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domingo, 4 de dezembro de 2011

Circuito de altas cifras


Além do legado na área de infraestrutura, eventos devem gerar 89,3 mil empregos diretos e indiretos

RIO - A menos de cinco anos dos Jogos Olímpicos e a três anos de receber a final da Copa do Mundo de 2014, a cidade começa a calcular o impacto econômico que os grandes eventos trarão para o Rio por conta de obras, principalmente, de infraestrutura urbana e no setor hoteleiro. Um estudo divulgado recentemente pela PricewaterhouseCoopers (PwC), a pedido da Agência Rio Negócios, criada para promover a cidade entre investidores, estima que o Rio receberá R$ 53,2 bilhões de investimentos relacionados direta e indiretamente aos eventos. Isso deve gerar 89.300 empregos direitos e indiretos, incluindo temporários e definitivos. O cálculo foi feito apesar de a Autoridade Pública Olímpica (APO) ainda não ter fechado o orçamento final, indicando que projetos levarão o selo olímpico de responsabilidade dos governos e do Comitê Organizador.
— O estudo é uma fotografia de momento. É claro que esses investimentos acabam tendo um efeito multiplicador, gerando mais investimentos a longo prazo. Quando se investe em infraestrutura urbana, como na implantação de corredores de transportes por ônibus, isso melhora a circulação na cidade e torna o Rio mais competitivo — analisou o diretor comercial da Rio Negócios, Antônio Carlos Dias.
Por essas contas, o Rio receberia mais investimentos que Londres, sede dos Jogos de 2012, que tem uma economia mais desenvolvida que a carioca. A capital inglesa projeta alavancar US$ 7 bilhões (cerca de R$ 12 bilhões), com a abertura de duas mil novas empresas e a geração de 40 mil empregos.
Muitos desses investimentos no Rio terão como parceiras empresas privadas, que em breve serão selecionadas por meio de licitações. Uma das mais importante é a escolha do consórcio ou da empresa que será responsável por construir o Parque Olímpico no terreno hoje ocupado pelo Autódromo de Jacarepaguá. O mesmo ocorrerá com o BRT Transolímpico (Barra-Deodoro). O corredor de ônibus articulados ficará no canteiro central de uma nova via expressa, que será construída e terá pedágio. Os BRTs, no entanto, ficarão livres da tarifa. A estimativa é que o projeto fique em mais de R$ 1 bilhão. O Transolímpico será a primeira via expressa do Rio com pedágio desde a construção da Linha Amarela (Barra-Ilha do Fundão) em meados da década de 90.
Para o presidente da Associação Comercial do Rio (Acerj), Antenor Monteiro de Barros, a cidade viverá até 2016 os anos mais importantes para o futuro do Rio devido aos grandes eventos. Nessa lista, além da Copa do Mundo e das Olimpíadas, estão a Rio +20 (2012), a Jornada Mundial da Juventude (2013) e a comemoração dos 450 anos de fundação da cidade (2015).
— Mas temos que manter o foco para assegurar que o legado realmente existirá, ao contrário do que ocorreu em Atenas, por exemplo, considerado um fracasso — disse Monteiro de Barros.

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