Alguns dos principais eventos, com ingressos concorridos, não ficam cheios
LONDRES — Organizadores dos Jogos Olímpicos se viram no meio de um furacão neste domingo para tentar solucionar um escândalo provocado pelas imagens mostradas pela BBC com vários lugares vazios nos principais eventos esportivos do megaevento, com arquibancadas semi-vazias. Um ministro do Governo disse que um inquérito urgente tinha sido aberto para identificar quem não compareceu e a razão.
A diretora de comunicação do LOCOG, Jackie Brock-Doyle, informou na manhã desta segunda-feira que três mil ingressos foram devolvidos ao comitê por federações internacionais até a noite passada. Esses ingressos serão colocados a venda para as sessões de hoje dos jogos.
Brock-Doyle falou que o Locog está acompanhando caso a caso todos os dias, pedindo para que ingressos não utilizados por federações, patrocinadores ou pela imprensa sejam devolvidos. Além disso, ingressos que não forem vendidos serão doados sempre na noite anterior para policiais, militares, professores e escolas de comunidades próximas de onde os eventos estão sendo realizados.
Fãs da Grã-Bretanha ficaram indignados com imagens de lugares vazios em locais-chave, incluindo Wimbledon — um dos mais procurados eventos do tênis mundial. Mais lugares vazios foram identificados no domingo, segundo dia dos Jogos. Os organizadores disseram que estavam em contato com o Comitê Olímpico Internacional para descobrir quais patrocinadores não preencheram sua cota de ingressos e por quê.
Um oficial disse à agência Reuters que ainda não estava claro se os assentos vazios em vários eventos, incluindo o tênis, em Wimbledon, a natação, a ginástica e o basquete, tinham sido atribuídos aos patrocinadores, federações internacionais e as famílias dos atletas.
— Estamos tentando descobrir a quem esses bilhetes pertenciam – disse o porta-voz à agência.
Autorização para ocupar lugar vazio
Presidente da Associação Olímpica Britânica (BOA, da sigla em inglês), Colin Moynihan, disse, em entrevista coletiva no domingo, que uma solução poderia ser uma regra de 30 minutos em que os fãs vão ser autorizados a ocupar lugares vazios, se os espectadores estiverem atrasados ou não chegarem.
— Quando você tem grandes blocos de lugares, rapidamente você pode identificar de quem são — disse Moynihan.
Mais cadeiras vazias foram relatadas na ginástica feminina, particularmente perto do tapete, os lugares mais caros. Os soldados que aparentemente tinham o dever de segurança, ocuparam algumas das cadeiras vazias. Os assentos estiveram vagos no concurso completo de equitação, no qual competiu Zara Phillips, a neta da rainha Elizabeth, que faz parte da equipe britânica.
Secretário de Cultura, Jeremy Hunt, o ministro responsável para a Olimpíada, disse que estava desapontado com os lugares vazios e que o Comitê Organizador de Londres (LOCOG) estava acompanhando o problema.
— O LOCOG está fazendo uma investigação completa sobre o que aconteceu — afirmou. — Achamos que foram assentos credenciados que pertencem aos patrocinadores, mas se eles não vão aparecer, queremos que os bilhetes estejam disponíveis para o público, porque isso cria o melhor ambiente. Então, nós estamos olhando para isso com muita urgência no momento — disse Hunt, no sábado.
O ministro dos Esportes, Hugh Robertson, afirmou que estava surpreso pelo fato de os eventos olímpicos não estarem lotados.
Cerca de um quarto dos 928 mil bilhetes disponibilizados em maio passado não foram vendidos, inclusive para esportes populares, como vôlei de praia e boxe. No início de junho, o LOCOG ainda tinha cerca de 550 mil bilhetes para comercializar.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/olimpiadas2012/arquibancadas-vazias-criam-polemica-na-organizacao-dos-jogos-5625629#ixzz226nN88AD
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