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terça-feira, 17 de julho de 2012

A maior caçada ao doping na história dos Jogos Olímpicos


Em Londres serão mais de seis mil controles contra o uso de substâncias ilegais

Por Jorge Luiz Rodrigues

LONDRES - Com a abertura da Vila Olímpica na segunda-feira para a entrada dos primeiros atletas, começou também a maior operação de combate ao doping na história dos Jogos. Mais da metade dos 10.600 atletas de 204 países inscritos para competir em Londres terá passado por exames antidoping até o dia 12 de agosto.
Somando os testes-surpresa antes e durante as competições e os exames em todos os ganhadores de medalhas, serão mais de seis mil controles —– um recorde na história do megaevento.
O laboratório, montado em Harlow (Essex) pela gigante farmacêutica GlaxoSmithKline (GSK), em parceria com o Comitê Organizador Local dos Jogos Olímpicos de Londres-2012 (LOCOG, da sigla em inglês) e o King’s College London, tem um staff de mil funcionários para fazer, 400 exames, em média, por dia, sendo capaz de detectar 240 substâncias proibidas.
Durante o período dos Jogos Olímpicos — de 27 de julho a 12 de agosto — o laboratório vai operar 24 horas por dia, e servirá também para as Paralimpíadas —– que serão realizadas entre os dias 29 de agosto e 9 de setembro.
Além de fornecer o laboratório de controle de doping dos Jogos de Londres, a GSK assinou um acordo com a Agência Mundial Antidoping (WADA), em 21 de junho do ano passado, para ajudar a criar métodos de detecção precoce de medicamentos que têm potencial para melhorar ilegalmente o desempenho no esporte. A farmacêutica fornecerá informações confidenciais sobre os medicamentos em fase inicial de desenvolvimento que poderiam ser usados abusivamente pelos atletas.
Atletas em campanha
Com o novo acordo, medicamentos em desenvolvimento serão analisados por cientistas da GSK especificamente para identificar substâncias com alto risco ou a probabilidade de abuso no esporte. O objetivo é encontrar qualquer semelhança com as características farmacológicas para melhorar o desempenho e identificar como funcionam no corpo humano, incluindo os efeitos estimulantes e a resistência física aumentada.
— Com esses dados, vamos passar a trabalhar em outros métodos de detecção. Nosso trabalho com a indústria farmacêutica é fundamental para se manter um passo à frente dos drogados. Essa parceria tem o papel de ajudar a alcançar uma cultura esportiva livre de doping — afirmou o australiano John Fahey, o presidente da WADA.
Atletas olímpicos e paralímpicos britânicos, como o triplista Phillips Idowu, o velocista Marlon Devonish e o cadeirante David Weir, estrelam desde ontem uma campanha na TV, no rádio, nos jornais e em outdoors para realçar a importância dos exames antidoping durante os Jogos.
— Ganhar uma medalha olímpica é a melhor sensação do mundo. Como atleta, é importante ter certeza que qualquer um que sobe ao pódio chegou até lá por ter trabalhado duro e por dedicação aos treinos, não pelo doping — destacou Devonish, campeão olímpico do revezamento 4x100m rasos do atletismo em Atenas-2004.
Atual bicampeão paralímpico do revezamento 4x100m livre da natação, Graham Edmunds realçou estar confiante de que todo o possível está sendo feito para pegar os trapaceiros nas Olimpíadas de Londres-2012.
Curiosamente, para os britânicos, o assunto doping voltou a ser um dos mais comentados depois que o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) revogou a decisão do Comitê Olímpico Britânico (BOA, da sigla em inglês) de banir para sempre o velocista Dwain Chambers e o ciclista David Millar por terem apresentado resultados positivos em exames antidoping. Com isso, os dois atletas britânicos acabaram convocados para os Jogos de Londres pela entidade local.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/olimpiadas2012/a-maior-cacada-ao-doping-na-historia-dos-jogos-olimpicos-5494253#ixzz20siIRGls 

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