Nome: Eduardo Pontes. Entrevista: E-mail. Assuntos: Administração financeira, lei de incentivo, início de atividades e tendências até 2016.
Rugby Spirit: Uma má gestão financeira é o principal responsável pelo fechamento de um clube, ou outros fatores podem interferir?
Eduardo Pontes: Uma má gestão financeira é o principal fator que pode levar um clube a fechar suas portas, afinal é responsável pelo planejamento, organização, direção, controle de captação e aplicação de recursos e de esforços, buscando alcançar objetivos. Logo é fundamental para o clube.
RS: Para clubes que estão iniciando suas atividades, o que você recomenda que seja feito, inclusive no que se refere á atribuição de funções e liderança?
Eduardo: É necessário que o clube tenha Planejamento, Organização, Direção e Controle. Além disso, trabalhar com pessoas de confiança, mas principalmente que sejam bons profissionais. Nada de contratar o “fulano” somente por ele ser seu amigo. O começo é difícil e por isso devemos ter pessoas para somar às atividades e não para ser apenas mais um na equipe.
Para que todos entendam o seu dever e atividades, o clube deve definir qual a sua missão e visão. Estas precisam ser claras. Missão é finalidade da existência do clube, já a visão é como ele quer ser visto pelo mercado e pelos clientes. Sabendo isso, todos terão certeza do que estão fazendo e o que isso irá agregar na busca pelos objetivos.
O planejamento define objetivo, atividades e recursos necessários à realização das tarefas. É fundamental também analisar o ambiente em que o clube está inserido, quais as vantagens que esse ambiente exerce sobre o clube e avaliar quais são as forças e fraquezas.
Depois vem a organização, que é a definição do que precisa ser feito e de quem é a responsabilidade pela realização de cada tarefa.
Na atribuição de funções e lideranças, cabe a pessoa, ou as pessoas envolvidas na criação do clube (direção) em sentar e avaliar qual o perfil necessário para cada função. Vamos exemplificar: Não adianta eu colocar o “João”, que é ótimo com administração de empresas para ser o supervisor técnico se ele não conhece bem, ou se não possui características inerentes à função. As pessoas devem ser colocadas onde elas poderão render o melhor de si em prol do clube.
Por último deve-se controlar tudo isso, que nada mais é do que assegurar que os objetivos irão ser realizados por cada um, identificar a necessidade de modifica-los, se isso for necessário para garantir o sucesso do clube.
RS: De que forma clubes com menos de 2 anos de atividade podem ser beneficiados pela lei de incentivo ao esporte?
Eduardo: Os clubes necessitam ter pelo menos um ano de atividade para poder assim criar, apresentar e aprovar, se cumprir todos os quesitos necessários, um projeto baseado na lei de incentivo ao esporte. Esta lei visa possibilitar a captação de recursos da iniciativa privada para aplicar em projetos que visem o desenvolvimento da atividade desportiva no Brasil.
A lei é muito ampla e permite que sejam apoiados projetos de construção (de quadras, campos, ginásios, etc), projetos de alto rendimento, participação e de desporto educacional. Não é possível se utilizar dela para financiamento de equipes profissionais, competições e pagamento de salário de atletas profissionais. No Futebol, por exemplo, mantem-se a divisão de base, onde não existe o vínculo profissional, com recursos da lei de incentivo. Vale ressaltar que no Brasil, pela Lei Pelé, são considerados atletas/esporte profissional aquele em que o clube possui um vínculo profissional, por contrato de trabalho firmado entre o clube e o atleta onde é prevista a remuneração.
Aos interessados em montar um projeto de lei de incentivo, recomendo que acesse o portal do Ministério do Esporte (http://www.esporte.gov.br/leiIncentivoEsporte/) e se inteire sobre o assunto, pois existem muitas coisas que podem ser feitas, em benefício ao desporto, através da Lei de incentivo.
RS: Até 2016, poderemos ver algumas tendências em crescimento, como clubes que fecham apoio com faculdades ou prefeituras?
Eduardo: Sim, essas parcerias são uma tendência. É algo que deveria acontecer com maior frequência, mas ainda não observamos muitas prefeituras e instituições de ensino que tenham o esporte como um foco. Mas comos grandes eventos como a Olimpíada de 2016 acredito que buscarão aproveitar essa visibilidade e oportunidade.
Essa associação entre faculdade, prefeituras e o desporto é uma oportunidade de associar o esporte e a educação e possibilitar aos atletas ter uma formação acadêmica para que possam pensar na carreira e também no pós-carreira.
Contato: 21 6960 1246 / 9303 7757 / www.EduPontes.com
Fonte: http://www.rugbyspirit.com.br/2012/07/31/especialista-em-gestao-esportiva-fala-ao-rugby-spirit/
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