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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Governo puxa freio de mão e corta gastos


Seis obras previstas para o Mundial são excluídas por falta de tempo para conclusão, reduzindo custo em R$ 3 bilhões

Poe Evandro Éboli

BRASÍLIA - O investimento federal nas obras da Copa do Mundo caiu em cerca de R$ 3 bilhões, na última revisão feita pelo Ministério do Esporte. Segundo dados do governo, a conta caiu de R$ 29 bilhões para R$ 26 bilhões. Essa queda de recursos se deu pela exclusão de seis obras, sendo cinco de mobilidade urbana e uma em aeroporto. Por outro lado, foram incluídos oito projetos, todos também de mobilidade, como obras de acesso, metrô, viadutos e entornos dos estádios do Mundial.
O ministério sustenta, no entanto, que esse valor deve aumentar, mas não ultrapassará o teto estabelecido pelo governo, de financiar R$ 33 bilhões em diversas áreas, que incluem estádios, portos, segurança e telecomunicações, entre outros.
O secretário-executivo do Ministério do Esporte, Luis Manuel Rebelo Fernandes, explicou que os compromissos e os gastos do governo com a Copa, chamados de “matriz de responsabilidades”, estão sujeitos a contínuas revisões, o que tem acontecido a cada seis meses. Este foi o quarto balanço.
Luis Fernandes explicou que as obras foram excluídas por não haver tempo de serem concluídas e entregues até a Copa. Segundo o secretário, estas obras não são essenciais para a realização do Mundial e da Copa das Confederações, e serão incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
— O que foi feito foram dois movimentos principais, um de exclusão de obras e outro de inclusão. Depois de avaliações técnicas com órgãos responsáveis, concluímos que são obras que não poderiam ficar prontas a tempo. E, não ficando, não se justificaria sua manutenção na matriz de responsabilidades — disse Luis Fernandes.

DOIS PROJETOS NOVOS NO RIO
Foram excluídos a construção de um corredor metropolitano em Curitiba; um sistema BRT e um monotrilho em Manaus; reestruturação de uma avenida em Natal; um monotrilho em São Paulo; e ampliação da pista do aeroporto de Porto Alegre. Todas essas obras foram excluídas do programa por solicitação dos governos estaduais.
Entre os oito projetos incluídos, dois estão no Rio: reurbanização do entorno do Maracanã e a ligação com a Quinta da Boa Vista e a reformulação da estação multimodal da Mangueira.
Luis Fernandes afirmou que o valor do investimento do governo federal irá aumentar também em função das chamadas obras temporárias, que ficam no entorno dos estádios. Ele citou como exemplo o conjunto de instalações de áreas de recepção, de segurança, setores para receber delegações e abastecimento de energia via geradores.
A estratégia de segurança para a Copa envolverá as tropas militares, as polícias Federal, Rodoviária, Força Nacional, Gabinete de Segurança Institucional (GSI), além dos órgãos locais, como PMs e Bombeiros. O gasto militar previsto é de R$ 700 milhões, dinheiro que será empregado em ações como controle do espaço aéreo, defesa marítima, prevenção e combate ao terrorismo e até fiscalização de explosivos. Já foram adquiridos alguns equipamentos e sistemas, como kit antibomba, armamento e munição letal e salas cofre.
Nos projetos de mobilidade urbana, que envolvem recursos federais, num montante de R$ 9 bilhões, 45 dos 53 projetos estão em andamento. Os demais, segundo o governo, iniciarão no primeiro trimestre de 2013. Envolvem 26 corredores e vias, 15 BRTs, dez empreendimentos de estações, terminais e centros de controle de tráfego, entre outros. Nos aeroportos, o investimento é de R$ 6,8 bilhões. São oito empreendimentos concluídos este ano e concessionários assumiram operações em três deles. Ao todo, os projetos envolvem 21 novos terminais de passageiros, 7 pistas e pátios de aeronaves e duas torres de controle. Além disso, 5 portos passam por obras.
No quesito infraestrutura de suportes e serviços, o Ministério do Esporte informa que, nas telecomunicações, a Telebrás cuida de 12 projetos para expansão de rede de fibra ótica. Na qualificação profissional para atender turistas, há 240 mil vagas oferecidas, em 117 municípios. . Na segurança pública, dos 14 Centros Integrados de Comando e Controle, 12 já foram iniciados.
Na área de comunicação e marketing, o objetivo é "projetar a imagem do Brasil como país competitivo e inovador, com grande potencial de negócios e capacidade de realização".


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