Por: Fabio Kadow
“I can’t think of a bigger mistake then trying to integrate smartphones just because you can. The last thing I want is someone looking down at their phone to see a replay.”
A foto acima rodou o mundo no fim da última temporada da NBA, quando o bilionário Mark Cuban, dono do Dallas Mavericks, mostrou que não largou o troféu de campeão que acabara de conquistar nem para ir ao banheiro. Cuban tem uma fortuna avaliada em US$ 2,5 bilhões segundo a revista Forbes e desde 2000, quando investiu US$ 285 milhões, é o principal acionista da franquia Dallas Mavericks.
Seu jeito arrojado e polêmico criou um estilo único de empreendedorismo na NBA. Para ele, a liga precisa se modernizar e não popua críticas aos seus principais dirigentes. Mas neste final de semana, um dia antes do Natal e da estreia da temporada da NBA 2011-12, Cuban deixou claro o que pensa sobre como um jogo de basquete deve ser visto, destacando a dobradinha “esporte e entretenimento” - que anda muito batida ultimamente, mas muito mais no discurso do que na prática pelo mundo afora.
Cuban fez um post em seu blog pessoal sobre o forte crescimento nos EUA de aplicativos e ferramentas que possam amplificar a experiência dos torcedores presentes nas arenas. Um assunto que, podemos assim dizer, “está na moda”, com todas as ligas e times norte-americanos investindo muito nisso.
Logo no título ele deixa claro sua posição “The Fan Experience at Sports Events - We don’t need to stinking smartphones!”. Para Cuban, um jogo da NBA tem que ser um momento único, onde não há tempo de “baixar a cabeça para assistir o replay no celular”, mas sim de sempre ter algo chamando a atenção, e aqui não estamos falando apenas do jogo, mas também do telão, da torcida, dos shows, da música, etc.
Em certa passagem, ele compara um jogo com uma festa de casamento, daquelas inesquecíveis, não só pelo ato em si, mas pelo clima de alegria que todos os convidados estão vivendo. Além disso, a família é outro ponto importante. Segundo ele, pouquíssimas pessoas se lembram de quanto foi o primeiro jogo da sua vida num estádio, mas todos não se esquecem que esta visita ocorreu com os pais, avôs ou irmaos, e como aquele momento foi importante para a família.
Cuban afirma que os Mavericks não vendem simplesmente basquete para o seu público, mas sim uma experiência única e emocional. “Não é nosso negócio vender basquete, nós vendemos diversão (…) Eu repito isso todos os dias para meus funcionários (…) Eu quero um espetáculo para a família toda, inclusivo, memorável, e que todos não vejam a hora de contar como foi para seus amigos.”
Por fim, o dirigente alfineta suas ligas concorrentes. Para ele, um jogo da NBA não pode ter momentos “parados”, como no futebol americano ou no baseball, onde ai sim o público tem motivos para usar o telefone celular.
“As in every business you have to always ask yourself what your product is and the best way to deliver it. In the NBA our product is fun and energy. The last thing we need to do is encourage our customers to stare at their phones.”
E assim ele termina o seu fantástico post. Claro, com uma visão enviesada e um pouco tendenciosa, já que os celulares podem sim, na minha opinião, contribuir para que o público interaja ainda mais nas arenas. Mas é notório que faz falta um Mark Cuban no Brasil. Sua visão sobre esporte e entretenimento deveria ser enviada para todos os dirigentes brasileiros, e depois de uma semana realizarmos chamada oral e pedir uma redação de 20 linhas sobre o tema.
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