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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Investimento em telecomunicações para Copa deve chegar a R$ 60 bi

Planejamento da infraestrutura esbarra em definição pela Fifa de locais-chave para Mundial de 2014

Por Marcelo Parreira Brasília, DF
 
O governo brasileiro estima que o investimento em telecomunicações até a Copa do Mundo de 2014 chegue a R$ 60 bilhões. A grande maioria dos recursos será de empresas privadas, mas R$ 3,2 bilhões sairão de cofres públicos, divididos entre o Plano Nacional de Banda Larga e investimentos específicos para a Copa. A previsão é que a Telebras - empresa estatal - vá investir R$ 200 milhões na construção da infraestrutura necessária para que as rede de banda larga chegue aos pontos finais considerados fundamentais para a realização do Mundial, como estádios, centros de mídias e hoteis onde ficarão hospedadas as seleções e a equipe da Fifa.
Os números foram divulgados na reunião da chamada Câmara Temática de Infraestrutura, que reúne representantes do governo federal e das cidades-sede. A câmara é uma das nove existentes, que tratam ainda de assuntos como sustentabilidade, transparência, estádios e segurança pública na preparação para o Mundial.
O orçamento de R$ 200 milhões é, por hora, uma estimativa. Isso porque a Fifa ainda não passou ao governo uma lista definitiva desses locais. Segundo o gerente de projetos do Departamento de Banda Larga do Ministério das Comunicações, José Gontijo, o governo brasileiro tem conversado com a entidade para tentar acelerar essa definição, que ainda passa por negociações comerciais. Alguns locais, no entanto, só serão definidos ao fim de 2013, como os centros de treinamento.
- Eu chego com a minha rede a Brasília, por exemplo, mas para que endereço eu tenho que ir? A Fifa tem que me dizer isso para eu fazer da melhor forma possível. A gente enviou uma correspondência à Fifa para solicitar essa informação, e eles disseram que vão fazer um cronograma de entrega de locais porque esses pontos estão sendo negociados. É tudo uma negociação comercial da Fifa com esses entes, mas ao mesmo tempo o governo precisa saber para fazer esse planejamento.
O gerente de grandes clientes da Telebras, Arthur Dayrell, também ressaltou o problema, e disse até que a demora na definição destes pontos de interesse pode prejudicar a qualidade da estrutura a ser fornecida. Em alguns casos, inclusive, o serviço de banda larga pode não ser fornecido por fibra ótica, mas por rádio.
- É uma briga constante, no bom sentido, em cobrar e exigir esses endereços, até sob pena de não atingirmos o nível exigido pela Fifa.
Outro problema encontrado até agora é na definição das responsabilidades de cada parte na infraestrutura. Para isso, o governo quer fazer, assim como já ocorre nas questões de mobilidade urbana, estádios e aeroportos, uma matriz de responsabilidades específica para telecomunicações. A relação com as sedes, entretanto, pode não ser tão tranquila. Durante a reunião da Câmara Temática, alguns representantes reclamaram da falta de clareza sobre a atuação do governo federal no setor e da separação mais exata das tarefas. Por outro lado, questionados por uma representante da Telebras, apenas três dos representantes das sedes presentes afirmaram ter lido o host agreement, documento que trata dos compromissos feitos pelas sedes em relação à Fifa. Um deles chegou a afirmar que "nunca havia sequer ouvido falar" do documento.

Internet 4G
A despeito dos problemas, o governo prevê que a internet 4G - muito mais rápida do que a banda larga atualmente disponível no Brasil, mas já oferecida na Europa e nos Estados Unidos - estará disponível nas 12 sedes já na Copa das Confederações. Isso porque a Anatel tem até abril do próximo ano para licitar a faixa de radiofrequência necessária à oferta do serviço, e o edital prevê que as empresas que vencerem a concorrência terão o prazo de um ano para que o serviço esteja à disposição nas sedes dos jogos.

Fonte: http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2011/11/investimento-em-telecomunicacoes-para-copa-deve-chegar-r-60-bi.html

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