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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

1º dia do CIGESP

Primeiro dia do 1º Congresso Internacional sobre Gestão do Esporte e as impressões foram as melhores possíveis, ainda mais sob o estigma de que profissional de educação física não sabe fazer evento. Desde o lugar escolhido, Centro de Convenções Ulisses Guimarães, a identificação do evento na chegada e o credenciamento totalmente organizado, sem fila e o atendimento sendo feito com agilidade e cortesia por parte dos voluntários.
A abertura foi costurada pela apresentação da banda Patubatê. A mesa foi formada por Célio Renê, secretário de esportes do Distrito Federal; Flávia Bastos, presidente da Abragesp;José Geraldo de Souza Júnior, Reitor da UnB; Weber Magalhães, vice-presidente da região Centro-Oeste da CBF; Bernardo José Gambôa, representante do Comissão Desportiva Militar do Brasil (CDMB) e Jorge Steinhilber, presidente do Confef.
O presidente do Confef fez um breve discurso, decepcionante até certo ponto, pois o foco para ele nessa década de ouro para o esporte brasileiro é iniciar a discussão sobre o legado social dos megaeventos e uma discussão sobre a contagem de medalhas nos Jogos Olímpicos. Sobre o último tema, entendo que não cabe a discussão no âmbito da gestão esportiva porque não será a nossa vontade dispendida sobre tal tema que resolverá tal questão, somente auxiliará no fomento a esta discussão. E a discussão sobre o legado social dos megaeventos já deveria ser uma tônica, assim como, ter um norte estabelecido, haja vista que o Brasil já é sabedor da realização destes eventos há algum tempo. Espera-se mais envolvimento do Confef e dos Crefs de maneira geral nesta questão da gestão esportiva. Bernardo José Gambôa fez um discurso rápido com destaque para os Jogos Mundiais Militares, realizados em julho deste ano.
Flávia Bastos discursou em seguida e destacou a agenda positiva e auxílio ao esporte brasileiro que a Abragesp vem inserindo na cultura esportiva, assim como nortear o trabalho do gestor esportivo. O secretário Célio Renê, num discurso muito sensato, destacou 3 pontos nevrálgicos no tocante da gestão esportiva: que a realização de megaeventos não é garantia do desenvolvimento esportivo, sendo necessário a realização de um planejamento específico para tal; a capacitação de recursos humanos para gerir equipamentos esportivos, para que se minimizem os efeitos pós megaevento e, por último, a necessidade de se ter mais conhecedores da causa esportivas nos órgãos gestores do esporte para realizar a gerência das riquezas do esporte contrapondo o trabalho dos palpiteiros.
O reitor da UnB, José Geraldo de Souza Júnior, fez o discurso mais longo da manhã inaugural do evento e destacou a responsabilidade que a UnB tem em inserir-se nos eventos, tanto no lado acadêmico quanto na questão de qualificação e na gestão vistas além do desempenho esportivo, assim como, a abordagem científica vista como um requisito da gestão esportiva. Relatou a força da gestão econômica do esporte, vista hoje como a 2ª ou a 3ª força dentro da economia e a necessidade da UnB em preparar um quadro de pessoas para trabalhar futuramente no esporte, uma visão de vanguarda, mas totalmente correta para uma cidade que será sede de alguns dos megaeventos realizados em nosso território. Algo que o Estado do Rio de Janeiro deveria estar fazendo. A última palestra foi marcada por um discurso político do representante da CBF. Em seguida, a Comissão Organizadora do evento homenageou o senhor Mário Cantarino e o português Gustavo Pires.
À tarde, a primeira palestra teve como tema megaeventos esportivos e qualificação dos gestores, com o profº Gustavo Pires conduzindo o papo mostrando os diversos campos inerentes ao estudo da gestão esportiva além de citar 2 tripés fundamentais para a efetivação da gestão do esporte: o planejamento, gerenciamento e a fiscalização deste gerenciamento; a gestão do tempo, devido a sua escassez atualmente, a confiança e o planejamento à longo prazo. Outro ponto destacado foi a necessidade de se buscar a capacidade refletiva para a concepção de projetos, principalmente no que diz respeito ao legado, ao pós-evento. A importância do gestor intermediário, que é a pessoa indicada para realizar a convergência entre os discursos e visões advindas das ideias originadas no top-down e no  bottom-up. Destacou o estudo das organizações com ênfase em alguns pontos citados aqui: vértice estratégico, a linha hierárquica, a tecnoestrutura, a logística, o centro operacional e, por último, o ambiente. O fechamento da palestra foi ilustrado com as áreas de atuação que um gestor pode ter e suas respectivas referências bibliográficas.
Após o espaço para o networking no tempo destinado às apresentações dos pôsteres, veio a palestra do advogado carioca Martinho Miranda, com o tema a legislação brasileira como referencial para a gestão no ambiente esportivo, na qual ele fez um grande resumo da legislação pertinente à eventos esportivos pontuando com cases, o que acabou por deixar mais claro para a plateia presente os entraves jurídicos de um evento esportivo. Destacou que os pilares da gestão esportiva são: a administração financeira, o departamento técnico, o marketing e o departamento jurídico. Assim como, a necessidade do gestor em observar a norma que regulamenta a realização de eventos na cidade onde o evento será realizado, com o objetivo de evitar sérias complicações posteriormente. Fechando o dia, aconteceu a sessão de comunicação oral de 6 trabalhos enviados pelos participantes.

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