A situação é alarmante para o tênis brasileiro. Já estamos praticamente em maio, no meio da temporada de saibro da Europa, já tivemos alguns Challengers no Brasil, um ATP e o único tenista que continua nos top 100, entre os top 50 é Thomaz Bellucci. Não vejo os outros jogadores arriscando, jogando os qualifyings dos ATPs europeus ou Challengers maiores mundo afora. E para piorar, poucos são os brasileiros se dando bem nos Challengers em casa e eles não são novatos.
Estive durante a semana no IS Open, no Clube Paineiras do Morumby, quando comecei a fazer esta análise e pensar nos resultados dos últimos torneios Challengers no Brasil.
Os poucos brasileiros que estão conseguindo avançar nas chaves são os mais experientes, com mais de 25 anos e em sua maioria beirando os 30 anos ou até com mais do que as três décadas de existência.
Thiago Alves, com 29 anos, foi o único brasileiro a ganhar um torneio Challenger neste ano e ganhou dois: São Paulo e Guadalajara.
Ricardo Hocevar, aos 26 anos, jogou bem na semana passada em Santos, passando o qualifying e chegando à final.
Júlio Silva, aos 32, joga neste fim-de-semana a final do IS Open, em São Paulo.
Rogério Dutra Silva, 28 anos, fez algumas quartas-de-final de Challenger e foi às oitavas no ATP de Viña del Mar.
O único novato entre os top 10 é Guilherme Clezar, com 19 anos de idade.
João Souza, o nosso número dois, com 23 anos, até que está tentando, jogando os qualifyings dos Masters 1000 e ATPs, mesclando com alguns Challengers, mas não está avançando. O melhor resultado por enquanto foi as quartas-de-final no ATP chileno.
O mais alarmante, no entanto, é o fato de ver neste fim-de-semana de três ATPs 250 na Europa, teoricamente os mais fracos, não encontrar nenhum brasileiro jogando os qualifyings e somente João Souza na chave do ATP de Belgrado (Bellucci está lesionado).
Muitos dos tenistas que jogaram os Challengers do Brasil e da América do Sul nas últimas semanas, especialmente os argentinos, já foram para a Europa. E a julgar pela quantidade de portugueses e sérvios nas chaves dos qualifyings em Estoril e Belgrado, entrar ou não na chave não seria um problema.
Além disso, e os mais novos? Ainda não conseguiram dar o salto e continuam jogando torneios Futures?
Fico tentando encontrar uma explicação. Será comodismo de ficar no Brasil e jogar mais um Challenger na outra semana e chegar na Europa para jogar o qualifying de Roland Garros sem ter enfrentado os tenistas mais bem ranqueados e que estão jogando no velho continente? Será falta de ambição, de coragem de arriscar?
Imagino que questões financeiras não sejam mais os maiores problemas, pelo menos para bancar as viagens já que a CBT arca com este custo.
Os colombianos a quem derrotamos na Copa Davis há poucas semanas estão todos na Europa.
Apenas os duplistas – André Sá, Marcelo Melo, Bruno Soares (e Feijão), estão por lá.
É triste, mas são fatos e é a nossa realidade não muito empolgante, principalmente se estivermos pensando no futuro. Parabéns aos mais experientes Alves e Silva e ao Hocevar que conseguiram bons resultados, mas precisamos de mais.
Fonte: http://gabanyis.com/?p=3067
Opinião: Essa é a realidade do esporte brasileiro. Passamos pelo momento Guga e não conseguimos desenvolver sustentavelmente esporte. Precisamos de uma política em todos os setores do esporte visando a coibição do uso político por parte dos pseudos gestores.
Opinião: Essa é a realidade do esporte brasileiro. Passamos pelo momento Guga e não conseguimos desenvolver sustentavelmente esporte. Precisamos de uma política em todos os setores do esporte visando a coibição do uso político por parte dos pseudos gestores.