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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A construção de cenários como ferramenta na gestão do esporte


Inúmeras empresas utilizam os cenários enquanto ferramenta para tomada de decisão. A capacidade do gestor em analisar os cenários futuros e direcionar a empresa para o caminho de maior eficácia é primordial para o sucesso do negócio. No entanto, a gestão esportiva pouco utiliza tal ferramenta no seu cotidiano. Assim como, não há expressividade por parte dos acadêmicos em estudos realizados sobre este tema.

Cenários prospectivos são, segundo Godet (1987) apud Marcial e Grumbach (2008) "o conjunto formado pela descrição coerente de uma situação futura e pelo encaminhamento dos acontecimentos que permitem passar de origem à situação futura" e, partem dos atributos inerentes ao campo estudado para a construção de cenários futuros, em que uma gama destes pode ser elaborada, de acordo com os parâmetros pré-estabelecidos inicialmente. Em relação aos atributos, a escolha deve recair sobre os de maior relevância para o estudo em questão. A construção desses cenários deveria ser adotada pelos gestores esportivos, sejam eles oriundos da iniciativa privada, da administração pública ou do terceiro setor, com o intuito de saírem do improviso e, acima de tudo, evitar surpresas desagradáveis por conta da falta de um planejamento mais robusto.

O uso desta ferramenta na administração pública seria de valioso auxílio, principalmente em se tratando de uma política de Estado, na qual a troca dos governantes pode interferir de maneira crucial no andamento do projeto instalado. Já no terceiro setor, onde nem sempre há grandes estruturas, haveria uma corrida em direção ao binômio eficácia/eficiência, pois a tomada de decisão será tomada com maior velocidade devido à situação, no todo ou em parte, já ter sido vislumbrada pela equipe gestora. No entanto, é provável que seja na iniciativa privada o local em que a adoção desta ferramenta seja mais comemorada, pois a urgência pelo lucro é capaz de afetar decisões a serem tomadas sob pressão. Nesse caso, é importante que a equipe possua ferramentas robustas para que se minimizem os danos à unidade de negócio afetada.

A gestão esportiva ainda padece do uso de ferramentas advindas da administração, e o resultado desse atraso acadêmico/profissional é percebido nos resultados alcançados pelo esporte em nosso território de modo geral e a exacerbação do uso político feito pelos gestores, ficando o esporte quase que, como uma moeda de troca.

Referência: Marcial, E. C.; Grumbach, R. J. S. Cenários Prospectivos: como construir um futuro melhor. 5. ed. rev. ampl. Rio de Janeiro, Editora FGV, 2008.

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