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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Sucesso olímpico brasileiro deve aparecer a partir de 2020


Por: Márcio Kroehn

Os ingleses investiram quase 1 bilhão de dólares para incentivar jovens de 16 a 19 anos a praticar esportes. Mais de 900 mil interessados chegaram a participar do projeto que começou em 2006, ou seja, cinco anos antes da Olimpíada que terá início em Londres no dia 27 de julho. O objetivo, porém, não é ter o melhor desempenho do país na história dos Jogos neste ano. Os ingleses querem aproveitar o clima olímpico para formar uma nova geração de campeões. Se o legado da construção das arenas está em constante discussão (como você pode ler na edição da EXAME – Ideias, Líderes e Produtos 2012 – que está nas bancas), os cuidados com o futuro esportivo inglês não terminam na festa de encerramento de 12 de agosto. No Brasil, a falta de uma clara política esportiva poderá frustrar o sonho brasileiro de se transformar em uma potência a partir de 2016. “A Olimpíada no Rio de Janeiro deve ser o início de uma nova fase esportiva no país”, diz José Carlos Brunoro, sócio fundador da Brunoro Sport Business.

Quando será possível medir o resultado da Olimpíada no Rio de Janeiro?

Brunoro - O maior problema será medir o sucesso dos Jogos de 2016 pelo número de medalhas conquistadas. O resultado vai aparecer em 2020 ou 2024. O Brasil precisa evoluir esportivamente e não utilizar a Olimpíada no próprio país para atingir o pico de conquistas olímpicas. Um atleta não se forma do dia para a noite. Ele precisa de investimento e de uma lição de casa bem feita.

Qual é a lição de casa que falta ao Brasil?

Brunoro - A Olimpíada é um evento pós-Olimpíada. O Brasil precisa estar preparado para transformar essa experiência única e se tornar um país multiesportivo. As confederações precisam trabalhar mais e aproveitar esse canal olímpico para tornar suas modalidades conhecidas. É dessa maneira que a prática pode ser popularizada com diversidade, ou seja, ir além do futebol e do vôlei. O legado da prática muda um país.

Mas como aproveitar esse ciclo olímpico?

Brunoro - É fundamental criar núcleos de excelência em todo o país. É preciso pensar a respeito, mas tenho dúvidas se isso está acontecendo.

Falta uma política esportiva ao país?

Brunoro - Sim, é preciso unir esforços. O Ministério da Educação, por exemplo, tem que ser mais participativo: levar o tema para as escolas e tornar a prática da educação física obrigatória. Não estou enxergando isso até o momento. As entidades esportivas também não estão se preparando para o período pós-olimpíada. Isso é grave.

Fonte: http://exame.abril.com.br/blogs/aqui-no-brasil/2012/01/02/sucesso-olimpico-brasileiro-deve-comecar-em-2020/

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