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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

QUAL O CAMINHO DO ESPORTE?


Foi-se a Olimpíada de Londres. O desempenho brasileiro é um instantâneo da realidade do esporte no País. Ilhas de excelência em meio à falta de um modelo para o esporte no País.

Vejo da seguinte forma: o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) deve cuidar do topo da cadeia, do esporte de alto rendimento. Ao Governo cabe tratar do fomento ao esporte e de sua inserção como elemento transformador da sociedade. Numa comparação rasa, afirmaria o seguinte: todos os professores são fundamentais no processo educativo, mas não se coloca professor de pré-escola para dar aula em curso de pós-graduação. Cada um no seu quadrado.

Em vez de gastar alto para patrocinar atletas de alto rendimento, o Governo deveria canalizar recursos para oferecer o acesso universal, capacitar professores de educação física, padronizar e fiscalizar o ensino dessa cadeira pelo País.

O apoio ao esporte competitivo e profissional deve vir de mecanismos de incentivo fiscal para que a iniciativa privada possa investir e ter bom retorno ao associar suas marcas aos atletas de ponta.

Como não existe um modelo esportivo no Brasil, o que se vê é uma bagunça completa, tudo misturado. Estatais investem pesado em modalidades que estão organizadas e praticamente andam sozinhas, como o voleibol. Enquanto isso, as escolas públicas com bons professores e equipamentos esportivos são raríssimas.

Sem uma definição de qual será o modelo esportivo brasileiro, não sairemos do lugar. Antes de pensar no quadro de medalhas, é preciso olhar para a importância de uma boa educação esportiva na formação de novas e melhores gerações de brasileiros.
inclus
O pai de uma criança que se encantou pela esgrima, pelo nado sincronizado, ou pelo pentatlo moderno vendo pela TV tem para onde levá-la para começar no esporte? Refiro-me ao pai brasileiro padrão, sem boas escolas públicas, sem bons clubes públicos, sem dinheiro para pagar um clube privado ou a gasolina para deslocar sua criança até um local distante de sua residência, quase sempre mal atendida pelo transporte público.

Um dos melhores projetos de inclusão social do mundo chama-se esporte. Tira gente das ruas, das drogas, cria bons cidadãos e, se for o caso, campeões.

Mas no Brasil parece que a preocupação dos governantes é o impacto nas urnas que uma fotografia com um medalhista olímpico terá, não o impacto na sociedade e no futuro dos jovens.

Fonte: http://blogdonori.blogspot.com.br/2012/08/qual-o-caminho-do-esporte-foi-se.html

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