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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Desabafo olímpico parte 2. Pós olimpíadas


Hoje o post não tem nada a ver com tênis. Tem a ver com esporte. Com Brasil. Com RIo 2016

Ontem tive o prazer de entrevistar para meu programa de radio o judoca Felipe Kitadai

Mais uma vez saí de uma entrevista com um atleta brasileiro impressionado com sua força, alma guerreira e triste pela condição que nosso país dá a um atleta.

Felipe Kitadai foi medalha de bronze em Londres na categoria 60 kg e nas lutas mostrou muita garra, muito brio e amor ao nosso país. Ontem na entrevista fiquei muito impressionado com a força de um atleta que não tem tantos recursos.

Tenho escutado que os judocas tiveram a melhor preparação da história do nosso esporte. Pode ser verdade. Eles ganharam treinamento, estrutura, ajuda para competir bem. Ok, muitooooo legal. Mas e o dia a dia do atleta? Quem paga?

Ontem quando ele entrou no estúdio e começou a falar que não tinha patrocínio pessoal e que devia tudo ao João Derli que o ajudou muito, ao clube Sogipa e a federação caiu a ficha do nosso esporte. Não adianta apenas dar estrutura aos nossos atletas. Eles têm que ter um pouco de dinheiro para sobreviver e viver.

Temos que lembrar que eles são campeões olímpicos, medalhistas olímpicos e basicamente são sustentados pelos pais. 

Fico claramente indignado quando vejo que esses grandes atletas são cobrados e esquecidos. Perguntamos se tinha melhorado a situação dele e de resposta veio um sorriso envergonhado. Com vergonha provavelmente do nosso país.

Ele não fala mas é uma vergonha um atleta olímpico não ter uma condição legal no nosso país. Estamos prestes a ter uma olimpíada e nossos atletas precisam ter condição. E deixo claro que condição não é apenas estrutura de treino. Condição é poder ter um dinheiro para viver o dia a dia e não depender apenas do pai e mãe.

Com tudo isso tenho que dizer que fiquei encantado com a força desse garoto de 23 anos que quer muito estar no Rio 2016 e seu brilho nos olhos mostra o quanto ama seu país e o que faz.
Acorda esporte brasileiro. 

Acordem patrocinadores que gostam de investir 1 ano antes dos jogos. Peguem esse menino e caminhem com ele nessa linda e dura caminhada até os jogos no Rio de Janeiro.

Fonte: http://espn.estadao.com.br/post/276900_desabafo-olimpico-parte-2-pos-olimpiada

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