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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Defesa decide como vai atuar em eventos


Participação das Forças Armadas incomoda PF e secretarias de Segurança

Por Paulo Celso Pereira

BRASÍLIA - O Ministério da Defesa definiu o papel das Forças Armadas durante a Copa de 2014, as Olimpíadas e Paraolimpíadas de 2016, a Copa das Confederações de 2013 e a visita do Papa Bento XVI, também no próximo ano. As diretrizes para a atuação das três forças, previstas em portaria do Ministério da Defesa publicada na terça-feira no Diário Oficial da União, incomodaram profundamente integrantes da Polícia Federal e das secretarias estaduais de Segurança. A avaliação, feita ainda de forma reservada, é que, caso as Forças Armadas sejam de fato escolhidas para coordenar a segurança dos eventos, especialmente das copas do Mundo e das Confederações, as cidades-sede não ficarão com qualquer legado. Muitas secretarias já davam como certo que herdariam os modernos equipamentos que devem ser adquiridos para os eventos.
Os secretários de Segurança dos 12 estados onde haverá jogos da Copa do Mundo estudavam na terça-feira a possibilidade de divulgar um manifesto. A ideia é pedir que a coordenação da segurança fique com o Ministério da Justiça, responsável pelas polícias Federal e Rodoviária Federal.
A preocupação deles vem se acentuando desde o fim de julho, quando a presidente Dilma Rousseff sinalizou em Londres que os grandes eventos, cujo orçamento de segurança é de R$ 1,8 bilhão, deveriam ficar sob tutela da Defesa, como O GLOBO revelou na época.
— A escolha de quem vai coordenar a segurança é uma prerrogativa da presidente Dilma. Agora, quem coordena será dono do dinheiro. Esse legado ficará com as cidades ou com os quartéis? — disse ao GLOBO um interlocutor da PF.
De acordo com a portaria publicada na terça-feira, as Forças Armadas atuarão na defesa e no controle do espaço aéreo; na defesa de portos, rios e áreas marítimas; na segurança cibernética; no preparo e emprego de equipes antiterrorismo; na fiscalização de explosivos e na atuação de forças de contingência contra agentes químicos, biológicos, radiológicos ou nucleares em todas as cidades-sede. O Ministério da Defesa prevê também o uso de aeródromos militares para aviação civil.
O Ministério da Defesa decidiu ainda como será feita a divisão do comando das Forças Armadas, de acordo com cada cidade-sede da Copa do Mundo. O Exército indicará os coordenadores de defesa de Rio, Belo Horizonte, São Paulo, Brasília, Fortaleza, Cuiabá, Manaus, Porto Alegre e Recife. A Marinha indicará os coordenadores de Salvador e Natal. Já a Aeronáutica apontará o responsável por Curitiba.
O Exército também ficará responsável pela coordenação das Forças Armadas durante a Jornada Mundial da Juventude, que trará o Papa ao Rio no próximo ano, e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016.
Apesar de o Ministério da Justiça já manter em funcionamento a Secretaria Extraordinária de Segurança Para Grandes Eventos, a portaria de ontem determinou que o Estado-Maior das Forças Armadas criará uma Assessoria Especial Para Grandes Eventos.
No último dia 15, durante uma reunião realizada em Brasília, o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, cobrou do governo federal a apresentação da proposta de ajuda financeira da União para a realização dos grandes eventos. Beltrame estava ao lado de outros 11 secretários estaduais de Segurança.
— Quando tivermos a definição do que virá de recursos federais, estaremos prontos para comprar e fazer — disse Beltrame na época.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/defesa-decide-como-vai-atuar-em-eventos-5858896#ixzz24HqluFj7

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