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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Eventos esportivos no país deverão impulsionar crescimento dos seguros para atletas


Por Márcia Alves

om a aproximação dos dois eventos esportivos mais importantes do mundo – Copa do Mundo e Olimpíadas – uma modalidade de seguro pode experimentar grande crescimento no país. Trata-se do seguro de vida para atletas, que oferece, entre outras coberturas, as básicas para morte e invalidez, além de serviços personalizados.

Para os jogadores de futebol a contratação de seguro de vida pelos clubes é obrigatória desde 1998, quando entrou em vigor a Lei Pelé (Lei 9.515/98). Conforme a lei, os jogadores que não possuírem seguro de vida não podem participar de competições oficiais. Embora estejam previstas punições aos clubes que infringirem a regra, nem sempre são aplicadas, segundo o senador Zezé Perrella (PDT-MG).

Por isso, depois do acidente vascular encefálico sofrido pelo técnico do Vasco, Ricardo Gomes, o senador apresentou em Brasília (DF) um projeto de lei que obriga clubes a contratarem seguro de vida e contra acidentes pessoais em prol de treinadores e jogadores de futebol. “Esse aperfeiçoamento à Lei Pelé multiplicará o número de agentes fiscalizadores com evidentes benefícios aos atletas, familiares e agremiação, que poderão contar com profissionais mais seguros psicologicamente”, disse o senador.

Ocorre que alguns jogadores de futebol, representados por seus sindicatos, e alguns clubes estão pleiteando do setor de seguros um produto específico para atletas, que cubra outros riscos além de morte e invalidez. Eles reivindicam um seguro com cobertura para invalidez laborativa, para os casos em que o atleta não poderá mais exercer sua atividade em virtude de alguma lesão ou acidente, e também com capital segurado estipulado de acordo com o valor do passe do jogador ou da imagem.

De acordo com fontes do setor de seguros, a Susep vem estudando a possibilidade de desenhar um seguro exclusivo para atletas, mas tem esbarrado na dificuldade de definir a precificação. Técnicos de seguro consultados pela reportagem do CVG-SP questionam a viabilidade de se estabelecer a importância segurada de acordo a imagem do atleta, devido à subjetividade do critério. Segundo eles, a imagem de um jogador de futebol pode estar em alta no momento da contratação do seguro, mas também pode sofrer abalos durante a vigência do contrato e perder o valor.

Dificuldade semelhante se aplica à inclusão da cobertura de invalidez laborativa. “Os atletas estão mais propensos a acidentes em campo, mas que não podem ser cobertos pelo seguro de vida tradicional porque são considerados acidentes de trabalho, modalidade em que as seguradoras não atuam”, explicou o diretor da Bradesco Seguros, Eugênio Velasques. Segundo ele, a Bradesco é responsável pelos seguros de vida dos atletas de alguns clubes de futebol, como o São Paulo e o Osasco, mas por meio de apólices tradicionais de vida em grupo.

Para Velasques, o mercado de seguros dispõe de soluções para atender a legislação. “Os seguros de vida em grupo possibilitam as coberturas para morte e invalidez, que podem ser oferecidas de forma personalizada, de acordo com o porte e tamanho de cada clube”, disse. Para os casos de atletas de ponta e bem cotados no mercado internacional, ele disse que o seguro de vida individual é uma opção viável, porém requer a construção de programas de resseguro. “Um desafio”, a seu ver. Por isso, sua avaliação é que os produtos de seguros oferecidos atualmente pelo setor atendem as necessidades de proteção dos atletas.

Mas ainda que a discussão sobre a melhoria das coberturas de seguros para atletas não chegue a um consenso em breve, Velasques é um dos que acreditam no crescimento dessa modalidade. “Todos os negócios relacionados ao esporte, da venda de bicicletas às academias, estão conquistando espaço cada vez maior, seja pela busca da qualidade de vida ou pelo momento em que o país vive. Certamente, isso contribuirá também para o desenvolvimento dos seguros para atletas”, disse.

Outro que aposta na expansão deste seguro é o diretor adjunto da diretoria de Seguros do CVG-SP, Marcelo de Figueiredo. “Acredito que haverá um aumento expressivo na contratação de seguro por causa da Copa e Olimpíadas. Inclusive, os órgãos reguladores deverão intensificar a fiscalização do cumprimento da Lei Pelé”, disse. “A demanda deverá aumentar bastante para atender a necessidade de proteção dos atletas”, reforçou o diretor de Seguros do CVG-SP, Valmir Mongiat.

Seguro para torcedores

Até mesmo os torcedores de futebol poderão contar com o amparo do seguro. A Seguros Unimed lançou o Torcedor Premiável, seguro para aqueles que gostam de assistir aos jogos do time de coração nos estádios de futebol, que em 2011 somaram mais de 5 milhões de pessoas, apenas nos jogos da série A do Campeonato Brasileiro. Além de várias coberturas, o seguro prevê serviço de táxi, dados sobre locais e preços de ingressos, calendário de jogos, resultados da loteria esportiva, entre outras informações.

Outra novidade da empresa é o Corredor Premiável, seguro específico para quem curte participar de provas de corrida de rua, composto por mais 4 milhões de praticantes. O produto prevê acesso ilimitado a um programa personalizado de orientações nutricionais, a um atendimento personal fitness por telefone – capacitado para dar dicas sobre atividades físicas, qualidade de vida entre outros – e a diversas outras conveniências para o dia da prova, como informações sobre trânsito, meteorologia, calendário de corridas, telefones úteis, farmácias de plantão etc. “Somos o primeiro a lançar um seguro neste mercado. Acho que vencemos esta corrida”, disse Mauri Aparecido Raphaelli, diretor de Negócios da Seguros Unimed.

Fonte: http://www.segs.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=64746:-eventos-esportivos-no-pais-deverao-impulsionar-crescimento-dos-seguros-para-atletas-&catid=45:cat-seguros&Itemid=324

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