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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Maracanã será privatizado até o meio de 2012, garante Márcia Lins

Secretária de Esporte e Lazer do Rio está otismista com o legado da Copa do Mundo para o estado 

As obras no Maracanã para a Copa do Mundo 2014, as mudanças necessárias para que a Arena da Baixada (estádio do Atlético-PR, em Curitiba) se adeque às exigências da Fifa e o modelo de gestão do Botafogo no Engenhão, indicado pela Fifa como um bom exemplo da parceria público-privada que pode funcionar durante o Mundial, foram alguns dos temas do Seminário Copa 2014, promovido pelo O GLOBO e pelo EXTRA, e mediado pelo editor-assistente de Esporte do Globo, Jorge Luiz Rodrigues, hoje, no Rio.
Declarando-se muito otimista com o legado da Copa do Mundo para o país, a secretária de Esporte e Lazer do Estado, Márcia Lins, apresentou a evolução das obras no Maracanã, que começaram em agosto de 2010 e terminarão em fevereiro de 2013, e vai custar R$ 860 milhões. O "novo" Maracanã terá capacidade para cerca de 80 mil espectadores e, antes mesmo de ser entregue, será cedido para a iniciativa privada.
- A concessão será feita até meados do ano que vem, antes mesmo da Copa das Confederações. O Maracanã está 100% enquadrado no caderno de encargos da Fifa e, com certeza, não teremos nada melhor no mundo do que o Maracanã, quando ele for reaberto. Apesar do investimento alto no início, ganharemos depois com a economia na manutenção. Acreditamos que ele terá sua receita quadriplicada no futuro - afirmou a secretária, lembrando que o estádio também será palco das cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos de 2016. - Até 2013, teremos um investimento privado na ordem de R$ 200 bilhões. Por isso, a Copa deixa um legado, sim. Aqui no Rio, ganharemos como uma mudança de conceitos, com avanços na questão da mobilidade, sustentabilidade ambiental. A cada Copa, incorpora-se o que cada país fez de melhor. Tenho certeza que vai ser assim aqui também. Temos que aprender, mas teremos muito o que ensinar.
Presidente do Atlético-PR, um dos três clubes privados que serão usados na Copa - os outros dois são o Beira-Rio, em Porto Alegre (do Internacional) e o Itaquerão (do Corinthians) -, Marcos Malucelli fez duras queixas às exigências impostas pela Fifa. Segundo ele, o estádio, que hoje estaria concluído por R$ 40 milhões, precisará de mais R$ 180 milhões para se adequar ao caderno de encargos da entidade.
- Estamos com 75% da obra pronta, mas esse percentual cai para 45% levando-se em conta as exigências da Fifa, algumas absurdas. O custo total vai ser de R$ 220 milhões, mais de cinco vezes do que custaria inicialmente. Esse é um ônus que fica para o clube. Vamos fechar a Arena no fim do Brasileiro e ficaremos um ano fechados. Isso significa que teremos prejuízo - disse Malucelli. - Não temos dívida nenhuma, somos um dos únicos clubes superavitários do Brasil e, esse ano, fecharemos, com mais ou menos R$ 8 milhões de lucro. A partir do ano que vem, a probabilidade de o clube se tornar deficitário é grande.
Para Sérgio Landau, diretor-executivo do Botafogo, o caminho é a profissionalização total dos clubes. No Botafogo, garante, o modelo está dando resultados. Se, em 2008, o Engenhão dava prejuízo, a expectativa é que, em 2011, o lucro chegue a R$ 7,5 milhões.
- Claro que o fato de o Maracanã ter sido fechado nos ajudou muito, mas o novo conceito que implementamos está dando resultados. Não se mantém um estádio apenas com o futebol, somos um clube privado, precisamos gerar receita. Hoje, com pequenos e médios eventos, arrecadamos cerca de R$ 600 mil por ano. Temos o projeto de construir um hotel na área ao lado do campo auxiliar. Quando o Maracanã reabrir, ele passará a ser nosso concorrente, mas tem espaço para todo mundo.

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