuja luta contra o câncer ficou famosa no mundo todo, sempre negou tomar substâncias proibidas, mas decidiu não contestar as acusações da Usada, alegando perseguição política.
O ciclista também americano Levi Leipheimer, que correu pelo Rabobank entre 2002 e 2004, foi demitido esta semana pela Equipe de Ciclismo Quick-Step depois de admitir para a investigação da Usada que havia tomado substâncias proibidas. Leipheimer, de 38 anos, foi um dos 11 ex-companheiros de equipe que testemunharam contra Armstrong.
Fonte: http://oglobo.globo.com/blogs/debike/posts/2012/10/19/efeito-armstrong-faz-banco-holandes-desistir-de-patrocinar-ciclismo-471146.asp
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