O Banco da Inglaterra divulgou ontem uma previsão otimista sobre os efeitos dos Jogos Olímpicos na economia do Reino Unido. Na avaliação do órgão, os gastos internos e a presença de turistas será capaz de reverter a recessão no país, provocando um crescimento de 0,2% no terceiro trimestre do ano.
Ainda que o número seja modesto, é preciso colocá-lo em perspectiva. Os gastos domésticos gerados pelos Jogos Olímpicos podem ser apenas uma transferência de outros setores da economia. O dinheiro empregado em um ingresso para as competições deixa de ser gasto no cinema; o souvenir ligado aos Jogos substitui um presente convencional.
Mesmo o fluxo de turistas estrangeiros durante as Olimpíadas pode não ser tão positivo: muita gente deixa de visitar o país no período, para evitar o caos e os preços elevados de hotéis e passagens. Em 2004, por exemplo, o número de turistas na Grécia foi 10% menor que no ano anterior.
Em julho passado, o economista Stefan Szymanski e o jornalista Simon Kuper escreveram um artigo para VEJA alertando os brasileiros sobre as expectativas irreais criadas em torno da Copa de 2014. Autores do livro Soccernomics, eles defendem que sediar megaeventos esportivos trazem como benefício apenas o sentimento de um propósito comum que se cria no país.
Segundo os autores, até hoje não há comprovação de que a Copa do Mundo ou os Jogos Olímpicos sejam capazes de gerar o crescimento econômico. Em contrapartida, há um consenso de que a gastança desenfreada da Grécia para concluir as obras para os Jogos de Atenas 2004 teve reflexos na crise atual – um exemplo nada animador para os britânicos.
Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/olimpiadas/londres/o-efeito-dos-jogos-na-economia-britanica/
Nenhum comentário:
Postar um comentário