Por Gabriel Ferreira
Com proximidade dos Jogos do Rio, em 2016, empresas têm aumentado apoio a confederações e atletas.
As empresas estatais, como os Correios e a Caixa Econômica, investiram cerca de R$ 520 milhões no apoio a atletas e confederações entre o fim das Olimpíadas de Pequim, em 2008 e o início dos Jogos de Londres.
Não há dados sobre os gastos das empresas privadas com o apoio ao esporte olímpico, mas acredita-se que as cifras sejam bem mais modestas. Essa situação, porém, começa a mudar.
"Existe um movimento crescente de empresas que entendem o esporte como uma ferramenta eficiente de comunicação", diz Renata Gomide, gerente de Marketing esportivo do Grupo Pão de Açúcar, que investe em patrocínio, sobretudo ao atletismo, há duas décadas.
Parte dessa tendência é motivada pela escolha do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016. Exemplo disso é a Sadia, marca da BRF Foods, que nos últimos dois anos anunciou patrocínio a três confederações esportivas.
"Fizemos uma ampla pesquisa sobre essas instituições para decidir quais receberiam nosso apoio", diz Eduardo Bernstein, diretor de Marketing da BRF.
Depois da análise, a empresa decidiu pelo patrocínio às confederações de Judô, Desportos Aquáticos (que inclui modalidades como natação e pólo aquático) e Ginástica Artística, entidades que tradicionalmente só recebiam apoio de instituições públicas.
A natação, por exemplo, nunca havia tido como principal patrocinador uma empresa privada.
No caso do Pão de Açúcar, o valor gasto com o apoio a atletas tem crescido gradativamente. "Fazemos isso com um pensamento de longo prazo, e não só focado nos próximos Jogos", diz Renata.
Este ano, a companhia terá 14 patrocinados competindo em Londres, entre eles potenciais medalhistas, como a saltadora Fabiana Murer.
Novos atletas
Além do patrocínio, as companhias investem em projetos voltados à formação de talentos.
A Sadia financia aulas de ginástica artística a crianças de diversas regiões do país desde 2007 e o Pão de Açúcar criou no fim do ano passado o Núcleo de Alto Rendimento, no qual faz avaliação e preparação de atletas, mesmo que não patrocinados.
A busca por talentos já desenvolvidos também é uma constante. A Sadia montou um site para que os interessados em patrocínio se inscrevam. O Pão de Açúcar não tem esse tipo de plataforma, mas também é muito requisitado por gente em busca de apoio.
"Recebemos cerca de 50 pedidos por semana", diz Renata. "Quando a atleta não se encaixa no nosso perfil, procuramos indicá-lo para outra empresa que possa se interessar."
Fonte: http://www.brasileconomico.ig.com.br/noticias/aos-poucos-esporte-olimpico-deixa-de-depender-das-estatais_120007.html
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