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terça-feira, 2 de outubro de 2012

Paisagem vencedora no concurso da sede do golfe


As instalações da área social serão erguidas às margens da Avenida das Américas, na Reserva de Marapendi, na Barra

Por Diego Barreto

RIO - Uma ideia que valoriza a paisagem da Barra foi a vencedora do concurso nacional promovido pelo Comitê Rio 2016 e pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) para escolher o responsável pela elaboração do projeto da sede do campo de golfe das Olimpíadas de 2016. Dois moradores do Rio, os arquitetos Pedro Évora, de 34 anos, e Pedro Rivera, de 38, sócios do escritório Rua Arquitetos, assinarão o projeto executivo dos edifícios que abrigarão a área social e as áreas de serviço da modalidade. A vitória foi emocionante para Pedro Évora, que é neto do jogador de basquete Affonso Évora, armador da seleção olímpica que conquistou a primeira medalha brasileira no basquete e em esportes coletivos, um bronze nos jogos de 1948, em Londres, na Inglaterra.
— Minha vontade de participar na realização das Olimpíadas de 2016 era muito grande. A medalha sobre a mesa e as muitas histórias do meu avô sobre aquela conquista histórica fazem essa vitória no concurso ser ainda mais especial, é uma honra — disse o arquiteto.
As instalações da área social serão erguidas em uma área de 950 mil metros quadrados às margens da Avenida das Américas, na Reserva de Marapendi, na Barra. O projeto do campo está sendo desenvolvido pelo escritório americano Hanse Golf Course Design, escolhido também por meio de concurso, no último mês de março. A modalidade, que foi disputada somente nos jogos de 1900 e 1904, voltará ao programa olímpico no Rio depois de 112 anos.
Lançado em agosto, o concurso para a escolha do projeto da sede do golfe olímpico avaliou 57 trabalhos. A proposta conceitual do Rua Arquitetos se destacou por priorizar a integração da edificação com o campo, além de adotar uma série de conceitos sustentáveis como o aproveitamento de iluminação natural, captação de águas das chuvas, além de painéis de energia solar. O edifício ficará na parte mais elevada do terreno, com acesso pela Avenida Mário Fernandes Guedes.
— O projeto é bastante simples, idealizamos uma grande varanda, que permite a integração com o campo e a visualização do jogo. Todos os conceitos de sustentabilidade estão presentes na proposta — explica Pedro Évora, que espera concluir dentro de seis meses o projeto executivo, orçado em R$393 mil.
Segundo o presidente do IAB, Sérgio Magalhães, a qualidade dos projetos inscritos dificultou o trabalho do júri.
— O concurso foi um sucesso, com projetos de alta qualidade. O vencedor se diferenciou pela simplicidade e utilização de elementos que remetem à arquitetura brasileira e carioca no período de 1940 a 1960. O projeto valoriza a paisagem e articula o edifício em torno de uma praça.
O presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman se disse satisfeito com o resultado.
— Tínhamos o desejo de abrir as portas para a cultura brasileira e de dar esta oportunidade aos jovens arquitetos do nosso país. Eles apresentaram trabalhos que enobrecem e orgulham a arquitetura brasileira.
Vitória olímpica
Criado em 2008 pela dupla de Pedros, que se formaram na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ e hoje dão aulas na PUC-Rio, o Rua Arquitetos, no Humaitá, já desenvolveu projetos ligados a habitação popular, como o Morar Carioca e a reestruturação de imóveis antigos na região central da cidade. Rivera também é diretor do Studio-X Rio, unidade carioca da rede global criada pela Faculdade de Arquitetura, Planejamento e Preservação da Universidade de Columbia (EUA) para pensar o futuro das cidades.
As instalações olímpicas que abrigarão o golfe foram as últimas a serem anunciadas pela prefeitura e o comitê organizador, em 2011. Inicialmente o projeto olímpico previa que as provas da modalidade fossem disputadas nos Itanhangá Golf Club, o que foi descartado pelos organizadores por inadequação do espaço. A prefeitura e o Comitê 2016 optaram pela construção do campo na Reserva de Marapendi.
Orçadas em R$60 milhões as instalações do golfe serão construídas em parceria público-privada entre o município, o comitê organizador e um consórcio formado pela empresa RJZ Cyrela e o empresário Pasquale Mauro. O consórcio vai arcar com os custos das obras e terá permissão para construir imóveis de luxo no entorno do campo.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/paisagem-vencedora-no-concurso-da-sede-do-golfe-6254262#ixzz28BadYEW0 

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