Páginas

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

BRASIL IRÁ GANHAR MAIS MEDALHAS EM 2016, SEGUNDO MATEMÁTICA


PESQUISA REALIZADA PELA JAMBO SPORT BUSINESS DEMONSTRA QUE DESEMPENHO DE PAÍSES NOS JOGOS OLÍMPICOS MELHORA QUANDO ELES SÃO SEDE DO EVENTO

Por Rodrigo Capelo

Quantas medalhas o Brasil vai ganhar nos Jogos Olímpicos de 2016? Com base na edição de Londres, onde brasileiros ganharam três ouros, muitos preveem uma aparição trágica no evento que será sediado no Rio de Janeiro. Mas a história pode ser outra, e um estudo sugere que o desempenho brasileiro na próxima Olimpíada será melhor do que em todas as outras. Mais precisamente, serão oito medalhas de ouro.

O cálculo foi feito por Idel Halfen, proprietário da agência de marketing esportivo Jambo Sport Business. Ele comparou o desempenho de todas as nações que sediaram os Jogos desde 1960. Naquele ano, por exemplo, Roma foi a sede, e a Itália ganhou 13 medalhas de ouro, cinco a mais do que as oito que havia conquistado quatro anos antes, em 1956, na edição de Melbourne, na Austrália. Ano após ano, a tendência se manteve.  

Em 1968, quando sediou as competições, o México ficou na 15ª colocação, depois de ter terminado 1964 em 53º. A Coreia do Sul, em 1988, dobrou a quantidade de ouros que havia ganhado na edição anterior: 12 em vez de seis. E até a Grécia, atualmente imersa em uma crise econômica, conquistou seis ouros em 2004, acima dos quatro que tinha levado em 2000. Em regra, quem recebe as competições ganha mais.

Com base nas estatísticas, Halfen descobriu que a quantidade de medalhas de ouro melhora cerca de 1,75 ponto percentual. Eis a justificativa para a previsão sobre 2016. O Brasil, em Londres, ganhou três ouros, equivalentes a 0,97% de todas as medalhas douradas que foram distribuídas aos campeões. No Rio de Janeiro, com esse aumento, devem ser 2,72% do total, ou oito ouros, em um cenário considerado como conservador pelo pesquisador.

Que fique claro: esta não é uma previsão exata, uma visão do futuro, e nem tem a pretensão de ser. "As conclusões não podem ser consideradas definitivas, pois no esporte tudo pode acontecer, porém, baseados no histórico dos Jogos e na análise das sedes, os valores são bastante factíveis", argumenta Halfen, que também é vice-presidente de marketing do Fluminense e assessor de marketing da Confederação Brasileira de Triathlon (CBTri).

Por que a sede ganha mais?
São duas as razões que justificam tal tendência, segundo o pesquisador. Em primeiro lugar, por ser a sede, o país ganha o direito de participar de todas as modalidades esportivas daquela edição. Com mais atletas na disputa, a possibilidade de conquistar medalhas aumenta. Depois, a torcida faz diferença. "Inúmeros são os relatos de atletas da casa que creditam a superação ao incentivo dos torcedores", escreveu Halfen.

Em outro caso, menos frequente, também acontece de modalidades que são amplamente praticadas nos países serem incluídas nos Jogos Olímpicos quando eles são sedes. O tênis de mesa favoreceu a Coreia do Sul, em 1988. O judô feminino rendeu bons frutos à Espanha, na Olimpíada de Barcelona, de 1992. Mais recentemente, a Austrália também conseguiu um melhor desempenho por ter inserido o triatlo na edição de Sidnei, em 2000.

E o investimento no esporte?
No mercado, costuma-se dizer que determinado país ganha mais medalhas porque investe mais em esporte. Halfen discorda, em partes. "Esse cálculo só poderia ter algum tipo de valia se fossem considerados os investimentos de outras nações. De nada adianta saber que verbas vultuosas foram aplicadas e houve poucas medalhas, pois as demais nações podem ter investido mais. Essa análise só tem sentido se houver a proporção", disse.

Em outras palavras, muitas pessoas imaginam que basta investir no esporte para que ouros, pratas e bronzes se multipliquem. Mas também é preciso que haja mais fomento do que as outras nações. Ainda é necessário considerar que, por já terem investido no passado, muitos países já têm modalidades bastante desenvolvidas e que não precisam de tanto investimento para gerar medalhas. Em suma, a conta é complicada.

"A falta de embasamento leva ainda a argumentações absurdamente frágeis por parte dos 'profetas do apocalipse', mas que aos ouvidos da opinião pública podem ganhar relevância descabida. Infelizmente, a grande maioria dos 'futurólogos' prefere, sabe-se lá por quais motivos, prever um desempenho catastrófico em vez de se aprofundar nos números", afirma o pesquisador. O desempenho do Brasil, em 2016, dirá quem acertou.

Fonte: http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Visao/noticia/2012/10/brasil-ira-ganhar-mais-medalhas-em-2016-segundo-matematica.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário