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terça-feira, 17 de julho de 2012

Polêmica para construir um novo velódromo


Empresa Olímpica ainda não decidiu se vai adaptar unidade feita para o Pan ou fazer outra instalação para 2016

Por Luiz Ernesto Magalhães

RIO - O prefeito Eduardo Paes anunciou domingo que pretende manter o velódromo construído para os Jogos Pan-Americanos e adaptá-lo para as Olimpíadas. Faltou, no entanto, combinar com o restante da prefeitura. Na última sexta-feira, a Rio Urbe, incumbida das obras, publicou no Diário Oficial do Município três editais de licitação, um deles prevendo gastos de R$ 5,2 milhões com a contratação de empresa para desenvolver projetos de arquitetura e engenharia para a construção de velódromo destinado às Olimpíadas. Depois das declarações do prefeito, a Empresa Olímpica Municipal (EOM) informou na segunda-feira que a decisão final do que fazer — se realizar a reforma ou construir um novo velódromo — será tomada até o início de setembro, antes da licitação”. O prefeito foi procurado na segunda-feira pelo GLOBO, mas não comentou o assunto.

A licitação do velódromo está marcada para as 11h30m do dia 5 de setembro. Os editais foram desenvolvidos sob consultoria da empresa Aecom, escolhida em concurso de projetos organizado pela prefeitura e pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). A empresa é a mesma responsável por projetar o Parque Olímpico de Londres.

Também no início de setembro serão licitados a contratação dos projetos do Centro de Tênis (R$ 10,2 milhões) e do Centro de Esportes Aquáticos (R$ 8,4 milhões), que serão provisórios. Os projetos foram homologados pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). O reaproveitamento do velódromo do Pan, como previsto inicialmente no projeto de candidatura e abandonado posteriormente, dependeria ainda do aval do COI. Na época, o custo estimado para fazer as adaptações chegava a cerca de R$ 70 milhões.

Presidente de federação defende uma nova estrutura
Há duas semanas, a Empresa Olímpica Municipal e o Ministério do Esporte anunciaram a intenção de desmontar o velódromo do Pan. Os equipamentos seriam doados pela prefeitura à União, que cederia a estrutura para outro estado.

O presidente da Federação de Ciclismo do Rio, Cláudio Santos, defendeu a manutenção do velódromo do Pan. Mas acrescentou que, para não prejudicar a preparação dos atletas brasileiros para os Jogos Olímpicos de 2016, haverá necessidade de erguer uma segunda estrutura no futuro Parque Olímpico. Segundo o dirigente, as falhas estruturais e de execução do projeto foram tantas que ele teria que ser reconstruído, para ser aproveitado nas Olimpíadas do Rio.

— As provas de ciclismo podem render até 30 medalhas nas Olimpíadas. Para usar o velódromo do Pan será necessário interromper o treinamento. Para as competições olímpicas, vamos precisar de um novo velódromo, seja ele definitivo ou provisório. Eu defendo que seja definitivo para incentivar a prática do esporte. Alguém por acaso acha que a cidade tem muitos campos de futebol? — disse o presidente da federação.

O dirigente enumera as falhas identificadas pela federação, detectadas pelo uso nos últimos quatro anos. Segundo Cláudio Santos, o piso em pinho siberiano não foi assentado corretamente devido à correria para concluir as obras a tempo para os Jogos Pan-Americanos de 2007. Com o uso nos treinos e as competições, a pista sofre afundamentos e tem que ser constantemente reparada. O sistema de climatização do ginásio também não atende aos padrões olímpicos e terá que ser refeito. Em 2007, logo após o Pan, a União Ciclística Internacional (UCI) esteve no Rio e não homologou a pista. Motivo: os pilares de sustentação da cobertura obstruem a visão completa da pistas.
— Além disso, o velódromo tem capacidade para 1.500 espectadores, quando o COI exige cinco mil — disse Cláudio.

Unidade tem problema estrutural
A Empresa Olímpica Municipal confirmou que o velódromo do Pan do jeito que está não poderá ser usado nas Olimpíadas. “Para se ajustar aos requerimentos técnicos da Federação Internacional de Ciclismo, o velódromo atual precisa passar por, no mínimo, profundas reformas estruturais. A federação internacional já afirmou que o velódromo construído para o Pan não atende aos requisitos técnicos para receber competições olímpicas”, informou em nota .

A EOM informou ainda que, caso o velódromo do Pan seja reformado, ele permanecerá no mesmo local. Mas, caso a opção seja construir um novo velódromo, é possível optar pelo mesmo lugar do atual ou em outra área do Parque Olímpico.

O diretor-geral do Comitê Organizador da Rio2016, Leonardo Gryner, disse ontem que não vê problemas em reaproveitar o velódromo dos Jogos Pan-Americanos nas Olimpíadas de 2016. E que a questão será discutida com a prefeitura. Em relação a custos, ele admitiu que ainda não dá para saber o que seria mais barato: se construir uma nova unidade ou reformar a existente.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/polemica-para-construir-um-novo-velodromo-5494395#ixzz20t451w30 

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