Por Eduardo Ohata, Sérgio Rangel
Após investir R$ 100 milhões a mais em verba da Lei Piva no ciclo olímpico atual, o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) teve como retorno só duas medalhas a mais do que em Pequim: 17. Para a Rio-2016, aumentará o investimento em esportes individuais para tentar ampliar o leque de modalidades que dão medalhas.
Os 17 pódios em Londres extrapolam em um a meta traçada pelo comitê --16. "Calculamos o que era possível, queríamos mais", reconheceu no domingo o superintendente do COB, Marcus Vinícius Freire. "Mas projeção é uma questão matemática, e não tem ninguém no Brasil que entenda mais de medalhas do que o COB."
No momento em que a pergunta foi feita, o presidente do comitê, Carlos Arthur Nuzman, havia saído para participar de uma reunião do COI. O governo federal esperava melhor desempenho do país: entre 18 e 23 medalhas. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo falou em 20.
O comitê divulgou que a Lei Piva repassou R$ 331 milhões para a entidade e as federações prepararem os atletas para Londres nos últimos quatro anos. O valor tem descontados impostos e verba destinada às olimpíadas escolares e universitárias. No ciclo de Pequim-2008, o COB recebeu R$ 230 milhões. O número de brasileiros em finais caiu de 41 para 35.
Países como Austrália, Grã-Bretanha e Alemanha gastaram mais no atual ciclo, segundo o COB. Respectivamente, cerca de R$ 1,7 bilhão, R$ 2 bilhões e R$ 3,8 bilhões. O Brasil investiu quase R$ 2 bilhões no esporte neste ciclo olímpico. A cifra abarca o Bolsa-Atleta, repasses da Lei Piva, patrocínios estatais e recursos vindos diretos do governo.
"O que aconteceu foi uma pulverização dos países que ganharam medalhas. Não é algo que dá para comprar, senão iríamos à feirinha, já que aqui em Londres há tantas, e compraríamos um monte."
O COB quer, pensando em 2016, investir em esportes individuais, que acredita terem potencial, como canoagem, ciclismo BMX, boxe e ginástica. "Precisamos aumentar a cesta', criar novas chances de medalha. Apostaremos em 18 esportes para ver pelo menos 13 virarem", disse Freire.
O dirigente indicou que essa reengenharia passaria por mudanças radicais na distribuição da verba da Lei Piva. "Os esportes coletivos, caso do vôlei, do futebol e do basquete, já contam com patrocínios fortes. Vamos fazer um trabalho com esportes que ainda não medalharam."
O COB desenha, ainda, trabalho a longo prazo que ultrapassa o Rio, com golfe, rúgbi e hóquei sobre a grama como principais candidatos.
O COB dividiu com as confederações a responsabilidade pela campanha londrina. A operação olímpica de Londres-2012 custou no total R$ 11,6 milhões.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/esporte/1136261-cob-mira-esportes-individuais-para-ter-mais-podios-no-rio.shtml
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