Inúmeras
empresas utilizam os cenários enquanto ferramenta para tomada de
decisão. A capacidade do gestor em analisar os cenários futuros e
direcionar a empresa para o caminho de maior eficácia é primordial
para o sucesso do negócio. No entanto, a gestão esportiva pouco
utiliza tal ferramenta no seu cotidiano. Assim como, não há
expressividade por parte dos acadêmicos em estudos realizados sobre
este tema.
Cenários
prospectivos são, segundo Godet (1987) apud Marcial e Grumbach (2008) "o conjunto formado pela descrição coerente de uma situação futura e pelo encaminhamento dos acontecimentos que permitem passar de origem à situação futura" e, partem dos atributos
inerentes ao campo estudado para a construção de cenários futuros,
em que uma gama destes pode ser elaborada, de acordo com os
parâmetros pré-estabelecidos inicialmente. Em relação aos
atributos, a escolha deve recair sobre os de maior relevância para o
estudo em questão. A construção desses cenários deveria ser
adotada pelos gestores esportivos, sejam eles oriundos da iniciativa
privada, da administração pública ou do terceiro setor, com o
intuito de saírem do improviso e, acima de tudo, evitar surpresas
desagradáveis por conta da falta de um planejamento mais robusto.
O uso
desta ferramenta na administração pública seria de valioso
auxílio, principalmente em se tratando de uma política de Estado,
na qual a troca dos governantes pode interferir de maneira crucial no
andamento do projeto instalado. Já no terceiro setor, onde nem
sempre há grandes estruturas, haveria uma corrida em direção ao
binômio eficácia/eficiência, pois a tomada de decisão será
tomada com maior velocidade devido à situação, no todo ou em
parte, já ter sido vislumbrada pela equipe gestora. No entanto, é
provável que seja na iniciativa privada o local em que a adoção
desta ferramenta seja mais comemorada, pois a urgência pelo lucro é
capaz de afetar decisões a serem tomadas sob pressão. Nesse caso, é
importante que a equipe possua ferramentas robustas para que se
minimizem os danos à unidade de negócio afetada.
A gestão esportiva ainda padece do uso de ferramentas advindas da
administração, e o resultado desse atraso acadêmico/profissional é
percebido nos resultados alcançados pelo esporte em nosso território
de modo geral e a exacerbação do uso político feito pelos
gestores, ficando o esporte quase que, como uma moeda de troca.
Referência: Marcial, E. C.; Grumbach, R. J. S. Cenários Prospectivos: como construir um futuro melhor. 5. ed. rev. ampl. Rio de Janeiro, Editora FGV, 2008.
Nenhum comentário:
Postar um comentário