Entidade diz que iniciativa, posta em prática junto com o Ministério do Esporte, não tinha flexibilidade e que não houve danos aos cofres públicos
A Confederação Brasileira de Tênis (CBT) explicou nesta quinta-feira os motivos para o fim do Projeto Olímpico Rio Tênis 2016, criado em agosto de 2011 após idealização de Gustavo Kuerten e supervisão de Larri Passos, e posto em prática em convênio entre a CBT e o Ministério do Esporte. De acordo com a entidade, a iniciativa, que durou apenas 12 meses, mas deveria ser renovada anualmente visando os Jogos Olímpicos do Rio 2016, foi descontinuada por causa de uma inadequação do projeto à "flexibilidade" que o tênis exige, e não por causa de irregularidades na prestação de contas.
Em comunicado oficial, a CBT ressaltou que tem dois novos projetos em mente, o Medalha Olímpica e o Rede Nacional, que foram pensados para a "realidade operacional do tênis". Segundo o texto, a rotina dos tenistas durante treinos e torneios impede que os gastos definitivos sejam apresentados antecipadamente, reforçando que os custos com passagens e estadia de um atleta dependem diretamente do desempenho dele em cada torneio.
A CBT também esclareceu que não foi observado nenhum dano aos cofres públicos na prestação de contas. De acordo com o comunicado, a Corregedoria-Geral da União emitiu um parecer técnico com essa conclusão após fiscalização de uma semana na sede da CBT, em São Paulo.
Idealizador do projeto, Guga expressou na quarta-feira sua decepção pela iniciativa não ter dado certo, dizendo que o acontecimento lhe provocava uma "extrema desilusão".
Confira o comunicado oficial na íntegra:
O Projeto Olímpico Rio 2016 foi assinado com duração de um ano e efetivamente teve a duração de um ano. O que ocorreu foi a verificação na prestação de contas da falta de flexibilidade para mudanças no decorrer da execução do mesmo, pois como foi conferido na prática, os atletas precisaram modificar as suas programações de treinamentos, as competições que participariam, as datas em que viajariam, o tempo que permaneceriam em determinados lugares, os locais onde ficariam hospedados, situações essas que foram comprovadas pela CBT na prestação de contas que já foi realizada. Projetos com o mesmo mecanismo do Projeto Olímpico Rio 2016 não poderão ser feitos, por falta de flexibilidade na adequação da realidade da modalidade tênis. A CBT possui dois novos projetos, o Medalha Olímpica e o Rede Nacional, já pensados para a realidade operacional do tênis, que dependem exclusivamente de aprovação do Ministério do Esporte;
Importante salientar que a CGU, após fiscalização por uma semana na sede da CBT e avaliação de documentos e prestações de contas, emitiu um parecer técnico, intitulado de Relatório de Demandas Especiais, especificamente sobre o Projeto Olímpico Rio 2016. A conclusão do parecer do CGU em relação ao inquérito de investigação conclui que há "FALHAS sem danos ao erário". A conclusão é clara: não há em nenhum momento dano ao erário, ou seja, aos cofres públicos.
Todas as falhas dizem respeito à falta de conhecimento da fiscalização vigente sobre a realidade da modalidade. No caso da emissão de passagens, por exemplo, considerada uma falha na prestação de contas, explicamos: um tenista de alto rendimento, quando perde em alguma das rodadas de um torneio, já decide se vai participar de outro torneio em seguida ou se retorna ao Brasil para treinamento. Ele jamais fica parado esperando um torneio terminar, se ele já se desclassificou naquele torneio. Por isso as passagens não podem ser 100% planejadas com antecedência e sofrem alterações frequentes. Elas dependem diretamente do resultado dos atletas em cada torneio.
Em razão de um ex-dirigente da entidade ingressar com uma maldosa denúncia em diferentes órgãos federais (Ministério Público Federal, Ministério do Esporte e Tribunal de Contas da União) e como, por cautela, estes entes públicos possuem o dever de investigar todas as acusações que recebem, foram instaurados procedimentos administrativos. A CBT já prestou todos os esclarecimentos sobre as acusações que foram equivocadamente lançadas e aguarda a conclusão dos procedimentos supra citados;
Por fim, a CBT não fornece qualquer espécie de apoio financeiro ao Guga. Aliás, cabe ressaltar que o Guga por inúmeras vezes atendeu os pedidos da CBT e participou de maneira voluntária (sem cobrança de qualquer contrapartida financeira) de eventos e treinamentos com atletas brasileiros, de todas as idades, inclusive com as equipes que participaram da Copa Davis, não sendo justo que notícias inverídicas ao seu respeito sejam veiculadas na imprensa.
Fonte: http://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/2013/04/cbt-explica-fim-do-projeto-olimpico-e-se-defende-de-acusacoes.html
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