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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Custo das Olimpíadas ainda é uma incógnita


Autoridades mudam critérios para calcular quanto será gasto com projetos para os Jogos de 2016

Por Luiz Ernesto Magalhães

RIO - A pouco mais de quatro anos das Olimpíadas do Rio (em agosto de 2016) e às vésperas do início dos Jogos em Londres, as autoridades ainda não sabem quanto o evento brasileiro vai custar de fato. O motivo é que muitos projetos previstos para ainda não tiveram o orçamento fechado — seja porque foram apresentados depois da escolha do Rio como sede, seja porque estão sendo revistos. Outro motivo é que os brasileiros decidiram apelar para uma manobra contábil: obras do PAC ou destinadas à Copa do Mundo não entrarão na conta das Olimpíadas.

Oficialmente, segundo a Autoridade Pública Olímpica (APO), o objetivo é só incluir na conta o que é imprescindível para as Olimpíadas. Isso inclui, por exemplo, as instalações esportivas e a Vila Olímpica, na Barra da Tijuca. Algumas obras de mobilidade urbana, segundo a APO, não poderiam entrar no cálculo porque não são necessariamente para as Olimpíadas. Pelo novo critério, os gastos com a ligação Barra-Zona Sul do metrô, por exemplo, só são considerados no trecho entre as estações Ipanema-Leblon. O corredor exclusivo de ônibus Transoeste, que será inaugurado amanhã, só é considerado imprescindível justamente no trecho ainda não construído: o lote zero (entre o Terminal Alvorada e o Jardim Oceânico, na Barra).

O critério nem sempre se mostra aplicável na prática:
— Tecnicamente, a operação do metrô entre as estações de Ipanema e Leblon só é possível com a operação do sistema até a Barra da Tijuca. Tudo será feito para as Olimpíadas — garantiu o secretário-chefe da Casa Civil do estado, Régis Fichtner.

Nos bastidores das equipes envolvidas nos preparativos para as Olimpíadas, comenta-se que a mudança tem o objetivo de evitar o que aconteceu no Pan-Americano de 2007, no Rio: o custo final do evento ficou em R$ 3,5 bilhões, contra os R$ 400 milhões anunciados inicialmente. A conta do Pan aumentou porque o projeto foi revisto para as instalações terem padrões olímpicos, aumentando assim as chances de o Rio sediar uma Olimpíada. Além disso, gastos que não eram necessariamente para o evento entraram na conta, como investimentos para equipar a Força Nacional de Segurança.

Orçamento original é de US$ 14 bilhões
O orçamento original da candidatura do Rio, em 2009, previa investimentos de quase US$ 14 bilhões (R$ 28 bilhões em valores atuais). Ao rever a carteira de projetos do dossiê de candidatura, a APO decidiu apresentar ao COI uma lista de 350 projetos. Cerca de cem foram classificados como essenciais e entrarão na conta olímpica. Os outros 250 são classificados como não essenciais, por serem investimentos para a Copa ou na infraestrutura da cidade.
— É uma classificação. Não ser essencial para as Olimpíadas não significa que não serão executados. Não posso ser pessimista: tudo o que foi prometido estará pronto para 2016 — disse Márcio Fortes.

A indefinição do orçamento foi revelada ontem, na terceira visita da Comissão de Coordenação do COI ao Rio para ver os preparativos do evento. Segundo Márcio, há duas semanas a proposta brasileira foi aprovada no COI. Ele, no entanto, não quis divulgar a lista completa por categoria. O Conselho Público Olímpico terá que referendar o documento antes de torná-lo público.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/custo-das-olimpiadas-ainda-uma-incognita-5113272#ixzz23Qnchkl7 

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