Por Daniel Zalaf
O cancelamento da partida de volta do Superclássico das Américas entre Argentina e Brasil, na última quarta-feira, em Resistência, na Argentina, minou muito mais do que a chance de o público brasileiro ver a estreia de Arouca como titular da seleção. A falta de luz no estádio Centenário deixou no escuro aqueles que pagaram para exibir sua marca durante o jogo. Alvo de diversos investimentos em publicidade e transmissão via rádio e televisão, a partida, ou melhor, a falta dela, tornou-se motivo de muita dor de cabeça para aqueles que investiram.
Na noite de quinta-feira, a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) publicou nota em seu site oficial para avisar que o jogo será realizado em nova data. Contudo, a partida ainda não foi remarcada. Na quarta, ainda em Resistência, o diretor de seleções da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Andrés Sanchez, havia admitido que não há datas disponíveis para realocar o confronto no calendário deste ano.
A indefinição sobre o futuro do Superclássico colocou em xeque o planejamento de quem investiu no duelo. Consultadas pela Máquina do Esporte, agências que intermediaram venda de publicidade para a partida disseram que ainda aguardam um posicionamento oficial da CBF sobre quando será a partida. Somente depois disso é que os patrocinadores saberão como serão recompensados.
O cancelamento oficial do jogo foi causado por uma falha nos sistemas de geradores do estádio Centenário. Após a execução dos hinos dos dois países, o refletor central apagou-se, impossibilitando o começo do duelo. Com o início marcado para 22h (horário de Brasília), as duas seleções esperaram uma solução para o problema até as 23h, quando, em acordo com as delegações, o árbitro chileno Enrique Osses decidiu pelo cancelamento da disputa, sob vaias do público local.
O Superclássico da Américas, ou Copa Dr. Nicolás Leóz, é uma reedição da antiga Copa Roca, disputada pelas duas seleções 12 vezes entre 1914 e 1976. O torneio amistoso voltou a ser disputado em 2011, com vitória do Brasil. A partida cancelada da última quarta era o segundo duelo da edição 2012 - o primeiro havia sido disputado em Goiânia, no dia 19 de setembro, com vitória dos mandantes por 2 a 1.
Na manhã de quinta-feira, Jorge Capitanich, governador da província do Chaco e presidente do Club Atlético Sarmiento, dono do estádio, disse em entrevista coletiva que o governo local está investigando as possíveis causas da falha elétrica e que esse tipo de caso acontece uma vez em um milhão. O governante afirmou ainda que, a partir da próxima segunda-feira, um sistema de devolução do valor dos ingressos será organizado pelo Atlético Sarmiento como forma de ressarcir ao público local pela decepção da noite de quarta.
O encontro seria transmitido ao vivo pela Rede Globo, que após a determinação do cancelamento antecipou a exibição da novela Gabriela para cobrir o horário. Também exibido pelo canal aberto, o jogo de ida do Superclássico das Américas, no dia 19, marcou 29 pontos no Ibope, o equivalente a cerca de 1.7 milhões de domicílios somente na Grande São Paulo.
Uma das principais dúvidas sobre o futuro do Superclássico é justamente a grade da TV aberta. Os anunciantes de publicidade estática, por exemplo, compraram o espaço no confronto entre Brasil e Argentina porque esperavam ter suas marcas na tela da Globo, às 22h, em uma quarta-feira.
A Máquina do Esporte tentou contato com Kleber Leite, dono da agência Klefer, que negocia os direitos comerciais e de publicidade do Superclássico. No entanto, o executivo estava em reunião e não pôde atender.
Fonte: http://www.maquinadoesporte.com.br/i/noticias/patrocinio/27/27060/Patrocinadores-ficam-as-escuras-apos-Superclassico/index.php
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