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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Prefeito volta a dizer que não vai demolir Velódromo de Jacarepaguá


Após iniciar contagem regressiva para os Jogos de 2016, ele disse que está estudando formas de adaptar o local

Por Luiz Ernesto Magalhães e Ana Cláudia Costa

RIO — O prefeito Eduardo Paes voltou a dizer na manhã desta sexta-feira, durante a apresentação do cronograma de obras para as Olimpíadas de 2016, que não vai demolir o velódromo de Jacarepaguá. Segundo Paes, seria um desrespeito com a população e com o dinheiro público colocar abaixo uma obra já pronta que custou caro. O prefeito garantiu que está estudando alternativas para adaptar o velódromo às medidas padronizadas para a disputa de provas para os Jogos de 2016.
— Decidimos reavaliar a demolição do espaço. É inaceitável derrubar. Vamos viabilizar naquele espaço o velódromo. Vamos caminhar para uma solução — disse Eduardo Paes, ao lado da presidente da Empresa Olímpica Municipal (EOM), Maria Silvia Bastos Marques, em entrevista coletiva no Centro de Operações da prefeitura.

Em julho, a prefeitura divulgou o edital para a elaboração dos projetos básico e executivo da construção de um espaço para as competições de ciclismo. Embora o termo “reforma” não apareça ao longo do documento, à época da divulgação, a EOM informou, em nota, que ainda não havia decidido se o atual velódromo seria substituído ou apenas adaptado às exigências do Comitê Olímpico Internacional (COI).
O prefeito já havia afirmado que pretendia manter o velódromo construído para os Jogos Pan-Americanos de 2007 e adaptá-lo para as Olimpíadas. No entanto, após a divulgação de três editais elaborados pela Riourbe, responsável pelas obras, a EOM informou que a decisão final do que fazer só seria tomada em setembro, antes da licitação. Um dos editais previa gastos de R$ 5,2 milhões com a contratação de empresa para desenvolver projetos de arquitetura e engenharia para a construção de um novo velódromo.
Há dois anos, o Ministério do Esporte e a Federação de Ciclismo do Rio reconheceram que o equipamento não poderia ser aproveitado nas Olimpíadas, porque sua estrutura contém vigas de sustentação que interferem na observação completa da pista pelo árbitros, o que impedia a homologação dos resultados olímpicos.

Contagem regressiva para os Jogos de 2016
Nesta sexta-feira, o prefeito Eduardo Paes e a presidente da EOM participaram de uma videoconferência com um grupo que está em Londres acompanhando os Jogos Olímpicos. Durante o evento, eles deram início à contagem regressiva para os quatro anos dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
Paes afirmou ainda que o Rio ainda tem três desafios enormes pela frente para as Olimpíadas de 2016: o cronograma, a infraestrutura e a segurança.
— O Rio ainda está em 2012 no prazo de projetos a serem realizados para 2016 — afirmou o prefeito. Durante a entrevista coletiva, Paes anunciou ainda que o Parque Olímpico do Rio de Janeiro, localizado na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, será transformado em um Centro Olímpico de Treinamento (COT) após as Olimpíadas. O local terá 1,18 milhão de metros quadrados, segundo a prefeitura.

Impasses atrasam divulgação de orçamento
O diretor dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, Leonardo Gryner, disse, em entrevista coletiva em Londres, que apenas em meados de 2013 será possível ter uma estimativa mais precisa de quanto custará a realização do evento no Rio. Isso porque muitos projetos previstos ainda não foram orçados. Gryner lembrou que falta inclusive definir a localização de duas instalações esportivas: a do hóquei sobre a grama e a do rugby, cuja decisão terá que ser tomada até outubro, antes da nova visita de avaliação que o Comitê Olímpico Internacional (COI) fará à cidade, o que deve acontecer no início de novembro.
— Nossa referência ainda são valores da candidatura. No entanto, muita coisa foi revista. O valor exato só teremos no fim do primeiro semestre do ano que vem — disse Leonardo.

Inicialmente, o hóquei sobre a grama ficaria no Parque Olímpico. O espaço vai ocupar 20% da área ocupada hoje pelo Autódromo Nelson Piquet, que possui 1,2 milhão de metros quadrados. No local, estão confirmadas as competições de 14 modalidades olímpicas e seis paralímpicas. Leonardo explica que, ao elaborar o plano diretor de ocupação das instalações esportivas, a empresa Aecom (a mesma que projetou o Parque Olímpico de Londres) não encontrou espaço para acomodar a instalação de forma a dar um aproveitamento racional para a área. Além dessas instalações, falta também o orçamento de várias instalações esportivas dos parques do Autódromo e de Deodoro. Segundo o diretor, os valores só serão conhecidos quando os projetos executivos estiverem prontos, o que deve acontecer a partir do início de 2013.

— Nós queremos levar as provas de hóquei para o Parque Olímpico de Deodoro (administrado pelas Forças Armadas). Mas ainda estamos discutindo isso com a Federação Internacional — disse Leonardo.
Já as competições de rugby estão previstas para serem realizadas no Estádio de São Januário, em São Cristóvão. Contudo, as negociações com o Vasco da Gama não terminaram.
Também durante a entrevista, Leonardo Gryner concordou com as críticas de que o Laboratório de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (Ladetec) da UFRJ ainda não está preparado para realizar todos os exames antidoping exigidos em Olimpíadas. Segundo o diretor, o laboratório, que processou amostras nos Jogos Panamericanos de 2007, vai ganhar um novo prédio.

O diretor-geral da Rio 2016 previu também que o Maracanã terá que ficar pelo menos quatro meses fechado (de abril a julho) para receber toda a sinalização e instalações provisórias necessárias para os Jogos Olímpicos, que começam em agosto.
— Os serviços devem durar seis meses. Nos dois primeiros meses, ainda poderá haver jogos. Mas depois, não.

O orçamento original dos jogos apresentado no Dossiê de Candidatura em 2007 previa investimentos de R$ 28,2 bilhões. Destes, R$ 23,2 bilhões em infraestrutura (chamado orçamento não-Cojo) sob responsabilidade dos governos e R$ 5,6 bilhões (orçamento Cojo). Esses R$ 5,6 bilhões são receitas do Comitê Organizador (patrocínios, contrubição do COI, venda de produtos entre outras fontes) para preparar as instalações olímpicas.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/prefeito-volta-dizer-que-nao-vai-demolir-velodromo-de-jacarepagua-5678786#ixzz22XEUshKj 

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