O livro Jogos Olímpicos Latino-Americanos Rio de janeiro 1922 faz uma viagem no tempo e narra a competição que abriu as portas para que o país pudesse sediar, em 2016, as Olimpíadas do Rio
Por Luiz Roberto Magalhães
São Paulo — O Brasil vive seu momento esportivo mais especial no cenário mundial. Com o fim dos Jogos de Londres, o país encontra-se no centro dos holofotes por ser sede das duas próximas competições mais importantes do planeta — a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas do Rio de Janeiro-2016. Assim, o lançamento do livro Jogos Olímpicos Latino-Americanos Rio de Janeiro 1922, na noite de segunda-feira, em um grande hotel na capital paulista, merece destaque.
De autoria do argentino César R. Torres, a obra é uma viagem no tempo rumo ao ano de 1922, que pode ser considerado um marco na organização de grandes eventos esportivos no Brasil. De certa forma, aquela competição abriu o caminho para que o país pudesse sediar, além de seu segundo Mundial de futebol, em 2014, as primeiras Olimpíadas da história da América do Sul, em 2016.
O livro — que tem tradução em português, inglês e espanhol — narra a complicada organização dos Jogos Olímpicos Latino-Americanos de 1922 no Brasil. À época, o Barão Pierre de Coubertin, o idealizador das Olimpíadas da Era Moderna, levou adiante a ideia de promover uma competição na América do Sul que pudesse ter a chancelada do Comitê Olímpico Internacional (COI) e, com isso, promovesse o olimpismo na região.
O COI aliou-se à Associação Cristã de Moços (ACM), que comandou as ações no país e, depois de um lento processo político, obteve o apoio do governo do presidente Epitácio Pessoa, que incluiu os Jogos Olímpicos Latino-Americanos entre as celebrações do centenário da Independência do Brasil em 1922.
Os Jogos foram abertos oficialmente em 13 de setembro de 1922 e, paralelamente a eles, o Brasil organizou outras duas competições para celebrar o centenário da Independência: os Campeonatos Esportivos Internacionais e os Jogos Militares Internacionais. Além do Brasil, Argentina, Chile e Uruguai (que enviou apenas um time de futebol) disputaram os Jogos Latino-Americanos.
Inbróglio
Devido à precariedade das noções esportivas da época e a pouca experiência da arbitragem, várias provas disputadas no Rio, principalmente de atletismo, tiveram seus resultados contestados, o que levou a Confederação Sul-Americana de Atletismo, fundada em 1918 por representantes da Argentina, Chile e Uruguai, a não reconhecer os resultados das disputas de atletismo.
Como consequência, os recordes estabelecidos no Rio de Janeiro em 1922 não foram oficialmente registrados e permaneceram à margem da história por 90 anos. “Entretanto, na semana passa, em 21 de setembro, a Confederação Sul-Americana de Atletismo revalidou os resultados e fez justiça aos atletas que brilharam na Cidade Maravilhsa no início do século XX”, comemorou Roberto Gesta de Melo, presidente da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAT).
Aos 44 anos, César R. Torres, que vive nos Estados Unidos, onde leciona no The College at Brockport da Universidade Estadual de Nova York, se disse orgulhoso com o resultado do livro. Ao todo, foram seis anos de pesquisa em arquivos no Rio de Janeiro, em Buenos Aires, em Minesotta (EUA) e em Lausanne (SUI). “Estou feliz porque tenho a sensação do dever cumprido”, resumiu Torres. “Conseguimos ter um belo panorama do que aconteceu em 1922. Esse tipo de pesquisa é muito difícil, por conta da precariedade de informações sobre a época, e estou orgulhoso do resultado”, declarou o autor.
Fonte: http://www.pe.superesportes.com.br/app/19,66/2012/09/26/noticia_maisesportes,37068/um-resgate-historico.shtml
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